Palestra proferida em reunião da AJEB-CE
quinta-feira, 31 de outubro de 2013
REUNIÃO DA AJEB - 15 DE OUTUBRO DE 2013
Professor – Um profissional
com perspectiva?
Prossigo, portanto, à minha fala, afirmando
que foi com prazer e receio que aceitei o convite da nossa presidenta para
dialogar com minhas colegas da AJEB sobre o dia do professor, pois, temos nossa
AJEB muitas educadoras, Nirvanda Medeiros, Giselda Medeiros, Evan Bessa, Maria
do Carmo, Neide Freire, Maria Helena, e Francinette Azevedo, me desculpem se
existem outras e deixei de citá-las.
Estou aqui apenas para dedicar uma mensagem,
e não para falar sobre o dia do professor inserido no atual sistema educacional
brasileiro, nem tão pouco para defendê-lo, apesar de ter dedicado grande parte
da minha vida a essa tão nobre e ao mesmo tempo árdua profissão. Citarei apenas
algumas informações ao aludido dia de um profissional tão especial como afirma
Cora Coralina:
“Professor,
“sois o sal da terra e a luz do mundo”.
Sem
vós tudo seria baço e a terra escura.
Professor,
faze de tua cadeira,
a
cátedra de um mestre.
É evidente que todas as categorias merecem
respeito, pela contribuição dada, cada qual a seu modo, ao desenvolvimento da
sociedade. Porém, o dia do professor é uma das datas mais significativas do
calendário de homenagens dirigidas às categorias profissionais.
Nesse contexto, entretanto, o professor
desempenha papel de particular relevância, por transmitir o conhecimento que
servirá de base à formação dos demais profissionais. E ainda por estimular, em
sua tarefa cotidiana, o crescimento pessoal e o exercício da cidadania entre
seus alunos, sejam eles crianças, jovens ou adultos.
Ninguém nega o valor da educação e que um bom
professor é imprescindível. Mas, ainda que desejem bons professores para seus
filhos, poucos pais desejam que seus filhos sejam professores. Isso nos mostra
o reconhecimento que o trabalho de educar é duro, difícil e necessário,
mas, permitimos que esses profissionais
continuem sendo desvalorizados. E ainda
mal remunerados, com baixo prestígio social são responsabilizados pelo
fracasso da educação, grande parte resiste e continua apaixonada pelo seu
trabalho.
A profissão de educador continua sendo
muito necessária, sendo mais atraente na rede privada e escolas de nível
superior. E menos concorrida na rede pública; no entanto, não para de crescer
em nosso país, nem mesmo com os avanços tecnológicos.
Informações sobre esse assunto vêm do estudo:
Professores do Brasil: Impasses e
Desafios. Lançado pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a
Ciência e a Cultura-Unesco, o doutor em educação e consultor Celio da Cunha, ao
comentar este assunto, “lembrou que os professores representam o terceiro maior
grupo ocupacional do país (8,4%), ficando atrás apenas dos escriturários
(15,2%) e dos trabalhadores do setor de serviços (14,9%). A profissão supera,
inclusive, o setor de construção civil (4%).” RAIS 2006.
O
poder público é responsável por 83% dos empregos do magistério. Destes, 77,6%
estão na educação básica.
As mulheres ocupam 77% dos postos de
trabalho, o que tem também óbvias implicações de gênero, nem sempre devidamente
aprofundadas nos estudos da área de educação. Sua presença varia segundo os
níveis de escolaridade e a proporção delas aumenta gradativamente nos níveis
mais baixos de escolarização.
Na
educação infantil (EI) 98%; ensino fundamental (EF) 88,3% ensino médio (EM) 67%
PNAD, 2006.
A Confederação Nacional de Trabalhadores da
Educação - CNTE estima uma base de 2,8 milhões de trabalhadores em exercício
nas redes públicas de ensino básico, dos quais 1,8 milhão está lotado no
magistério.
Para o professor avançar na sua carreira é
de suma importância a educação continuada. “A educação continuada vê as pessoas
como capazes de aproveitar oportunidades de aprendizado em todas as idades e em
numerosos contextos: no trabalho, em casa e através de atividades de lazer, não
apenas através de canais formais tais como escolas e universidades.”
Tudo o que se espera de um professor é que
ele seja um educador suficientemente preparado para, por um lado, ensinar e
proporcionar aos seus alunos as aprendizagens fundamentais previstas em cada
etapa da vida escolar e, por outro, ser um exemplo em relação aos valores
universais da modernidade.
Acredito, pois, se houver educação continuada
com pessoas abertas a novas ideias, decisões, habilidades, espírito coletivo e
fazendo os ajustes necessários que sempre surgem seguramente com o cumprimento
da Lei 11.769, sancionada em 2008, que torna obrigatório o ensino de música na
educação básica em todas as escolas do país, daqui a alguns anos, podemos ter
um cenário bem mais promissor do que o atual. Assim também como o ensino da
música em minha opinião seria oportuno, a inclusão da poesia nas escolas, e já
existem algumas que trabalham este tema, apesar de ser um número
insignificante. Existem também escolas que possuem até academias literárias.
Uma sociedade com professores bem formados,
com projetos atraentes e uma remuneração digna será possível atingir a
qualidade que o Brasil precisa para a educação básica. "Caso isso não se
concretize poderá colocar em risco o futuro do país, por conta da importância
que a educação tem em um mundo altamente competitivo e em uma sociedade
globalizada."
Hoje a carreira do magistério se torna mais
atraente, com mais perspectivas e avança com capacitações contínuas, novas
tecnologias, as medidas educativas e suportes adequados para incorporar valores
como solidariedade, afetividade, entre outros, no entanto, estão ainda
insuficientes.
A data é um convite para que todos nós,
pais, alunos, escritores, poetas, enfim, a sociedade; repensemos nossos papéis
e nossas atitudes, pois com elas demonstramos o compromisso com a educação.
Concluo e dedico estas minhas palavras aos
heroicos professores anônimos da rede pública educacional de Fortaleza, as
minhas colegas ajebianas, especialmente as educadoras, e ainda, ao grande
educador e poeta lavrense, Filgueiras Lima (inmemorian), a minha mensagem de
esperança, pois, admito que, educação e poesia sempre formaram um par ordenado.
Encerro
com os trechos destes dois poemas:
Educação dos meus sonhos (autoral)
Quero
ver o mundo
Como
nos meus sonhos,
Sonhos
exagerados, colossais,
Nutridos
de esperanças
Professores
repletos de alegria
Realizando
seus ideais.
Que
o sonho do educador,
Concretize-se
com brevidade,
Sejam
além disso valorizados
E
respeitados pelo seu labor.
Escola
Filgueiras
Lima
D.
Mariana, minha primeira professora,
tinha
uns olhos de santa de legenda
e
os braços que a Vênus de Millus perdeu...
Ela
repreendia todos os alunos,
porém,
nunca me repreendeu!
Também
no dia da visita do Inspetor
ninguém
dizia versos como eu.
D.
Mariana saltava de contente,
e
a meninada
ficava
comigo “por aqui”
com
cara de judeu.
Um
dia,
(e
este dia nunca me esqueceu)...
Muito
obrigada.
Rosa
Firmo Beserra Gomes
Referências:
GATTI,
Bernadete. A construção metodológica da pesquisa em educação: desafios”
publicado na Revista da ANPAE, v.28, n.1, 2012
. Acesso em 05 de
outubro de 23013.
GATTI,
Bernadete Angelina e Elba Siqueira de Sá Barreto (Coords). cenpec.org.br/biblioteca/educacão/estudos-
e-pesquisas/professores-do-brasil-impasses-e-desafios> Acesso em 04 de
outubro de 2013.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Educa%C3%A7%C3%A3o_continuada>
Acesso em: 04 de outubro de 2013
http://pt.wikipedia.org/wiki/Dia_do_professor>
Acesso em: 04 de outubro de 2013.
LEITÃO,
Juarez, Ensino como quem reza – Vida e tempo de Filgueiras Lima, Tecnograf,
2006.
Palestra proferida em reunião da AJEB-CE
sábado, 26 de outubro de 2013
REUNIÃO DA AJEB DE 17 DE SETEMBRO DE 2013
BREVE HISTÓRICO SOBRE A TROVA:
DEFINIÇÕES. ORIGEM. CONSIDERAÇÕES GERAIS.
Inicialmente, quero agradecer o honroso
convite formulado pela nossa ilustre Presidente da AJEB, Nirvanda Medeiros,
para dar esta palestra sobre a TROVA, composição poética clássica de forma
fixa. Mesmo não me achando capacitado para tal proeza, aceitei o encargo, e aqui estou para, dentro de
minhas limitações intelectuais, dizer algo sobre esse importante poema conhecido popularmente como Trova.
1.
DEFINIÇÕES SOBRE A TROVA.
Vamos
começar definindo, conceituando o que seja a Trova. “A Trova é poema de quatro
versos setessilábicos (ou heptassílabos) com rima e sentido completo”. A trova,
hodiernamente, é reverenciada como uma Obra de Arte, como Literatura, portanto.
Como
composição poética, modernamente, (do gênero poesia), ela deve obedecer às
seguintes características:
a) Ser uma quadra. Possuir quatro
versos (ou quatro linhas, tanto faz);
b) Cada verso deve ter sete sílabas poéticas,
(setessilábicos), e as sílabas são contadas pelo som.
c) Deve ter sentido completo e
independente. O trovador, ao compô-la,
deve pôr, nela, sua integral ideia,
com lucidez, propriedade e grande poder de síntese.
d) Ter rima. Os versos da trova podem obedecer
aos seguintes esquemas rimáticos: a) ABAB (quando a rima se dá entre o 1º e o 3º verso; e, o 2º, com o 4º verso.
Obs: Este esquema é o mais cultuado e elaborado. É, inclusive, o único adotado pela
UBT. Há, ainda, trovas nos esquemas
ABCB, ABBA e AABB.
É bom observar que uma
estrofe, que venha a conter quatro versos chama-se quadra (ou quarteto) . A trova, portanto, é uma quadra. Assim, toda
trova é uma quadra, mas nem toda quadra é uma trova. Isso se justifica porque
uma quadra para ser trova deve atender a
todos os requisitos formais que assim a caracterizam. Existem quadras que não se fundamentam como
trovas, pois elaboradas sem métrica, com versos brancos e sem rima e sem
sentido completo, não passando, portanto,
de simples quadras. Diz-se, também, que “todo trovador é poeta, mas nem
todo poeta é trovador, pois nem todo poeta sabe metrificar, fazer o verso
medido”.
2 - CATEGORIAS DE TROVA.
As trovas podem ser: LÍRICAS (falam de amor, de saudade); FILOSÓFICAS
(encerram um ensinamento), e HUMORÍSTICAS
DESCRITIVAS (descrevem algo). Exemplos:
LÍRICA (de José Valdez de C.
Moura)
Pelos mares da saudade
O meu ser, vagando ao léu,
Só deseja a liberdade,
Das andorinhas do céu.
FILOSÓFICA (de Altair Fernandes
Carvalho)
Cultivar ressentimento!
Atividade infeliz...
É querer que o sofrimento
dure mais que cicatriz!
HUMORÍSTICA ( João Paulo Ouverney)
Na vida, irônico jogo
que um bravo bombeiro arrasa
é não não apagar o “fogo”
da mulher que tem em casa.
DESCRITIVA (José Ouverney)
Tendo o céu como moldura
e a noite como cortina,
a Mantiqueira é pintura
que Deus, com orgulho, assina!
3 . ORIGEM DA TROVA.
O termo trova, acredita-se que provém do francês – trouver – ou do
espanhol – troubare – pois, ambas as palavras têm o mesmo significado: achar. Daí dizer-se, em euforia, que toda boa trova
é, sim, um achado e tanto!
A trova está ligada à poesia da Idade Média. Era, nesse período, sinônimo de poema e letra de música. “A cultura trovadoresca refletia bem o
quadro panorâmico histórico da
época: as Cruzadas, a luta contra os mouros, o feudalismo, o poder espiritual
do clero”. Na arquitetura, predominava
o estilo gótico. No tocante à Literatura, essa arte se desenvolveu no sul da França e em Portugal, com o
movimento poético chamado Trovadorismo.
Os poemas produzidos eram cantados
por poetas, os jograis e menestréis, poemas esses que foram, desde logo,
sistematicamente publicados.
A
bem da verdade, há de ressaltar que a trova dos nossos dias possui a
sua conceituação própria, e, dessa forma, diferencia-se da quadra e da poesia de cordel, da trova
gauchesca, do Repente, bem como do poema musicado da Idade Média.
A
Trova medieval, se comparada diretamente à trova que hoje largamente se
pratica, é por demais, como
afirmam os historiadores, imprecisa, mas
essas composições antigas são reconhecidas, hoje, como formas das primeiras manifestações
trovadorescas. Podemos dizer que as trovas medievais eram composições rudes, e
que nos alegra saber, também, que a
nossa língua portuguesa nasceu cantarolando trovas, através dos valiosos
jograis e menestréis, que iam de cidade em cidade, divulgando-as. A trova é, portanto, um poema milenar. Nas Cortes
portuguesas eram bastante apreciadas por sua popularidade e brilho. Era a
poesia dos reis, a exemplo do notável Dom Dinis, conhecido como o Rei Trovador.
4. SUA
DIFUSÃO NO BRASIL.
As
trovas aportaram aqui, no Brasil, através das caravelas de Cabral. Neste nosso
solo pátrio, encontraram um terreno propício e altamente fértil para germinar,
crescer e se agigantar, no seio do povo, em esplendente beleza e popularidade.
No
nosso País, o primeiro movimento literário em torno da trova se consolidou no
Nordeste Brasileiro, precisamente em Recife-PE. O poeta destaque desse movimento foi Jader de Andrade, e
também os poetas do livro “Descantes”, publicado em 1907. A palavra “Descantes”
significa cantiga popular. O livro “Descantes” reunia trabalhos de jovens
estudantes da Faculdade de Direito de Recife, e eram todos líricos boêmios de
serenatas.
Para
o nosso gáudio e orgulho, a TROVA é, hoje, o único gênero exclusivo da língua
portuguesa. Este notável e popular poema, a partir de 1950, ganhou realce através de um movimento cultural chamado
TROVISMO, palavra essa criada pelo poeta e político J.G. de Araújo Jorge (já
falecido) . Coube ao escritor Eno Teodoro Wanke
publicar, em 1978 , o livro “O Trovismo”, que conta a história desse
movimento a partir de 1950 em diante. No ano de 1980, surge um novo movimento
em torno da renovação da trova, chamado de NEOTROVISMO, criado por Clério José
Borges do Clube dos Trovadores Capixabas-CTC.
Esse movimento chegou a realizar 20 seminários nacionais da trova no
Estado do Espírito Santo, e o seu presidente, Clério, realizou
palestras praticamente em todas
as cidades brasileiras, sempre no
intuito de promover e difundir a trova, que já gozava de grande popularidade.
5. CRIAÇÃO DA UBT – UNIÃO BRASILEIRA DOS
TROVADORES.
Em 1959, o dentista carioca Gilson de Castro, que adotou o pseudônimo de
Luiz Otávio, juntamente com J.G. de Araújo Jorge, e com o favorecimento do
jornal carioca “O GLOBO”, promoveram os primeiros jogos florais de Nova
Friburgo, que se constituírm num marco inicial para o fortalecimento literário
deste movimento, que ganhou amplitude e esmerada organização como nunca se vira
na história da literatura deste país.
Os
jogos florais gozavam de muita popularidade na Idade Média. Era um torneio
cultural que se realizava anualmente. Esses jogos se baseavam em tradições oriundas da Roma Antiga, e, na França, em
Tolouse, era onde aconteciam tais jogos.
O
nome “Jogos Florais” fora dado a esse torneio, por ser realizado em plena primavera, envolvendo diversas modalidades
literárias, e, sobretudo, por oferecer,
aos vencedores do certame, prêmios (troféus) em forma de flores.
Após os Jogos Florais realizados em 1959, inúmeras outras cidades
passaram, também, a promover essa brilhante e popular competição, que visa,
acima de tudo, congregar e
confraternizar os trovadores, nesse
evento alegre e festivo de ares
trovadorescos.
Quanto a Luiz
Otávio, podemos dizer que ele foi o grande entusiasta da trova, em nosso
meio, um Mecenas até. Em 1960, após
participar de um Congresso do GBT – Grêmio Brasileiro de Trovadores, Luiz
Otávio cuidou de implantar uma série de seções dessa entidade no Sul do Brasil.
O seu trabalho incansável, em prol da trova, foi reconhecido pela
Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo que, através de decreto-lei,
oficializou e institucionalizou o dia 18
de julho, dia do nascimento do referido poeta, como o DIA DO TROVADOR. Luiz Otávio nascera no Rio de Janeiro, no dia
18 de julho de 1916, e falecera em 31 de janeiro de 1977, na cidade Santos. Ele
foi o fundador e primeiro presidente da UBT – União Brasileira de Trovadores,
hoje espalhada por todo o território nacional, com aproximadamente duzentas
representações – seções e delegacias – além de dezesseis representações no
exterior.
Em 1960, em congresso de trovadores realizado em São Paulo, foi eleita a
família real da trova, sendo que, Luiz Otávio, recebeu o honroso título de o “Príncipe dos Trovadores”. Luiz
Otávio publicou diversos livros de trova
e poesia e compôs os hinos, como o “Hino dos Trovadores” e o Hino dos
Jogos Florais”, utilizados até o presente.
A UBT fora criada no dia 21 agosto de 1967.
6. FUNDAÇÃO DA UBT – NO CEARÁ.
UBT – Secção de
Fortaleza-CE foi fundada em 11 de
novembro de 1969, e, dentro de pouco menos de dois meses, completará 45 anos de
laboriosa e triunfante existência. O primeiro presidente foi Santiago Vasques
Filho e mais vinte e dois poetas, que, em reunião histórica, na Casa Juvenal Galeno, criaram,
oficialmente, a UNIÃO BRASLEIRA DE TROVADORES – Secção de Fortaleza-CE.
Um nome que merece destaque é o de Fernando Câncio Araújo, o qual se fez
um grande e atuante presidente da entidade por longos
vinte anos, dedicando-se com paixão e denodo à trova, usando toda a sua
sabedoria e carisma para cada vez mais elevá-la e promovê-la, em nosso meio.
Outro não menos destacável Presidente é o Cel. Gutemberg Liberato de
Andrade, que ocupou a entidade por quatro mandatos, com extraordinária
capacidade de trabalho, dado o seu dinamismo, eficiência e criatividade no
comando da UBT. Gutemberg é, hoje,
Presidente de honra da UBT/CE. Fundou delegacias e secções e é o
atual presidente do Conselho Estadual da
UBT, tendo direito a voto na UBT
Nacional. Durante as suas gestões, chegou a escrever o livro DOCUMENTOS, que se
constitui numa fonte fidedigna de pesquisa e, como o título indica, de cunho
documental. Foi, também, o criador do Estandarte da UBT. Graças à sua brilhante
e profícua atuação, a UBT, hoje, goza, grande conceito, e figura, no Nordeste,
como a única que está devidamente
regular, por cumprir todas as exigências determinadas pela UBT Nacional. Deixo, a este nosso amigo,
Gutemberg, aqui presente, em nome dos
trovadores, o nosso grande reconhecimento
e gratidão pelo seu trabalho belíssimo que prestou e ainda presta
à querida UBT.
O ilustre Jornalista e trovador – VICENTE ALENCAR – é o nosso atual
Presidente. Com bastante empenho e dedicação, ele vem conduzindo, satisfatoriamente, os destinos de nossa querida entidade, que
tem como Patrono o divino poeta e trovador – SÃO FRANCISCO DE ASSIS.
CONSIDERAÇÕES FINAIS.
Ao
encerrar esta palestra, não poderia deixar de citar a célebre
frase do grande escritor Jorge Amado , sobre a Trova: “ Não pode haver criação literária mais
popular, que fale mais diretamente ao coração do povo do que a trova. É através
dela que o povo toma contato com a poesia e sente sua força. Por isso mesmo, a
trova e o trovador são imortais”.
Desejo ressaltar que, foi muito bom e prazeroso pesquisar sobre a Trova,
conhecer um pouco mais do seu histórico, de sua origem, e do seu alto poder de
magia que ela exerce sobre cada um de nós. Este pequenino, mas grandioso poema
merece, sem dúvida, real destaque no cenário da literatura brasileira. A trova
e o soneto, para mim, representam os mais belos tipos de poema. Por eles tenho
a maior predileção. Aprecio, dos
célebres autores, essas primorosas
composições. Passarei a ler, agora, algumas trovas famosas, da autoria de
notáveis poetas, que já partiram para o além, mas, em razão de a trova e o
trovador serem imortais, eles aqui são relembrados e como que ressuscitados por
força da beleza de suas divinas produções literárias. Da mesma forma, lerei
trovas de alguns grandes trovadores atuais, dos meus diletos amigos, companheiros
da nossa gloriosa UBT Fortaleza, para prestigiá-los, já que essa palestra gira
em torno da trova e do trovador.
Encerro esta minha palestra invocando as bênçãos do nosso Patrono SÃO
FRANCISCO DE ASSIS sobre todos nós e, em especial, para todos os trovadores do
Brasil e do mundo inteiro.
Muito Obrigado
João Udine Vasconcelos.
sábado, 5 de outubro de 2013
AJEBIANAS DO CEARÁ - NEIDE AZEVEDO LOPES
NEIDE AZEVEDO LOPES
CONSELHO DA DIRETORIA
Maria Neide Azevedo Lopes, NEIDE AZEVEDO. Advogada e poetisa. Presidente da Academia Cearense da Língua Portuguesa (2004 - 2005), Vice-Presidente da Associação de Jornalistas e Escritoras do Brasil - secção do Ceará - AJEB. Lançou em 1981 o livro de poemas Uma Pausa, uma luz e, em 2001, sua segunda obra, O Resvalar do Sonho. Em recente estudo - Diretrizes da Linguagem Poética - o acadêmico F.S do Nascimento, da ACLP, ressalta a poética das escritoras Neide Azevedo, Beatriz Alcântara, Regine Limaverde, Giselda Medeiros e Rita de Cássia, intitulando-as “Quinteto Drummondiano”. Detentora das menções honrosas no “Prêmio Ideal Clube de Literatura” (2002 , 2004 , 2005 , 2006 e 2007) nas categorias Crônica e Poesia. Voluntária da RFI CC.
AJEBIANAS DO CEARÁ - NEIDE FREIRE
NEIDE FREIRE
CONSELHO DA DIRETORIA
Raimunda Neide Moreira Freire
Professora, bacharela em Teologia, pela Faculdade Universal de São
Paulo. Detém, dentre outros, o troféu Monsenhor Tarciso Melo, outorgado pela Prefeitura de Ubajara (2001).
Publicou Acendalhas (crônicas e
poemas) e Poemas e Lembranças. Seu nome é verbete do Dicionário de Literatura Cearense,
Dicionário de Mulheres, Cearenses Notáveis e Ensaios e Perfis. Pertence
à Ala Feminina da Casa de Juvenal Galeno (da qual foi presidente), Academia de
Letras dos Municípios do Estado do Ceará e à Associação de Jornalistas e
Escritoras do Brasil – AJEB/CE. É sócia correspondente da Academia Literária
Feminina do Rio Grande do Sul e da Academia Irajaense de Letras –RJ.
AJEBIANAS DO CEARÁ - MARIA HELENA MACEDO
MARIA HELENA MACEDO
CONSELHO DA DIRETORIA
Maria Helena do
Amaral Macedo.
Pertence à Academia
Feminina de Letras do Estado do Ceará e à Associação de Jornalistas e
Escritoras do Brasil (AJEB-CE). Obras publicadas: O Mundo Poético de Maria Helena (1998),
O
Mundo Poético de Maria Helena em Caminhos de Estrelas e Saudades (2004),
Relembranças
(2006). Participa de todos os volumes de Policromias; da antologia
nacional AJEB Letras; da coletânea
Fauna
e Flora nos Trópicos, dentre outras.
AJEBIANAS DO CEARÁ - FRANCINETE AZEVEDO
FRANCINETE AZEVEDO
CONSELHO DA DIRETORIA
Francinete de Azevedo Ferreira.
Nasceu em
Fortaleza. Formada em Letras pela Universidade Federal do
Ceará. Membro efetivo de várias entidades: Ala Feminina da Casa de Juvenal
Galeno, Academia de Letras dos
Municípios do Estado do Ceará; Academia Cearense de Retórica; Academia Feminina
de Letras do Ceará; União Brasileira de Trovadores, seção de Fortaleza; Associação
de Jornalistas e Escritoras do Brasil/CE; COOPCULTURA. Produção literária: Ciranda
de Emoções (em parceria com Ezequiel Pinto de Souza); Tributo
a um Semeador de Cultura (em
parceria com Benildes Batista); Histórias da Tia Nete (em dois
volumes); Histórias da Tia Nete no Reino dos Verdes Mares; Para
Quem Ama (poemas); Vovó Anastácia e as Mulheres Guerreiras
Abolicionistas.
AJEBIANAS DO CEARÁ - ILNAH SOARES
ILNAH SOARES
CONSELHO DA DIRETORIA
Maria Ilnah
Soares e Silva
Nasceu em Fortaleza-CE no dia 29 de julho de 1928. Médica,
formada pela Faculdade de Medicina da Universidade da Bahia, tendo-se iniciado
profissionalmente em Ibiapina, cidade interiorana da Serra da Ibiapaba, no
Ceará.
No Ex-INAMPS
- Fortaleza, exerceu Clinica Geral, foi Supervisora de Hospitais e teve Chefia
em Postos Ambulatoriais de Clínicas, no Ex- IAPB.
Frequentou
Congressos Internacionais, inclusive o da UMEAL (União de Médicos Escritores e
Artistas Lusófonos).
Participou
das diretorias da Sobrames Nacional, AJEB e U.B.T. Colaboradora, em todas as Antologias
da SOBRAMES, AJEB e das Revistas Literapia e ALMECE.
Publicou os
livros: Eflúvios D’alma, em 2001 e Washington Soares – Fragmentos de uma Vida,
em 2005.
AJEBIANAS DO CEARÁ - IONE ARRUDA GOMES
IONE ARRUDA GOMES
CONSELHO DA DIRETORIA
Ione Arruda Gomes.
Professora. Tem Curso de Extensão Universitária de Antropologia
Física e Cultural. Curso de Pedagogia pelo INEP. Escritora com 4 livros
publicados. Europa Esplêndida recebeu Menção Honrosa no Prêmio Estado do
Ceará. Sócia titular da Ala Feminina da Casa de Juvenal Galeno e da Academia
Columinjubense de Ciências, Artes e Letras; Sócia Emérita da Academia de Letras
dos Municípios do Ceará; Sócia Efetiva da Academia Feminina de Letras do Ceará.
Pertence à AJEB, ACLA, PAI, ACI. É verbete em vários dicionários, dentre os
quais, Dicionário Crítico de Escritoras Brasileiras, de Nelly Novais
Coelho (SP). Faz parte de todas as antologias da AJEB e da ALMECE.
Personalidade em Destaque da Ala Feminina da Casa de Juvenal Galeno ao
completar 28 anos de boa frequência e Diploma de Honra ao Mérito, da AJEB, ao
contemplar 30 anos de dedicação a esta Associação.
sexta-feira, 4 de outubro de 2013
AJEBIANAS DO CEARÁ - ARGENTINA ANDRADE
ARGENTINA ANDRADE
2ª TESOUREIRA DA AJEB-CE
MARIA
ARGENTINA AUSTREGÉSILO DE ANDRADE.
Nasceu em Sobral-CE. Formada em
Administração de Empresas (UECE). Bacharelado em Geografia (UECE). Licenciatura
Plena em Geografia (UECE). Licenciatura em Música (UECE). Francês pela Cultura
Francesa (UFC) e Curso de Português. Escritora, poetisa, trovadora e artista
plástica (pintura, tela, porcelana e escultura). Autora de Gotinhas de Luz, além de diversos artigos em jornais, revistas e
coletâneas. Pertence às seguintes entidades culturais: Academia Feminina de
Letras do Ceará. Conselheira da Academia de Letras e Artes do Ceará. Sócia
Efetiva da Associação de Jornalistas e Escritoras do Brasil-CE. Conselheira da
União Brasileira de Trovadores – Fortaleza. Presidente da Academia Feminina de
Letras do Ceará, Vice-Presidente da Ala Feminina da Casa de Juvenal Galeno,
Secretária do Conselho Estadual da UBT do Ceará e 2ª Tesoureira da AJEB-CE.
AJEBIANAS DO CEARÁ - MARIA DO CARMO FONTENELLE
MARIA DO CARMO FONTENELLE
ATUAL 2ª SECRETÁRIA DA AJEB-CE
Sócia efetiva da Academia
Fortalezense de Letras, da Ala Feminina da Casa de Juvenal Galeno e da
Associação de Jornalistas e Escritoras do Brasil-AJEB-CE.
È autora do livro Pioneiras
em Evidência.
Seu nome consta do Dicionário de Mulheres (RS) – de Hilda
Flores.
• Participa de
várias antologias e coletâneas.
Recebeu menção honrosa em concurso de contos em
Algarve/Portugal. Detém várias medalhas.
AJEBIANAS DO CEARÁ - REJANE COSTA BARROS
REJANE COSTA BARROS
ATUAL 1ª SECRETÁRIA DA AJEB-CE
REJANE COSTA
BARROS
Nasceu em Fortaleza-CE em 9
de dezembro; filha de Antonio Eliseu de Barros Filho e Maria Geisa Costa
Barros. Formada em Letras, é pesquisadora e revisora.
Com trabalhos
publicados em diversas Antologias e Coletâneas, é detentora de vários prêmios,
em concursos de poesias e trovas.
Sócia da
União Brasileira de Trovadores-UBT, secção de Fortaleza-CE; sócia efetiva da
Ala Feminina da Casa de Juvenal Galeno, sócia efetiva da Associação de
Jornalistas e Escritores do Brasil - AJEB, coordenadoria do Ceará, sócia
acadêmica da Academia Feminina de Letras do Ceará – AFELCE.
Presta
serviço de assessoria parlamentar na Assembleia Legislativa do Estado do Ceará.
AJEBIANAS DO CEARÁ - ZENAIDE BRAGA MARÇAL
ZENAIDE BRAGA MARÇAL
ATUAL 2ª VICE-PRESIDENTE DA AJEB-CE
Zenaide Braga
Marçal
Natural de Fortaleza-CE. 2ª Vice-presidente da Associação de Jornalistas
e Escritoras do Brasil – AJEB-CE. Membro da UBT – União Brasileira de
Trovadores; Sócia Honorária da Academia de Letras dos Municípios do Estado do
Ceará – ALMECE; Faz parte do Movimento Cultural Terça-Feira Em Prosa e Verso;
Tem participação em várias antologias e jornais literários. Obteve 1°. Lugar (Poesia) no Concurso
Literário “Amor, Música e Poesia”; 2°. lugar (Poesia) no II Concurso Literário
“ Professora Edith Braga” – promovido pela AJEB; 3° lugar no Concurso Prof.
Costa Matos – Poesia – 2009, da Academia de Letras e Artes do Nordeste – ALANE. Foi presidente da AJEB-CE. Participa das coletâneas Policromias e da Antologia Nacional AJEB - Letras
AJEBIANAS DO CEARÁ - EVAN BESSA
EVAN BESSA
ATUAL 1ª TESOUREIRA DA AJEB-CE
Maria Evan Gomes Bessa
Pedagoga, formada em Letras com especialização em Literatura luso-brasileira.
Publicou oito livros infantis, dois de poesia e um de crônica. Faz parte da
Academia Feminina de Letras do Ceará, da Ala Feminina da Casa de Juvenal
Galeno, da Associação de Jornalistas e Escritoras do Brasil e da Rede de
Escritoras Brasileiras – REBRA. Lançou "Estação Outonal - Poesia" e um livro de Contos.
AJEBIANAS DO CEARÁ - MARIA LUÍSA BOMFIM
MARIA LUÍSA BOMFIM
ATUAL 1ª VICE-PRESIDENTE DA AJEB- CE
Maria
Luísa Silva Bomfim
nasceu em Fortaleza-CE.
Escritora, poetisa, professora, advogada. É sócia
efetiva da Associação de Jornalistas e Escritoras do Brasil (AJEB-CE) e da Academia de Letras dos Municípios do Estado do Ceará - ALMECE.
Participa do Grupo de Leitura “As Traças”. Co-redatora do informativo
“Traçando”. Sócia fundadora do Grupo Lítero-musical “Arteculando”. Publicou Poeira
de Estrelas (poesia – 2004). Tem trabalhos publicados em várias antologias,
coletâneas e informativos, inclusive em Policromias e AJEB Letras. Foi Presidente da AJEB - Coordenadoria do Ceará.
AJEBIANAS DO CEARÁ - NIRVANDA MEDEIROS
NIRVANDA MEDEIROS
PRESIDENTE ATUAL DA AJEB - COORDENADORIA DO CEARÁ
Maria Nirvanda
Medeiros nasceu em Camocim – Ceará.
Pedagoga com especialização em Administração Escolar e Supervisão
Escolar. Pós- graduada em Psicopedagogia. Escreveu vários artigos, publicados
em revistas, jornais e livros. Sempre profere palestras. Em 1985, publicou
o livro DOMADORAS 100%. É acadêmica –
cadeira número 25 - da Academia
Leonístíca de Cultura do Ceará, da qual foi Presidente (biênio 2004/2005).
É membro
da Academia Feminina de Letras, Academia Metropolitana de Fortaleza. Em 2008 publicou o livro Navegar Pela Vida; em 2005, organizou e participou de artigos do
livro Rememorando Dias Felizes.
É membro ativo da ALFE (Associação
Lojista Feminina). Foi Diretora Cultural, tendo coordenado quatro Revistas da
ALFE. Ex- Presidente da ACEPEME – Associação Cearense das Pequenas e Médias
Escolas. Membro Ativo da AJEB (Associação
de Jornalistas e Escritoras do Brasil, sendo Presidenta atual – biênio
2012/2014. Foi ex-Diretora do Instituto Educacional O Brasinha. É
Companheira Leão, tendo sido, em
2005/2006, Presidente do Lions Clube
Fortaleza – Fátima.
AJEBIANAS DO CEARÁ - GISELDA MEDEIROS
GISELDA MEDEIROS
PRESIDENTE DE HONRA DA AJEB-CE
Giselda Medeiros
Nasceu em Prata-Acaraú-CE. Graduadaem Letras. Professora de Língua Portuguesa e
Literatura Brasileira. Membro da Academia Cearense de Letras, Academia Cearense
da Língua Portuguesa, Academia Fortalezense de Letras, Academia de Letras e
Artes do Nordeste, Sociedade Amigas do Livro, Associação de Jornalistas e
Escritoras do Brasil, da qual foi Presidente Nacional (2002/2006), da União
Brasileira de Trovadores - seção Fortaleza, da Associação Brasileira de
Bibliófilos e da Ala Feminina da Casa de Juvenal Galeno. Ostenta o título de
Princesa dos Poetas do Ceará.
Nasceu em Prata-Acaraú-CE. Graduada
Obras publicadas: POESIA: Alma Liberta (1986), Transparências (1989), Cantos Circunstanciais (1996), Tempo das Esperas (2000) e Ânfora de Sol (2010). PROSA: Sob Eros e Thanatos (2002), Crítica Reunida (2007).
Prêmios literários: “V Prêmio
Literário Cidade de Fortaleza - Categoria Conto” (1995); “IV Concurso Nacional
de Crônicas - Brasília – DF” (1995); “II Prêmio Ceará de Literatura” 1995); “Prêmio
Osmundo Pontes de Literatura – Poesia” (1999); “Prêmio Henriqueta Lisboa” e “Prêmio Lacyr Schettino – Poesia”
(MG, 2003), “Prêmio Lúcia Fernandes Martins de Poesia” (2008), “XV Prêmio de Poesia Falada do Norte e
Nordeste – SE”, dentre outros.
Medalhas:
Medalha E. D’Almeida Vitor –
Conselho Editorial da Revista Brasília – DF;
Medalha e Diploma do Centenário da Academia Paraense de Letras –
Belém, 2004; Medalha Carlos Drummond de
Andrade – outorgada durante o I
ENOAL (Encontro Norte/Nordeste de Autores Literários) – Natal/RN
– 2003; Medalha e Diploma
Sesquicentenário do Barão de Studart – Academia Cearense de
Letras no Estado do Rio de Janeiro – 2006.
Seu nome é verbete no Dicionário de Mulheres – Hilda Flores – RS
Também no Dicionário Crítico de Escritoras Brasileiras – Nelly Novaes
Coelho – SP
Fortuna
Crítica de Giselda Medeiros
De nome firmado em nosso meio intelectual como poetisa de ousados
lampejos, Giselda Medeiros fazia por merecer as louvações a esses atributos
sensitivos, usando diferenciado instrumental de transmutação enlevatória dos
signos expressos em sua linguagem versificada. Em contínuo avanço nessa área da
estética literária, a poetisa Giselda Medeiros chegaria ao Tempo das Esperas,
com mais esse acervo de poemas modernistas fazendo jus, em 1999, ao Prêmio
Osmundo Pontes destinado ao gênero de sua maior produtividade intelectual.
F. S. Nascimento
Os contos de Sob Eros e Thanatos são polifônicos:
enquadram-se, ora, no gênero fantástico; mas, também, estabelecem, aqui e ali,
diálogos com o maravilhoso – muito presente nas narrativas latino-americanas,
em que a realidade histórica ou social está aliada a um mundo mágico –; há os
textos alegóricos; e, ainda, os que nascem da colheita dos grãos cotidianos,
sofrendo tênue transfiguração: a angústia de um pai pela impossibilidade de
reencontrar os filhos que com ele dividem a ceia; a alma da família aprisionada
nos retratos; o homônimo do professor machadiano; os desastres de Lúcia; a fome
de uns olhos; o milagre do Natal; a verdade inescrutável do rabecão; a epifania
de um furto; um rouxinol guardião da beleza; o discurso das flores; a cegueira
do mar; os investimentos de Leila...
Carlos
Augusto Viana
Com o livro Sob Eros
e Thanatos, Giselda Medeiros apresenta um universo de personagens
multiformes, sejam femininos, sejam masculinos, quer adultos, quer crianças,
todos muito bem desenhados, e os mostra em situações às vezes próximas do
irreal ou do fantástico, mas sempre tendo como objetivo pintar a alma humana.
Por outro lado, a contista manipula a linguagem da prosa ficcional como os bons
prosadores, utilizando a narração tanto em primeira como em terceira pessoa com
a mesma desenvoltura.
Nilto Maciel
Aos contos de Giselda Medeiros não lhes cabe a denominação de lineares ou de histórias
concretas para serem lidas e narradas oralmente, pelas calçadas ou em círculos
de pessoas. Os cenários e motivos ou, melhor dizendo, os pretextos são
materiais e concretos: a pousada. A casinha da esquina. A fogueira. A lagoa. A
pescaria. A serpente. As flores. A surpresa é que a Autora faz pouquíssimas
referências (descrições) à pousada. À lagoa. À fogueira. À casinha da
esquina... O leitor vai perceber o pulo rápido e espontâneo e sutil do concreto
para o abstrato. Do motivo concreto e particular para o universal. Do palpável
ao imaterial. É o aproveitamento do cenário da pescaria, por exemplo, para a
fundamentação da traição e para dizer da força do sexo proibido. A serpente é
só o pretexto para o aguçamento do desejo sexual e sua concretização.
Dias da Silva
A temática envolve
sobretudo a vida, diante da tragicidade do destino do homem, ser inconcluso
cuja sina é sempre uma trágica incógnita.
A poetisa é consagrada.
E a contista, não tenho dúvidas, terá o mesmo destino. Simplesmente porque é
grande!
Genuíno Sales
Tempo das Esperas é
o seu último livro de poemas e com ele Giselda se inscreve entre os melhores
poetas de sua geração. Nele a poetisa fala dos motivos e das causas primeiras
de sua criação, assim como dos elementos e ritmos que os deuses lhe autorizaram
louvar, pois o seu canto, em essência, é um ponto de equilíbrio entre a criação
e a louvação, entre a solidão e a paisagem, entre o amor e a poeira do caos que
se planta gravada na memória.
Dimas Macedo
Sua poesia reflete as
angústias do tempo presente, inclusive as expectativas do homem finissecular,
dilacerado por conflitos de toda ordem, que lhe atingem o corpo e a alma. Mas a
sua poesia também canta a esperança, os crepúsculos e alvoradas cósmicas. E
canta sobretudo as aleluias do amor, mostrando assim que o ser humano, qualquer
que seja a situação em que se encontre, pode alçar vôo para as regiões mais
altas do sonho.
Francisco Carvalho
Vejo-a, portanto, como
uma autora em permanente ascensão, cuidando, com seriedade, de seu ofício. O
ofício de ser intérprete do espírito humano, numa época a um só tempo gloriosa
e terrível, como a que vivemos. E sabe tirar proveito, sempre, de seu
comprovado talento, sendo uma das poetisas de maior expressão, nos dias que
passam, na Literatura do Ceará.
Artur Eduardo
Benevides
No livro Transparências, encontro uma
poetisa que domina o instrumental poético, sabendo trabalhar tanto o verso
livre quanto o verso medido, este notadamente nos sonetos, coisa não muito
comum nos poetas que vão surgindo ultimamente.
Sânzio de Azevedo
Com dois livros de poemas publicados, numa
seqüência ascensional, sua trajetória luminosa e lídima alcança, agora, com Cantos
Circunstanciais, alturas estelares. Versejando com fluência e desembaraço
em todos os ritmos, Giselda Medeiros conquistou o seu lugar ao sol no cenário
poético da terra alencarina.
Ferreira Nobre
Giselda já firmou
definitivamente o seu nome como poetisa e já se revelou, de permeio, como uma
das nossas contistas mais imaginosas. Contista da condição humana e do
imponderável, onde Eros e Tanatos se abraçam. Poetisa também de escol, que paga
tributo à lírica e à arte literária de qualidade estética relevante. Crítica
Reunida é o livro da sua diversidade e do seu engenho sofisticado e mais
ambicioso. Sei que falar em ambição, no caso de Giselda, é agredir um pouco à
sua sensibilidade e à sua leveza. Mas a sua ambição literária se fez exatamente
contra a sua vontade, e se fez exatamente a partir da sua discussão e da
sutilidade com que dissemina no texto que elabora as marcas inconfundíveis do
seu tirocínio teórico.
Dimas Macedo
Inclinando-se para a
elegia, a poesia de Giselda Medeiros segue a linha do sofrimento amoroso de uma
Florbela Espanca e lembra em alguns aspectos a suavidade do poetar de uma
Cecília Meireles, mas sempre mostrando a necessária criatividade, portando uma
imagística criativa e impregnando-se de uma sensualidade entre contida e
instigante. Encontra-se nessa poesia a construção de um “claro enigma”, em que
o hermético não se instaura, pois a autora acena com pistas clarificadoras de
um sentido subjetivo. A dor causada por adversidades opõe-se, entre os versos,
ao prazer amoroso, sempre implícito, pois esse apenas se vislumbra como desejo
tormentosamente irrealizado.
Linhares Filho
José
Telles
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