tinha uma casinha feliz
um cacto mal desenhado
do lado esquerdo um sol
ao fundo uma bananeira
com um coração flechado
que eu nem sabia de quem
O caminho traçado a lápis
ia dar bem no jardim
de onde um gato espreitava
entre os cheiros de jasmins
Por trás da casinha feliz
subia um coqueiro alto
ia bater lá no céu
juntava-se às nuvens
que ameaçavam chover
Chovia quando eu queria
nos desenhos que eu fazia
sol e lua se encontravam
e tudo se harmonizava
num contorno de alegria
Do meu grafite saía
tanta coisinha bonita
que me dá saudade agora
meu pai, minha mãe eu fazia
todos de pernas finas
e eu ficava no meio
ao redor os meus irmãos
ninguém tinha ido embora
Meu caderno de infância...
dobrei todas as páginas
que é pra ninguém fugir
metade do eu ser no mundo
ficou naqueles grafites
de onde eu nunca saí...
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