Sobre O Título de Príncipe das Artes
sábado, 22 de outubro de 2016
PRÍNCIPE DAS ARTES - POR ROSA VIRGÍNIA, 2ª SECRETÁRIA DA AJEB-CE
Sobre O Título de Príncipe das Artes
A Cássio Murilo Coelho Cavalcante
“De todas as coisas
humanas, a única
que tem o fim em si mesma é a arte.”
Machado de Assis
Compreendo
que não são somente os destinados ao Trono Real e nobreza os que recebem este
título. Na perspectiva cultural o termo Príncipe foi usado a primeira vez pelo
Imperador Augusto no ano de 27 a.C. Que significa o primeiro entre pares ou
cidadãos. E Arte é uma grande variedade de linguagens…. Trago aqui, a minha
opinião de que a arte é a lapidação do espírito de Deus em nós! Contudo, para
fundamentar exponho como referência Schelling ao dizer que o mundo é um “poema”
quando o autor busca a beleza. Lukács, ao pensar a arte como “um reflexo
da realidade”. Vejo Goethe, ao referir-se “Só a arte permite a
realização de tudo o que na realidade a vida recusa ao homem”.
Picasso, nos revela “Em arte, procurar não significa nada. O importante é
encontrar.” Oscar Wilde, nos conta “A finalidade da arte é,
simplesmente, criar um estudo da alma.” Em Nietzsche “Temos a arte para não
morrer da verdade.” Simone de Beauvoir “É na arte que o homem se
ultrapassa definitivamente.” Sebastião Salgado nos ensina “Você não fotografa
com sua máquina. Você fotografa com a sua cultura.” Creio que essas
ideias traduzem porque criei, indiquei e solicitei o título a Academia de
Letras Juvenal Galeno, obtendo aprovação, concedido a outorga em 24 de setembro
de 2016.
Cássio
Cavalcante, foi pensado por seu destacado trabalho em prol da comunidade
acadêmica, valoroso desempenho em cultura clássica e popular, presente em todas
as vertentes da intelectualidade contemporânea, disseminando esses valores nos
maiores veículos de comunicação do país.
Sendo assim, expressão que inspira e recria as percepções, emoções e ideias do
mundo artístico. Como homem que se faz instrumento da arte no cenário histórico
por onde passa, ambientando a palavra em sensibilidade, sua dedicação à
literatura e afinidade em que exprime desde as tradições até as relações da
modernidade líquida.
Cássio Murilo Coelho Cavalcante é
cearense, jornalista, escritor, radicado em Pernambuco há mais de 20 anos. Teve
seu início na literatura como contista, com a publicação do conto Meu Primeiro
Milhão na revista Caruaru Hoje, em outubro de 2005. Membro da União
Brasileira de Escritores em Pernambuco. Pertence as Academias: Recifense de
Letras, ocupando a cadeira n° 01 (PE); Olindense de Letras, ocupando a cadeira
de n° 20 (PE); de Artes, Letras e Ciências de Olinda, ocupando a cadeira de n°
21 (PE); de Artes e Letras de Pernambuco, ocupando a cadeira n° 10; Acadêmico
Correspondente da Academia de Letras e Artes de Fortaleza (CE); Academia de
Letras Juvenal Galeno (CE) e Academia de Letras do Brasil na cadeira de n° 01
(SP). Faz parte da Delegação no Brasil da Academia de Letras e Artes Valparaíso
(CHILE). Membro da Sociedade dos Amigos da Biblioteca Pública do Estado de
Pernambuco. Pertence a Associação da Imprensa de Pernambuco.
O
Título Príncipe das Artes, a rigor abraça as amplitudes percorridas por Cássio
em seu convívio com os artistas e as Artes, em seus perfis estéticos, múltiplos
e transcendentes nos movimentos modernos. Cássio se faz caminho da linguagem
dos secretos encontros da alma com a arte. Detentor das comendas: “Luís Vaz de
Camões” pelo Núcleo de Letras e Artes de Lisboa; “Ubiratan Castro” pela Casa do
Brasil na Áustria e “Marechal Floriano Peixoto” pela Associação de Escritores e
Artistas.” Personalidade da Neolatinidade concedida pelo Conselho Consultivo do
Movimento Festival Internacional de Culturas, Línguas e Literaturas. É verbete
do Dicionário Cravo Albim da Música Popular Brasileira. Biógrafo da cantora
Nara Leão.
Seu
“Tratado Literário” mergulha onde estão as pessoas, sobre o mar, na terra e no
céu, neste horizonte do espírito vai construindo sua memória de história e do
mundo, na centelha das chamas das ideias socioculturais. Sendo presença
constante nos eventos da literatura, entre estes: Festa internacional de
Pernambuco, Feira Literária do Vale do Ipojuca, Curador do Festival de
Literatura da livraria Jaqueira, Festa Literária de Marechal Deodoro, Feira
Literária de Boqueirão, Festa internacional de Paraty, Bienais em Recife e
Cachoeiro de Itapemirim.
Quero
lembrar a solidão que acompanha os escritores, os artistas, em Hannah Arendt,
como solicitude, que significa o ato de pensar, mas que nunca é realizado
inteiramente sem um parceiro ou companhia. Nesta pluralidade, o escritor Cássio
carrega-se de ternos amigos, a quem lembro um dos seus, Ferreira Gullar ao
reportar-se “A Arte existe, porque a vida não basta!”
Quero
lembrar que as metáforas que utilizo são apenas para explorar às perguntas dos
mais sensíveis ou as respostas aos mais críticos. A palavra do nobre Jornalista
caminha no seu curso esplendoroso a unir-se com nomes e destinos neste ciclo
que lhe é fonte de prazer a contemplar-lhe os sentidos de cada Outono a se
cumprir. Neste exercício é editor do Jornal Folha Cultural e do Blog “Papo de
Domingo”. É coordenador do programa
Arte em Pernambuco no Cultura Nordestina, Letras & Artes (PE), é um dos Coordenadores do Sarau
da Cidade – Estação Gravatá (PE).
Pois como nos diz Albert Camus: “O
Outono é outra primavera, cada folha uma flor”.
Este
é um Título inovador, que cumpre a missão de reconhecimento por Cássio
promover, revigorar os laços humanos de todos as artes no privilégio de
acreditar nas mensagens escritas, as esculpidas, pintadas, musicadas,
fotografadas, se estendem ou estenderão pelo fascínio misterioso da criação
artística, em suas fragilidades de beleza e a eternidade de Deus.
A tese de Croce é de que a arte é “uma
teorese, um conhecer”, que religa o particular ao universo e portanto tem
sempre a marca da universalidade e da totalidade.” Cássio ver o que muitas pessoas não veem e torna possível,
visível aos outros, florescer! Tem o talento de reconhecer os talentosos. Neste
patamar organiza a Antologia dos Sete Pecados Capitais em Prosa e Verso, com 84
escritores de todo o Brasil entre os nomes participantes estão Raimundo Carrero
e Mary del Priore. Do Ceará fazem parte os escritores: Francisco Medeiro
Torres, Rosa Virgínia Carneiro de Castro, Mônica Serra Silveira, Stélio
Torquato, Elinalva Alves de Oliveira, Rejane Costa Barros, Bernivaldo Carneiro,
Célia Oliveira e Rita Atir Guedes.
Agradeço
à Academia de Letras Juvenal Galeno, na pessoa de sua Presidente Dra. Linda
Lemos. A todos aqueles que comungam com o olhar ao Título de Príncipe das
Artes para Cássio Cavalcante. Aos
poetas, escritores e jornalistas meus cumprimentos nas palavras de Pablo Neruda
“A poesia tem comunicação secreta com os sofrimentos do homem”. Aos
cênicos, em Frederico Garcia Lorca “O teatro é a poesia que sai do livro e
se faz humana.” Aos artistas plásticos, saúdo-os em Rodin “Há somente
uma única beleza, a verdade que se revela.” Aos músicos, meus aplausos numa
frase de Bach “Tive que trabalhar duramente. Quem trabalha assim
duramente conseguirá chegar igualmente longe.” Aos cantores na frase
de Nara Leão “Estava a toa na vida/ O meu amor me chamou/ Pra ver a banda
passar/ Cantando coisas de amor.” Aos fotógrafos o meu carinho em Henri
Cartier – Bresson “Fotografar é colocar na mesma linha a cabeça, o olho e o
coração.” Agradeço, em fim a todos que me concederam o privilégio desta leitura
nas palavras de Shakespeare “O amor não se vê com os olhos, vê com a mente,
por isso é cego, é alado e tão potente.” Anexo a este texto uma
resumida Biografia de Cássio Cavalcante.
Rosa Virgínia Carneiro
de Castro.
Sócia-Fundadora da Academia de Letras
Juvenal Galeno – ALJUG – Cadeira N° 04
PERFIL BIOGRÁFICO
Cássio Cavalcante, cearense, jornalista, DRT Nº 5311/ PE,
escritor, radicado em Pernambuco há mais de 20 anos. Teve seu início na
literatura como contista, com a publicação do conto Meu Primeiro Milhão na
revista Caruaru Hoje, em outubro de 2005. Membro da União Brasileira de
Escritores em Pernambuco. Pertence as academias: Recifense de Letras, ocupando
a cadeira de nº 01 (PE); Olindense de Letras, ocupando a cadeira de nº 20 (PE);
de Artes, Letras e Ciências de Olinda, ocupando a cadeira de nº 21 (PE); de
Artes e Letras de Pernambuco, ocupando a cadeira de nº 10 (PE). Acadêmico
Correspondente da Academia de Letras e Artes de Fortaleza (CE), Academia de
Letras Juvenal Galeno (CE) e Academia de Letras do Brasil na cadeira de nº 01
(SP). Faz parte da Delegação no Brasil da Academia de Letras e Artes Valparaíso
(CHILE). Membro da SABEPE – Sociedade dos Amigos da Biblioteca Pública do
Estado de Pernambuco. Pertence a AIP – Associação da Imprensa da Pernambuco.
Outorgado com as comendas: “Luiz Vaz de Camões”, pelo Núcleo de Letras e Artes
de Lisboa; “Ubiratan Castro”, pela ABRASA – Casa do Brasil na Áustria;
“Marechal Floriano Peixoto”, pela LITERARTE – Associação de Escritores e
Artistas. Personalidade da Neolatinidade concedida pelo Conselho Consultivo do
Movimento Festival Internacional de Culturas, Línguas e Literaturas –
Festlatino. É verbete do dicionário Cravo Albim da Música Popular Brasileira. Biógrafo
da cantora Nara Leão, prosador, editor do jornal Folha Cultural. Colaborador
dos Jornais Folha de Pernambuco – Recife (PE), Terra da Gente – Surubim (PE),
Voz do Planalto – Carpina (PE) e Folha do E. Santo – Cachoeiro do Itapemirim
(ES).
Presença constante em eventos literários tais
como: Fliporto, Festa Literária Internacional de Pernambuco (PE); Flipojuca, Feira Literária do
Vale do Ipojuca (PE); Fli Jaqueira,
Festival de Literatura da livraria Jaqueira (curadoria) (PE); Flimar, Festa Literária de Marechal Deodoro (AL); Flibo, Feira Literária de
Boqueirão (PB); Flip, Festa
Literária Internacional de Paraty (RJ);
Bienais em Recife (PE) e Cachoeiro
do Itapemirim (ES).
É coordenador do programa Arte em Pernambuco no
Cultura Nordestina, Letras & Artes (PE),
é um dos Coordenadores do Sarau da Cidade – Estação Gravatá (PE).
Está organizando a Antologia dos Sete Pecados
Capitais em Prosa e Verso, com 84 escritores de todo o Brasil entre os nomes
participantes estão Raimundo Carrero e Mary del Priore. Do Ceará fazem parte os
escritores: Francisco Medeiro Torres, Rosa Virgínia Carneiro de Castro, Mônica
Serra Silveira, Stelio Torquato, Elinalva Alves de Oliveira, Rejane Costa
Barros, Bernivaldo Carneiro, Célia Oliveira, Rita Atir Guedes.
É editor do jornal Folha Cultural que no primeiro
número teve na capa Fagner e do Blog de entrevistas “papo de Domingo”, entre os
entrevistados, Amelinha, Ednardo, Toquinho, Edney Silvestre, Leda Nagle,
Antônio Torres entre outros.
quarta-feira, 19 de outubro de 2016
HOMENAGEM PÓSTUMA À DRA. CELINA CÔRTE PINHEIRO
A Associação de Jornalistas e Escritoras do Brasil - AJEB-CE realizou, em sua reunião ocorrida dia 18 de outubro de 2016, em sua sede, sita no Palácio da Luz, a sua homenagem póstuma à Dra. Celina Côrte Pinheiro, uma de nossas atuantes ajebianas.
A sessão contou com a presença de seu filho, odontólogo Fernando Pinheiro, que, após a homenagem, muito emocionado, agradeceu o carinho da AJEB-CE.
A nossa presidente, Dra. Gizela Nunes da Costa, abriu a sessão, com a saudação que se segue:
HOMENAGEM PÓSTUMA À DRA. CELINA CÔRTE PINHEIRO
Na elaboração da Chapa Papa Francisco,
eleição da AJEB-CE, biênio 2016/2018, convidamos a Dra, Celina Côrte Pinheiro
para compor o Conselho Fiscal da Entidade. O convite foi muito bem-aceito. Mas
no dia da posse da nova Diretoria ela não pôde comparecer por motivos
superiores.
Dra. Celina Côrte Pinheiro é natural
de Ribeirão Preto, São Paulo, nascida em 24 de julho de 1941. Em sua terra
natal graduou-se em Medicina. Fez residência e estágio na Santa Casa de São
Paulo em Ortopedia e Traumatologia. Passou a residir em Fortaleza no ano de
1976. Casou-se com seu colega médico Dr. Wilson Pinheiro e desse enlace
nasceram três filhos: Flávio, promotor de justiça de Icó, Fernando, odontólogo,
e Fabrício, engenheiro que vive na África.
Trabalhou muitos anos na Escola de
Saúde Pública do Estado do Ceará na qualidade de responsável pela seleção dos
residentes. O seu nome consta em todas as entidades nacionais e internacionais
que congregam ortopedistas e traumatologistas.
O ano de 1980 é o marco inicial da
incursão da Doutora Celina no mundo literário. Escreveu artigos no Jornal da
Sociedade de Ortopedia e Traumatologia do Ceará e no Jornal Médico em Revista.
Foi articulista do Jornal O Povo, tendo integrado o Conselho de Leitores do
aludido jornal.
Em 1987 passou a ser sócia efetiva da
SOBRAMES – Sociedade Brasileira de Médicos Escritores – Regional do Ceará,
participando de 20 (vinte) antologias. Exerceu vários cargos na Diretoria.
Presidiu a Entidade em dois períodos: 2012/2014 e 2014/2016. A sua
administração competente foi motivo de reconhecimento de todos os seus pares.
Pertencia a inúmeras Entidades
Culturais, tais como: AFELCE – Academia Feminina de Letras do Ceará, SOBRAMES –
Sociedade Brasileira de Médicos Escritores Regional do Ceará, AJEB – Associação
de Jornalistas e Escritoras do Brasil Coordenadoria do Ceará, ALMECE – Academia
de Letras dos Municípios do Estado do Ceará etc. Além disso, foi agraciada com
diversos prêmios literários.
Celina era uma médica competente e
humana, pintora e desenhista de talento e exímia pianista. Faleceu em
Fortaleza-CE em 03 de agosto de 2016.
Esta é a homenagem póstuma que as
Ajebianas do Ceará prestam à Dra. Celina Côrte Pinheiro, hoje habitante da
dimensão maior onde acreditamos que tenha sido recebida pelo Senhor de braços
abertos.
Obrigada,
Gizela Nunes da Costa
Presidente
da AJEB Coordenaria do Ceará
Em seguida, a ajebiana Zenaide Marçal, foi à tribuna e registrou a sua homenagem:
Celina Côrte Pinheiro e sua lembrança entre nós.
Hoje, nós que fazemos a AJEB, reverenciamos a
memória de Celina Côrte Pinheiro , essa ajebiana que sempre prestigiou
com sua afável presença as nossas
reuniões mensais.
Louve-se a sua fortaleza de espírito na
dedicação ao seu esposo e nosso amigo Dr.Wilson Pinheiro diante das difíceis circunstâncias
que, nesses últimos tempos, a Vida lhe apresentou.
Como se não bastassem as suas ocupações de
médica ortopedista, dedicou-se à literatura, participando, além da AJEB como
sócia efetiva, de várias Associações literárias entre as quais a Almece –
Academia de Letras dos Municípios do Estado do Ceará, e a Sobrames – Sociedade
Brasileira de Médicos Escritores – CE, na qual foi eleita presidente para o
biênio 2012/2014.
Seus escritos, repletos do humor peculiar
aos bons cronistas, se fazem presentes em publicações diversas, de modo
particular nas Antologias das entidades
acima referidas.
Assim, na Sobrames , teve participação
em:
Receitas Literárias, com Modernidades, Marketing às Avessas, Força da Imaginação;
Murmúrios Literários, com O Violino, GPS, Restrições e Exigências;
Ressonâncias Literárias com Síndrome de Popcorn, Zelo excessivo e Mário Gomes, o Poeta da Praça do
Ferreira.
Vale notar que Celina , ao falar do Poeta
da Praça do Ferreira, dá mostra de grande sensibilidade , além de abrir sua alma
de poeta ao compor, em homenagem ao mesmo, o poema que transcrevo a seguir:
Mário Gomes, o Poeta da Praça do Ferreira
“Onde será
que dorme
O poeta
Mário Gomes?
Será nos
bancos compridos
Lá da Praça
do Ferreira?
Ou então sob
as marquises
De tanta
loja faceira?
Será sob a proteção
Das bancas
que vendem revistas
Ou será que
só faz hora
Em frente à
Coluna da Hora
Poetas?
Poetas não dormem
Apenas
adormecem para sonhar poemas...
Na ALMECE,
como representante do município de Aquiraz, publicou A Ponta de um Iceberg,
de onde extraí este trecho: “Havia
uma curiosidade não respondida em meu
íntimo face ao fato de Aquiraz ser
considerada a primeira capital do Ceará” .
Na Antologia
da AJEB, a nossa Policromias que
já atinge o oitavo volume, Celina participou dos três últimos, sendo:
Sexto
volume, com Domésticas;
Sétimo, com Redes Virtuais, De Família, Indiferença;
Oitavo, em 2015, escolheu um escritor de
alta projeção, Rubem Alves, sobre quem escreveu com segurança e competência.
Quanto a ele, diz a saudosa ajebiana:
“ O tempo de sua transmutação chegou,
conforme ele mesmo escreveu um dia: A
alma é uma borboleta... Há um instante em que uma voz nos diz que chegou o
momento da grande metamorfose...”.
E continua Celina: “Eu senti daqui e
lamentei. Mas, por que prantear a ausência
corpórea se seu pensamento permanece imortalizado entre nós?”
É
legítima essa sua afirmação!
Por isto
mesmo posso dizer que sei, que de par com a saudade que sentimos dela, o seu
pensamento, também, permanecerá entre nós através da excelência de sua obra
literária.
Zenaide Braga Marçal
Nossa Secretária, Rejane Costa Barros, reverenciou a memória de Celina, lendo um trabalho de sua autoria e, em seguida, um texto do Dr. Francisco José Pessoa, colega da SOBRAMES.
Estamos nesse momento com a saudade
batendo à nossa porta e pedindo licença para se instalar. Ela se achega para
trazer à tona, a figura terna e doce de nossa amiga, a ajebiana Celina Côrte
Pinheiro. Natural de Ribeirão Preto-SP, ao vir para Fortaleza, tornou-se tão
nordestina como um mandacaru, um pé de juazeiro, uma imagem do Padre Cícero, um
romance de cordel, a sanfona do Rei do Baião.
Celina era competente médica, pintora,
desenhista, escritora e soube recentemente, que era exímia pianista. Gostava de
versar sobre o cotidiano e o fazia muito bem. Externava na pena toda a sua
verve, aguda e luminosa, expressada de um modo todo particular, verdadeiro e
franco.
Seu tom irreverente fazia dela uma
pessoa autêntica e possuía uma qualidade que a maioria dos amigos admirava, era
a de sempre fazer às pessoas, um elogio. Tinha
para dizer, aquela palavra amiga, nos brindava com um sorriso, um afago, um
conselho. Era bom estar perto dela.
Partiu numa quarta-feira de agosto,
logo após seu aniversário. Foi tranquila e com a serenidade dos justos. As
paredes de sua casa, que muitas vezes a viram passar, agora são pedaços de
vida, unidas por argamassa que compartilharam de seu caráter e seu
comportamento irretocável.
Sua alma estava pronta e arrumada para
o encontro com o encantamento que nunca imaginou ser tão rápido. O séquito
celestial a conduziu ao reino iluminado da deusa Minerva, sua morada definitiva
ao lado de anjos, arcanjos, querubins e santos da mais nobre linhagem das
pradarias do universo.
A natureza dotou-a de talento para a
Medicina, para a vida familiar, para caminhar nos trilhos da escrita, com
abnegação e persistência, vocação para o estudo e a consciência do trabalho.
Mas deu-lhe, sobretudo, o dom perfeito do discernimento, a capacidade
extraordinária de distinguir o que era principal do secundário, o transitório
do essencial, a substância da veleidade efêmera.
A partir de agora, em qualquer
latitude da terra quando estivermos mirando o universo em noites mornas de
aconchego, escutaremos cirandas em lentos compassos e saberemos que numa
daquelas estrelas, ela repousa.
Hoje é Dia do Médico e esta homenagem
veio no momento propício. A AJEB Coordenadoria do Ceará sente muito orgulho por
Celina Côrte Pinheiro ter feito parte do quadro de sócias efetivas e tão bem
ter-se destacado e participado ativamente da vida literária de nossa cidade.
Amiga Celina, você agora está
encantada, pairando acima da razão, da lei, da ordem e da desordem humana e
hoje sei que não estou sozinha nesse território da saudade. Desejamos a ti os
versos, os encantos, as orações, a alegria de lembrar os bons momentos vividos
contigo, em sonoros cantos, numa felicidade tímida e resguardada.
Descanse em paz!
Rejane Costa Barros
Fortaleza,
18 de outubro de 2016.
Cada existência terrena que
experimentamos no nosso ciclo ascensional, como espíritos que somos, é coroada
de provas, missões e quitação de débitos contraídos em vidas passadas. Celina
deixou-nos cedo, talvez, por ter cumprido seu estágio com louvor, pois, trazia
consigo um saldo polpudo de qualidades positivas na sua conta bancária
celestial. Mulher de comando, decidida quando tomava para si o timão, sem
perder a suavidade dos gestos e a doçura das palavras, enxergava com a intuição
que sempre lhe servia de azimute, a faixa não com o dizer de chegada, mas, de
ponto de partida. Estava sempre a trabalhar pela causa dos mais necessitados de
conforto espiritual, de carinho familial, de apoio financeiro, enfim, praticava
a verdadeira caridade assim como nos ensinou o Cristo. Celina escritora, fazia
das frases marionetes que bailavam sob os cordéis mágicos de sua pena,
descrevendo cenários e situações com um realismo próprio do século XIX, no
proscênio dos nossos dias. Celina
médica, que deixou marcados com sua sapiência na especialidade e afeto no
trato, tantos residentes seus, hoje colegas de trabalho, que, embora excelentes
especialistas, terão dificuldades em tratar essa fratura que, tenho certeza,
levará tempo para consolidar-se, o seu adeus e a sua saudade. Celina Sobrames,
que fez da nossa associação uma Côrte, por onde desfilaram poetas, escritores e
menestréis, com a fortaleza e exuberância de um Pinheiro, também símbolo da
honradez e da eternidade, verdadeiro paraíso dos escolhidos. Celina espírita,
talvez esse adjetivo seja a nascente de onde brotavam sua sinceridade, sua
simplicidade, sua honradez, sua fé, seu amor ao próximo, sua perseverança, sua
capacidade de perdoar, virtudes que ela exercitou no seu último viver entre
nós. Sinto-me feliz por ter tido o prazer de ter ouvido sua última execução ao
piano e ver o Wilson beijá-la como numa despedida, naquele domingo que eu não
pensei, fosse o derradeiro. Nossas conversas continuarão, minha amiga, e
sabedores que somos de que a vida é eterna, até um dia, mas, que não seja tão
breve. Tome um beijo minha amiga-irmã, acompanhado dessa décima.
A mulher... esse invento acostelado
Que o bom DEUS sabiamente pôs no mundo
Para torná-lo um tanto mais fecundo
E, por fim, para ser mais habitado
Calculou e ficou bem calculado
Como fez com a nossa Presidente
Da Sobrames – Ceará ah! minha gente
Pense numa mulher laboriosa
Tão afável, tão meiga, carinhosa,
Que São Paulo nos deu como presente!
O filho de Dra. Celina Côrte Pinheiro, Dr. Fernando Pinheiro, agradeceu a homenagem e o carinho da AJEB-CE.
Encerrada a primeira parte da pauta, seguiu-se a exposição de livros de literatura infantil, escritos por nossas ajebianas.
Evan Bessa e Francinete Azevedo encenaram trechos do livro "Conversas com a Vovó", de Evan Bessa.
Francinete Azevedo falou sobre sua produção nessa área da literatura.
A seguir houve sorteio de livros e de brindes.
Que o bom DEUS sabiamente pôs no mundo
Para torná-lo um tanto mais fecundo
E, por fim, para ser mais habitado
Calculou e ficou bem calculado
Como fez com a nossa Presidente
Da Sobrames – Ceará ah! minha gente
Pense numa mulher laboriosa
Tão afável, tão meiga, carinhosa,
Que São Paulo nos deu como presente!
O filho de Dra. Celina Côrte Pinheiro, Dr. Fernando Pinheiro, agradeceu a homenagem e o carinho da AJEB-CE.
Evan Bessa e Francinete Azevedo encenaram trechos do livro "Conversas com a Vovó", de Evan Bessa.
Francinete Azevedo falou sobre sua produção nessa área da literatura.
A seguir houve sorteio de livros e de brindes.
Ao encerramento da reunião, Gutemberg Liberato de Andrade e sua esposa, Argentina, fizeram a entrega de um cordel à ajebiana Rejane Costa Barros, narrando fatos de sua vida.
Fechou-se a proveitosa reunião com um refinado coquetel, em que todos, ajebianos e ajebianas, se congratularam com simpatia, solidariedade e fraternidade.
18/10/2016
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