ATUAL DIRETORIA AJEB-CE - 2018/2020

PRESIDENTE DE HONRA: Giselda de Medeiros Albuquerque

PRESIDENTE: Elinalva Alves de Oliveira

1ª VICE-PRESIDENTE: Gizela Nunes da Costa

2ª VICE-PRESIDENTE: Maria Argentina Austregésilo de Andrade

1ª SECRETÁRIA: Rejane Costa Barros

2ª SECRETÁRIA: Nirvanda Medeiros

1ª DIRETORA DE FINANÇAS: Gilda Maria Oliveira Freitas

2ª DIRETORA DE FINANÇAS: Rita Guedes

DIRETORA DE EVENTOS: Maria Stella Frota Salles

DIRETORA DE PUBLICAÇÃO: Giselda de Medeiros Albuquerque

CERIMONIALISTA: Francinete de Azevedo Ferreira

CONSELHO

Evan Gomes Bessa

Maria Helena do Amaral Macedo

Zenaide Marçal

DIRETORIA AJEB-CE - 2018-2020

DIRETORIA AJEB-CE - 2018-2020
DIRETORIA ELEITA POR UNANIMIDADE

terça-feira, 26 de agosto de 2014

AJEB-CE: SESSÃO DE HOMENAGENS


A Associação de Jornalistas e Escritoras do Brasil (AJEB-CE), em sua sessão ordinária do dia 19 de agosto de 2014, prestou merecida homenagem aos PAIS, de modo particular aos PAIS AJEBIANOS. 
A saudação foi feita pela escritora Evan Bessa. Agradeceu, em nome dos PAIS presentes, o escritor Pereira de Albuquerque.

Eis a saudação: A FIGURA PATERNAL
                                                     
 Por solicitação da Presidente Nirvanda, estou aqui para homenagear os pais ajebianos. O que falar diante de pessoas tão especiais? A princípio, parabenizá-los e desejar que bênçãos e graças divinas sejam derramadas sobre a vida de cada um de vocês. Penso que esta homenagem deveria ser diária visto que, todos os dias, pais enfrentam desafios para o desempenho de sua missão no mundo de hoje.
A função do pai na sociedade atual tomou uma nova direção. Saímos da era do patriarcado, em que o pai exercia sua autoridade, sem a mínima possibilidade de questionamento acerca das decisões e definições praticadas no seio da família. Evoluímos para um formato mais liberal, onde o diálogo entre pais e filhos coexiste. Os tempos mudaram! Princípios, valores e a própria estrutura familiar tiveram o seu desenho reformulado, exigindo um novo olhar na condução da família. Há de se manter um diálogo permanente entre pais e filhos. Educar requer dosagem de responsabilidade, pois criar um filho parece uma tarefa das mais difíceis.
As famílias hoje, em sua maioria, abrigam filhos de outros casamentos que convivem debaixo do mesmo teto no dia-a-dia. Hoje, nem sempre o pai é o único provedor da família. Em alguns lares os papéis são invertidos, ou, no mínimo, existe divisão de despesas, a fim de suprir o orçamento doméstico. O casal trabalha o dia todo e mal se encontra com os filhos. Não sobra tempo para acompanhá-los e dar maior atenção. Nesse contexto, a paternidade se traduz como algo diferente do passado e os pais têm que reaprender, se renovar para entender e atender às demandas e necessidades de sua prole.
Na minha concepção o pai quase sempre se guia, utilizando a Pedagogia do Amor. Procura sempre dosar carinho, ternura, amor na medida certa, impondo limites, uma vez que acompanhar o crescimento e a formação dos filhos precisa de amor, equilíbrio e bom senso. Ser companheiro do filho, saber ouvi-lo com respeito e manter um diálogo franco, sem perder a autoridade atitude e sensatez.
No dia dedicado aos pais, a família o reverencia como a figura importante da célula familiar. Cada uma homenageia de uma forma: com abraços, beijos, presentes simbólicos, enfim, é o dia em que se tem oportunidade de materializar o afeto dos filhos pelo pai. Por que não? Não se pode esquecer a referência de um pai numa família. A falta dele, muitas vezes, causa insegurança, frustração e um sentimento de perda, mesmo ele ainda estando vivo.
Na realidade, pai e mãe se reinventam no decorrer da vida, ensinando e aprendendo com os filhos todos os dias. Este processo contínuo e progressivo se constrói no cotidiano com base no amor, na confiança, na partilha das alegrias, nos momentos de tristeza, enfim na troca e na arte de bem viver.
Apesar da modernidade, a sociedade ainda reconhece a figura do pai como a base sólida que sustenta o telhado, as vigas e colunas da estrutura familiar, mesmo com as mudanças ocorridas. O raciocínio se direciona àqueles pais que assumem o seu papel na construção de um lar, cultivando o amor, o respeito e aceitando-se como protagonista da figura paternal.
Para concluir, nós da AJEB, queremos homenagear e aplaudir os pais presentes e desejar-lhes vida plena com saúde e muitas realizações junto aos familiares.

                                           Evan Bessa


Em seguida, a escritora Socorro Cavalcanti, Embaixadora da Divine Académie Française des Arts, Lettres et Cultura, fez uma explanação sobre a referida entidade, sua história, atuação, funcionamento, projetos editoriais, visando também adquirir sócios no Ceará, bem como convidar nossos escritores para participar de sua antologia (bilíngue), "Ceará em Cena", a ser lançada no 35º Salão do Livro de Paris, em março de 2015. Informou, ainda, a palestrante que a insigne presidente da citada academia, Dra. Diva Pavesi, virá ao Ceará, por ocasião da XI Bienal Internacional do Livro do Ceará, a se realizar no período de 5 a 14 de dezembro deste ano, ocasião em que proferirá uma conferência, sob o tema "A Importância da Literatura Brasileira na França".


Nessa sessão, ainda, aconteceu a entrega do Diploma Honra ao Mérito às poetisas Giselda Medeiros e Rejane Costa Barros, outorgado pela Ordem do Mérito Histórico-Literário Castro Alves, mediante o Instituto Comnène Palaiologos de Educação e Cultura, sediado no Rio de Janeiro. A comenda se deve às comemorações dos 167 anos de nascimento do grande Poeta Castro Alves.
A escritora Lucineide Souto fez a entrega do referido Diploma às poetisas homenageadas, em nome do Presidente Dom Alexander Comnène Palaiologos Maia Cruz. 


FOTOS


Lucineide Souto faz entrega da  honraria à Giselda Medeiros


Rejane Costa Barros recebe seu Diploma de Honra ao Mérito


Rejane Costa Barros, Lucineide Souto, Nirvanda Medeiros e Giselda Medeiros


A Mesa Diretora: Socorro Cavalcânti, Rejane Costa Barros, Presidente Nirvanda Medeiros, Giselda Medeiros e Lucineide Souto

UM CONTO DE THEREZA LEITE



 QUANDO NÓS ÉRAMOS PÁSSAROS

Era como  se os  anjos que os protegessem vivessem em harmonia. Desde o  dia em que  se apaixonara e a levara embora, escondido. Naquele dia, pássaros de nuvens prateadas, asas de filigrana, de tão leves, voavam em bando.

Depois, com um jeito próprio dele,  fora confinando-a, disfarçadamente, distante de tudo e de todos... Onde não mantivesse contato com ninguém, só ele. Apenas passasse as mãos na saia, aperreada, sempre a esperá-lo.  Era o jeito dela.      

Naquele isolamento, ela enfraquecera aos poucos, mente e corpo, até que  fora preciso  tira-la dali. Para que ninguém visse. Para que desse tempo.

Caminhara com ela nos braços, em meio ao mato seco que se debruçava sobre a piçarra,  até  chegar `a beira do rio.  Repousara-lhe, então, o corpo, retrato já esmaecido, sobre uma pedra,  a luz fria da tarde  abrigando-a. Nas mãos, a pequena bolsa de maquiagem, com os restos do que tinha, ainda. Restos usados quando da encenação de dramas.

Como se não houvesse pressa,  ele  pegou as pinturas e borrou o rosto dela com  uma pasta branca,  qual máscara veneziana. Uma rosa carmim, nas faces, e um botão vermelho na boca.  Os olhos, rodeados a carvão, como dois peixes negros, não permitiam  que se visse o brilho da íris. Um vestido  preto, com rosas  estampadas;  no pescoço, o colar de bolas grandes e leitosas combinava com a palidez.

Fazendo-a de boneca, pensou que talvez pudesse reanimá-la. Ainda. Mas ela permanecia estática.

Sacudiu-a como se balançasse um mamulengo, para pernas e braços se mexerem. Boneca de trapos. Marcas de dedos no pescoço, ela não reagia. Com as mãos  entrelaçadas, tornava - se, cada vez mais, imóvel, colorida  de entardecer.  

Teve medo. Olhara  à sua volta e não havia  a quem pedir ajuda. Arrependeu-se daquela casa afastada. Das próprias  escolhas.

Deixara-a, então, como se repousasse, sobre a pedra, e saíra, tonto. Não sabia se fugindo, ou se procurando auxílio. Caminhara  estrada acima, aguardando quem lhe desse acolhida.  Mas  diante do silêncio que se estendia `a sua frente, voltara.   Voltara para encontrar a pedra vazia, sem rastros por perto.

- Como tudo aquilo fora possível?

 Desde o início,  não pudera contê-la nos limites que pensara. Dotada de personalidade múltipla, ela transmudava-se, de  repente. Como se não   tivesse um tempo certo. Um lugar certo. O juízo certo. De uma susceptibilidade à flor da pele, ela doía-se de tudo, nada a satisfazia, vivia de expectativas. De alienação da realidade. Ansiosa e depressiva, num eterno aguardo de alguma coisa, que ele não conseguia alcançar,  tornara-se para ele  o próprio desespero.

Difícil conviver com aquela figura refletida em espelhos múltiplos. Atriz e personagem, eram tantas as facetas em que se partia, ou se multiplicava... Como contê-las?

Corroído de paixão desdobrara-se, no início, em busca dos tons vermelhos que a cobriam, sem jamais alcançá-la: quando pensava tê-la abarcado, ela já era outra.

Tornara-se, assim, obsessivo  e opressor. Confinara-a, primeiro, para tirá-la dos outros. Depois, para que perdesse a sua multiplicidade. Porque, via, não  bastava a ela a chegada de si mesmo, repetitivo, previsível. Incapaz de surpreendê-la. A paixão soprada pelo  seu corpo não a despertava. Não sabia sobre qual personagem derramar-se.
Percebeu-se  sem a dimensão que ela precisava.

Os próprios anjos,  haviam entrado, então, em desarmonia.

Tolhera-a, assim, de tal forma, que ela, estreitada entre quatro paredes, perdera-se no acúmulo dos objetos. Mistura de enfeites, trajes, cosméticos, miudezas que a ajudariam a atravessar a noite,  sempre clara: não descansava.

Ele a procurara ainda, tantas vezes, perguntando-se sob que máscara se escondia aquela moça que tomara para si. Enquanto ela enfrentava a mesmice, fugindo mais e mais de si mesma. Para fugir dele... Partindo para refúgios  não conhecidos, protegida por mistérios que ele não alcançava. Mas pagara com moedas de carne. Definhara, até adoecer. Pernas e braços exangues.

 Então a levara. Em busca  de socorro. Para não ser culpado  pelo que não pretendera fazer de verdade.
Ao voltar, naquele dia, não a encontrara sobre a pedra. Nenhum sinal nos dias seguintes. Nenhuma pista nos anos que correram. Até vê-la, tempos depois, carregada por um  homem de  braço tatuado, vermelho e de pelos louros,  abarcando o ombro dela. Colorida, exagerada, múltipla. Pensou no  desfile,  de menino antigo, a  dançarina em seus rodopios mortais, saltando `a frente da banda...

Jamais fora dele...

Jamais fora dele...

(do livro "Mosaicos", 2003)

quinta-feira, 7 de agosto de 2014

UM ARTIGO MUITO INTERESSANTE

Como reconhecer uma mulher marcante


por Nathalí Macedo
Artigo publicado no site Entenda os Homens 

A verdade é que se pode reconhecer uma mulher marcante há quilômetros de distância. Sem precisar sentir o perfume forte ou ver o batom vermelho. A mulher marcante dispensa acessórios, é completa em si mesma. Não precisa anunciar-se, por que tem o dom de não passar despercebida. A mulher marcante nunca pretende incomodar, não gosta de provocar a inveja alheia. Um olhar de despeito não torna o seu dia mais alegre, pelo contrário, lhe é indiferente. A mulher marcante sabe bem do seu poder, por isso consegue admirar tranquilamente a beleza alheia, elogiar a grandeza de outrem sem sentir-se diminuída. Vez ou outra ela sai bem vestida e bem maquiada, mas por trás daquilo tudo ainda exala um aroma de naturalidade que encanta. Cultua a beleza porque gosta, mas definitivamente não precisa. A sensualidade está presente, mas não se pode dizer de onde ela vem.

A mulher marcante é, sobretudo, sutil. Ela não grita aos quatro ventos a própria virtude, ela não precisa humilhar outras mulheres ou provocar os ex-namorados. Ela realmente faz toda a diferença. Ela sabe ser dispensada com um ar sensato que faz qualquer galã sentir-se um babaca. Ninguém jamais a abandona sem que se arrependa amargamente pelo resto da vida, e ela guarda um encanto que não deixa espaço pra críticas maldosas. Ela é do tipo que não quebra promessas e não omite os próprios defeitos. Ela se aceita e nunca se desculpa por ser quem ela é. Ela compreende a efemeridade das coisas e das pessoas, mas se recusa terminantemente a ser efêmera. E não poderia ser, mesmo que quisesse, porque ela sempre vem pra ficar. Mesmo depois que vai embora, de alguma forma ela fica, porque é do tipo de mulher que não precisa se fazer presente para ser lembrada.

A mulher verdadeiramente marcante nunca se diz melhor que as outras, embora em muitos aspectos ela seja. Ela guarda os seios bem guardados numa blusinha discreta, em vez de espremê-los num sutiã menor que o seu manequim.

A mulher marcante não se importa de ter gostos peculiares. Ela não segue tendências, mas também não persegue a originalidade a todo custo. Ela não tem vergonha (e nem orgulho) de dizer que gosta do que ninguém gosta, ou que gosta do que todo mundo gosta. A opinião alheia nunca é um problema para ela, porque, verdadeiramente, ela se basta. Sem petulância e sem egoísmo, ela se basta. E por isso mesmo ela não sente necessidade de falar de si mesma, quase nunca.

Esse tipo de mulher sofre constantemente com a inveja alheia, embora, na maioria das vezes, sequer se dê conta. Ela se ocupa em tornar-se alguém melhor e superar os próprios limites, ela gosta tanto de distribuir bons sentimentos que os sentimentos ruins passam despercebidos diante de seus olhos. E isso a torna, de certo modo, inatingível. Embora não queira e não precise incomodar, ela incomoda. E muito. Desperta, na verdade, uma enorme curiosidade em torno do que a faz tão atraente. Pouca gente entende. Não se sabe qual é o traço que chama tanta atenção, ninguém consegue identificar a virtude que a torna tão marcante. Mulheres marcantes são, sobretudo, raras.

É curioso: Quanto mais ela se esconde, mais evidente fica. Quanto mais neutra busca ser, mais marcante se torna. Leveza é o seu sobrenome, mas a sua presença pesa como nenhuma outra.

Nathalí Macedo
Atriz por vocação, escritora por amor e feminista em tempo integral. Adora rir de si mesma e costuma se dar ao luxo de passar os domingos de pijama vendo desenho animado. Apesar de tirar fotos olhando por cima do ombro, garante que é a simplicidade em pessoa. No mais, nunca foi santa. Escreve sobre tudo em: facebook.com/escritosnathalimacedo