AJEB-CE REALIZA LANÇAMENTO DO LIVRO "MUDANÇA DE ESTAÇÃO"
Em nossa reunião da AJEB - Associação de Jornalistas e Escritoras do Brasil, Coordenadoria do Ceará, ocorrida em 15 de outubro de 2019, no auditório da Academia Cearense de Letras, houve dois acontecimentos marcantes: um concorrido Sarau de Poesia, que contou com a participação do poeta e músico Jacinto Monte, que, com seu violão e sua sensibilidade, acompanhou a leitura dos poemas e, também, cantou e declamou João Cabral de Melo Neto e Castro Alves. Em seguida, deu-se o lançamento do livro da escritora, poetisa e acadêmica, Regine Limaverde, que presenteou a todos da plateia com sua mais recente obra Mudança de Estação.
Nossa Presidente de Honra, Giselda Medeiros, fez a apresentação do livro, e Regine Limaverde agradeceu à AJEB-CE e a todos os presentes, na pessoa de sua Coordenadora-Presidente, Elinalva Alves.
Seguem-se o texto de apresentação da obra e as lembranças iconográficas do evento.
A FERTILIDADE DA POESIA DE REGINE LIMAVERDE EM MUDANÇA DE ESTAÇÃO
Giselda Medeiros
Regine Limaverde traz a lume, neste ano de 2019, o livro Mudança de Estação, projeto gráfico da Expressão Gráfica e Editora. Vale ressaltar a beleza do livro que já pode ser apreciada desde a capa ao seu interior, onde se alinham poemas de alto valor, o que vem confirmar a grandeza do universo dessa poeta de visceral importância no contexto da literatura cearense.
Os poemas enfeixados nesse livro e divididos em “Verão”, “Inverno” e “Os Sete Pecados Capitais”, põem em evidência o competente ofício de Regine na construção de poemas da mais bela feitura, de conteúdo e forma, numa amostragem das vicissitudes e dissonâncias da vida, das antíteses e paradoxos do amor, constitutivo da universalidade do ser humano, entre o ser, hoje, e o não ser, amanhã.
É assim que Regine Limaverde, por meio de sua linguagem vigorosa, de forte tonalidade erótica, desnuda-se em versos de grande beleza, levando-nos a vislumbrar, comovidos, o amor, a saudade, a solidão, as aflições, o apelo do sexo.
Mudança de Estação, título dessa obra, é a metáfora de que se serve a Autora para marcar a mudança do sentimento amoroso que carrega e vai, ao mesmo tempo, como é de costume, abrindo-lhe feridas na alma, ao ritmo do que foi e já não é mais.
Atentemos para estes versos em plena fulgurância do “Verão”, quando tudo era luz, azul, dourado, vermelho, marcando a chegada de um grande amor. Nessa atmosfera de encantamento, o eu lírico, assim se expressa: “Quero-te porque és luz / fogo e esplendor. / Porque junto a ti / ardo e grito. / És meu amor”. (“O querer”, p. 32). Vale ressaltar a carga de erotismo expressa nas formas verbais “ardo” e “grito”. Nessa inquietante mudança, chega o “Inverno”, estação em que as cores desmaiam, a luz escorrega frouxamente pelos dias que seguem sua trajetória, chuviscando tédios, tristezas, perdas e desilusões. Vejamos esses versos: “A dor maior é a saudade. / A extrema infelicidade / de me ver sozinha. / Sem verso ou rima”. (“O que foi poesia”, p. 52).
Na última parte do livro, “Os sete pecados capitais”, estão condensados poemas que aludem à gula, luxúria, avareza, ira, soberba, preguiça e inveja. No prefácio desta obra, a escritora, Aíla Sampaio, também grande poeta, assim se expressa: “Sente-se, num primeiro momento, uma quebra de fluxo, um desvio das estações que marcam o amor. Numa segunda leitura, entretanto, observa-se que todos os poemas envolvem a pessoa amada, em relação à qual o sujeito lírico peca sem culpa”.
Impossível é ler Regine Limaverde e não se deter, rendido, ante a emoção palpável de versos como estes: “De onde essa mulher veio / do céu ou do mar (?) se o sol se esconde / em seu corpo e os pés estão a nadar?” (“O Amor”, p. 54); ou ante a forte carga de sensualidade destes: “Perdoa-me por te achar meu cais / é que meus navios se perderam / e ainda os busco pelos mares adentro” (“Perdoa-me”, p. 51).
Concluindo, Mudança de Estação traz uma poesia que cheira a terra e mar, a vida e morte, a amor e solidão, a luz e sombras, a dor e alegrias, esses ingredientes que nos levam a ver as cousas da vida sob o impacto da Poesia, a nos indicar que é possível refazer o nosso mundo, recriá-lo com as tintas da emoção, já que o prodígio de reconstrução está dentro de nós mesmos, pronto para fazê-lo ressurgir, pleno de Poesia, para o voo universal do Belo e da transcendência do Ser.
Giselda Medeiros
15/10/2019 AJEB-CE
A MESA DIRETORA DOS TRABALHOS, COM JACINTO MONTE
STELA FROTA
ARLENI PORTELADA E ROSA VIRGÍNIA
GILDA FREITAS
REGINE LIMAVERDE
RITA GUEDES
AUDITÓRIO
REJANE COSTA BARROS
ZINAH ALEXANDRINO
AUDITÓRIO
ROSA FIRMO
SÓCIO BENEMÉRITO VITAL ARRUDA
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