Minha poesia
Não é sonora
É perecível ao tempo
É metástase no corpo de algum ente.
Sufrágio de outras almas
Que sofreram os horrores
Dos amores perdidos.
Minha poesia
Não é sonora
Ela se constitui do não-sentido das coisas
São frases textuais desconexas
Sem nexo, sem paladar.
Minha poesia
Não é sonora
Ela não passa de efêmera literatura
Composta de tantas palavras
Jogadas ao vento.
Palavras profanas
Recitadas com gritos inaudíveis
Exclusivos, apenas, aos meus ouvidos
E só aos meus ouvidos!
Faço questão da ênfase!
Tais palavras nada, nada poéticas
Pertencem a um magistrado comunista
Trôpego, bêbado
Político, célebre e patético,
Que representa
A rudeza do meu ser...
Vindo à tona e se mostrando
Como um vestido lindo
Que resgata o ego ferido
Num totalitarismo frascário.
Minha poesia
Não é sonora
É trégua entre o “eu” e “eu”
Entre ser e não ser-nada
Apenas desenha o bulício do esferográfico
Que incrementa a pseudo
Imortalidade dos eruditos.
Minha poesia
Não é sonora
Porque alimentada de pretensão sectária,
Do zelo de uma poesia letrada
Que provoca e exorta
Uma compulsão nos militantes.
Os poetas (os verdadeiros) imortais
Escrevem subliminarmente
Em diáfanos dialetos
E, com certeza, estarão vivos
Dentro de mim.
Lila Xavier.
PARABÉNS,LILA XAVIER
ResponderExcluirLINDO SEU POEMA!!
BEIJOS <3
Parabéns,Querida Lila Xavier Lindo seu poema !Um abraço !
ResponderExcluir