quinta-feira, 30 de abril de 2015
APRECIAÇÃO DE CARLOS BORTOLOTI sobre "A Intenção do Silêncio", de ZINAH ALEXANDRINO
Os Grandes Que Estão
Entre Nós! -
Á Zinah Alexandrino
“...Ninguém escapa desse inimigo
antagônico do ciclo da vida que permeia
nossas horas (o tempo)....!”.
Zinah
Alexandrino
Tenho
anjos que me iluminam de forma diferençada. Explico: Eles insistem em me
presentear, no mínimo uma vez por semana, com o melhor dos presentes para mim: Um
Livro!
Receber um livro é
abrir as portas do coração para seres especialíssimos que colocam em palavras o
que lhes vai à alma.
Temos falado das perdas, principalmente no
ano que passou de grandes mestres brasileses da literatura, chamada de
regional, mesmo que sejam conhecidos no mundo todo:
Meu
amadíssimo Rubem Alves, mineiro da Boa Esperança, João Ubaldo Ribeiro
da amada Bahia, Itaparica, e Ariano Suassuna, da não menos amada e linda
Paraíba, para não fazer disto uma “nota de falecimento”.
Ficamos mais
pobres? Sim ficamos.
Mas vamos falar dos que estão vivos,
produzindo obras belíssimas e utilizando as palavras para amaciar e tornar
melhor nossas vidas: Adélia Prado, Mineira de Divinópolis, e minha
admiradíssima autora do rico regionalismo a cearense Zinah Alexandrino.
Como sou suspeito por
ser um apaixonadíssimo pelo rico e fantástico regionalismo brasilês, aumento
meus itens em tão singela relação.
Mas falar de Zinah é
simplesmente ir a fundo ao riquíssimo e vasto cenário cultural regional do
Brasil.
Grandes nomes que fazem sucesso no Mundo
inteiro? Ora isso seria redundância e quase uma pobreza, pois foi construído
pelo marketing... Sim! - O famoso
meio de aumentar algo a ser visualizado e vendido pelos americanos – tanto
que não temos tradução ou versão para nossa amada língua portuguesa brasilesa
até hoje – passa simplesmente a ser estudo de mercado. E como mercado é gente,
pessoas, logo...
Ao receber pela primeira vez, por sugestão de
amigos uma obra de Zinah Alexandrino que não conhecia ao menos para mim
era o primeiro chamava-se: Sutilezas.
Ah, as amadíssimas
sutilezas que os brasileses às vezes têm dificuldade de saber o que significa,
mas utilizam, sobremaneira.
Literalmente proprietária de um romantismo
especial e único, coloca todas as outras “sutilezas”, estas que
encontramos no dia a dia e vai mais fundo buscar a afetividade... Muitas vezes
até o místico através de sua poetização.
Foi
desta forma que esta iluminada escritora do amado nordeste chegou aos
leitores...
Agora
para nos deliciar e mostrar seu encantamento, sua superioridade iluminada de
ser elevado nos traz simplesmente um livro de contos: A intenção do
Silêncio, pela Editora Premius, nos últimos dias de 2014.
Obra
maravilhosa, ainda fresquinha, recém-saída da editoração me é presenteada pela
própria escritora e com dedicação o que me deixa mais efusivamente mais envaidecido
ainda.
Esta obra fantástica, digna de autores de
primeiro mundo ou de todos os mundos, afirmaria, tem uma dedicação especial e
nas palavras dela... “Ao filho amado de minha
segunda primogenitura Fausto á quem é dedicado esta obra divina”.
Primeiro:
Fausto: Sim o que nos leva a Fausto é um poema trágico
do escritor alemão Johann
Wolfgang Von Goethe.
Logo após este acarinhamento efetuado à sua obra genética e
muito humana Zinah deixa para o leitor um aviso de Rodand Barthes:
“...
A ciência é grosseira, a vida é sutil e é pra corrigir
essa
distancia que a literatura nos importa...!”
Ah, os grandes quando
são humildes e julgam que estão indo buscar outros maiores... No fundo seus
iguais...
A obra divina e simplesmente apaixonante traz vinte
e quatro contos.
Eis a riqueza que tanto admiro e
comento do regionalismo brasilês.
Esta divina autora, graças a Ele, ainda entre
nós, faz das palavras e do ambiente em que está um mundo de histórias dignas de
serem apenas chamadas de encantadamente maravilhosas...
Esta mulher, esposa, mãe, escritora de
forma tão convincentemente fantástica e iluminada e, sobretudo, uma educadora
que me lembra, de imediato, Rubem Alves.
Todos seus contos e historias são lúdicos.
Todas elas nos ensinam. Todas nos mostram caminhos e nos mostrando nos fazem
ver nosso melhor.
Você está em dúvida?
Sim, afirmo estou falando de uma grande
escritora da língua portuguesa brasilesa e do meu amadíssimo nordeste.
Ah, Nordeste... Como tu produziu filhos
pródigos, cultos e que nos mostram caminhos que devemos seguir e em os seguindo
sê-los como eles, melhores...
Ah, Nordeste tão “usado” pelos
politiqueiros, tão maltratado pelo restante do Brasil durante tanto tempo, que
esquecemos as verdadeiras riquezas que lá estão para melhorar cada um de nós em
tudo...
Zinah Alexandrino é um destes seres amados, divinamente nordestina a
quem tenho uma admiração e quase idolatria pelos seus escritos.
A singeleza, a simplicidade e por sua vez a complexidade
que coloca suas palavras chegam a todos os seres... Até os que aprenderam a ler
ontem... Mas tem recados subliminares fantásticos como na página 39: São apenas
10 linhas em três parágrafos e lá diz tudo:
Chama-se “Confissão”:
Emocionou-me pela forma colocada de
chegar à alma.
Diz Zinah:
“...
Preciso confessar-te... Estou apaixonada!
É
um amor contido, calmo, esperançoso, desses que acalantam os sonhos mais
indeléveis...
Lembras,
quando viajaste, no mês passado, para Nova Friburgo? Fiquei tão sozinha! Não
havia com que compartilhar este sentimento novo, que brotara em mim... Eu só
pensava em te dizer...
Espera
não me faças essa cara de bobo abismado, porque não é por ti; tu és apenas meu
melhor amigo; é pelo teu melhor amigo...!”.
Como buscar livros e todo tipo de escrito de autores de
outros países tendo esta riqueza nacional?
Como não ler... Não se apaixonar por
palavras construídas na alma, filtradas pelo coração e lançadas por uma mente
tão genial, genuína, humana e superior como Zinah e preferir autores que
nem sabemos o que são e o que querem além de nosso dinheiro?
Se te parecer pretensioso, por favor, perdoa-me:
Mas permita-me fazer-te um pedido: Como gaúcho utilizo-me da mesma maneira que
esta amada e brilhante ESCRITORA nordestina a segunda pessoa, tão natural para
nós do Rio Grande do Sul:
Por favor, tchê, acorda... Acultura-te vivente...
Lê mais... Busca esta riqueza divina e maravilhosa que temos aqui... Poderás
tu, me julgar ufanista... Não ligo, Porém te digo: Temos gente, buenacha,
gigantescamente maravilhosa neste Brasilzão de meu Deus, taura para ler ao
trabalho que te dás buscando nomes complicados até de falar e dizem palavras
que não são nossas... Acorda tchê!
Aligeiras-te que o
mundo não para... E ama... E lê o que temos de melhor...
Nos, aqui do Rio
Grande, ainda estamos tristes pela perda de nosso poetinha Mário Quintana... E
vocês do nordeste tem tantos gênios que chego a ficar com certa inveja... Como
esta grande prenda Zinah Alexandrino...
Comovo-me só de falar... Quando leio suas histórias
me escondo da prenda, pois lágrimas me vêm aos olhos de tanta emoção que esta
guria lá do nordeste distante me causa...
Só posso-te dizer vivente:
Aproveitas o que
temos de tão fantástico... Por favor?
Leia as obras de
Zinah Alexandrino... E depois nós conversamos.
Ah, como é bom termos
Zinah´s entre nós...
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