quarta-feira, 11 de agosto de 2010
DORME O POETA - Neide Azevedo Lopes
O gato esconde-se no sofá
E o jardim derrama-se em vermelho
A lesma vasculha o muro
E o jornal espalha notícias pela casa
O doce de cereja ferve em desespero
E a solitária xícara pede café
A poeira suja os pés da mesa
E a saudade passeia por cima das horas
Impaciente, a pena salta da gaveta
E o livro tomba em desalento.
O silêncio, junto a ti, também ressona
E a denúncia de uma longa espera
Cai sobre todas as coisas.
Tudo é tão quieto enquanto dormes,
Que ouço o escuro entrando pela porta...
(Teoria dos Afetos)
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