quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013
CELINA CÔRTE PINHEIRO E O 27 DE JANEIRO DE 2013
Deveria
ser um domingo, como tantos outros, em que jovens curtem a ressaca de uma noite
festiva na balada, quando trocaram beijos, abraços e passos de dança ao som da
banda da moda. Contudo, não foi assim! O dia 27 de janeiro de 2013 amanheceu
enlutado no país inteiro por conta do ocorrido lá em Santa Maria-RS. O lá ficou
próximo de todos nós face à fatalidade incluindo tantos jovens recém
despertados para a vida. Simplesmente curtiam as alegrias próprias da juventude.
E não tiveram o dia seguinte para relatar tudo o que de bom acontecera na
boate. Restaram apenas seus familiares sentindo na mente e no coração a dor de
uma partida, sem despedidas e sem retorno previsto. Não apenas o Brasil caiu em
estado de estupefação. Todo o mundo comentou e se perguntou como é que ainda
acontecem coisas assim, em pleno século XXI. Acontecem e continuarão a
acontecer, enquanto não adquirirmos a cultura da prevenção de acidentes e
continuarmos a acreditar que fatalidades advêm apenas aos outros. Embora a
tristeza tome conta de todos nós, é obrigatória a reflexão sobre o ocorrido. As
responsabilidades devem ser investigadas e, com certeza, não se restringem a um
pequeno grupo de pessoas ligadas diretamente ao recinto onde acontecia a festa.
Outros, caso tenham consciência, estarão agora arrependidos por não terem sido
mais rigorosos na fiscalização de acordo com as exigências da lei. Deram um jeitinho,
levaram na brincadeira suas responsabilidades, na certeza de que nada ocorreria.
Quiçá hajam se vendido, não por trinta dinheiros, mas até mesmo por uma garrafa
de uísque falsificado para considerarem tudo de acordo com as normas técnicas.
Não
temos a cultura da prevenção e subestimamos as possibilidades de agravos. Acreditamos
que nada irá acontecer e dormimos tranquilos. Quantos de nós, ao entrarmos em
locais públicos nos preocupamos em examinar o entorno à procura das saídas de
emergência ou possibilidades de evasão? Quantos de nós sabemos operar um
extintor de incêndio? Quantos de nós sabemos que há diferentes tipos de
extintores para situações específicas? A utilização de um extintor inadequado
pode agravar o problema. Hoje, tão comuns os condomínios. No nosso, há pessoas
treinadas para agir corretamente no caso de um sinistro? As questões são
inúmeras e convém refletirmos sobre elas.
O
infortúnio recente revela os riscos a que nos encontramos sujeitos. Não devemos
apenas lamentar o ocorrido, mas sermos mais cautelosos, mesmo nas situações
mais comezinhas, capazes de produzir sérios agravos à integridade física
individual e coletiva.
(publicado no JORNAL O POVO)
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