segunda-feira, 12 de novembro de 2012
Apresentação do livro – ASAS AO VENTO - Do Escritor SILVIO DOS SANTOS
Embora o nosso estimado Escritor Silvio dos Santos seja bastante
conhecido pela maioria dos presentes, faço aqui a leitura do seu Currículo,
resumido porque cresce a cada instante, à medida de sua participação ativa no
nosso meio literário. Além do mais, trata-se de Artista Plástico laureado,
inclusive, com Medalha de Ouro em Salão Nacional.
Silvio
dos Santos Filho é natural de Manaus-AM e está radicado no Ceará desde
1989. É
Jornalista – formado pela Universidade Federal do Amazonas – e licenciado em
Língua Portuguesa pela Univ. Estadual do Ceará. Membro da Almece – Academia de Letras dos Municípios do Estado do Ceará;
Sócio Colaborador da AJEB – Associação de Jornalistas e Escritoras do Brasil –
Coord. do Ceará; integrante do Movimento
Cultural Terça-Feira em Prosa e Verso. Publicou: Pelos Caminhos da Memória –
Crônicas; Pedaços de Vida – Romance; Limite Extremo – também romance; Chão e
Pegadas – Crônicas; tem textos publicados em diversas coletâneas. Premiado em vários concursos na
categoria - Prosa – a saber: 2° Lugar no
Café Literário/ Terça Feira em Prosa e Verso – 2001 - e 1° Lugar em 2004; 1°
Lugar no III° Concurso Literário Professora Edith Braga e 9° Lugar no Prêmio de
Literatura Unifor – Crônica – em 2009.
No prefácio do livro – Cadeira de Balanço
– de Carlos Drummond de Andrade, a Professora e ensaísta Ângela Vaz Leão diz
ser ele “ um tímido e que talvez por isto sinta a necessidade de dar explicação
ao leitor na Introdução de cada obra de sua autoria”.
Verifico que o nosso Escritor Silvio dos Santos também justifica cada
título
de seus livros quando são publicados e poderíamos dizer que ele também sente essa
timidez. Mas , se isso é ser tímido, demos vivas à timidez!
Assim, vejamos: Silvio dos Santos , no seu
livro de estréia – Pelos Caminhos da
Memória, 2004 – Em Nota Explicativa diz: “Nossa obra reflete o que temos
dentro de nós. O produto do nosso trabalho, independentemente da linguagem e da
natureza, é nosso retrato interno. (...)
É
um passeio pela minha mente, pelo meu coração e pela minha imaginação”.
Em - Pedaços
de Vida – 2005 – Também em - Nota Explicativa - justifica o título e
termina com estas palavras: “Pedaços de Vida é, portanto, o resultado do
casamento das próprias
experiências sociais desse observador, associadas a esses dramas individuais
vividos por várias pessoas que circularam à sua volta, etc.”
Em Limite
Extremo – 2008 - Diz na Introdução:
“ Sou apenas um velho sonhador, com sua mania, quase doentia, de querer ver o
que está “ por trás do muro”. Aliás,
este pensamento é confirmado nesta trova constante do livro hoje lançado:
“ Muito cedo eu comecei
a pensar no meu futuro.
Foi assim que desvendei
o que estava atrás do muro”.
Passemos agora ao seu 4° livro – Chão e Pegadas – 2010 – A título de
introdução, usa a expressão - Simples
Curiosidade – Diz: “Pode acreditar: em busca da originalidade, os pés que
produziram as marcas, ou pegadas, que aparecem na capa desta obra foram
produzidas pelos meus próprios
pés”.
O escritor, professor e filósofo - Rubem Alves -
afirma que “ Só podem se entregar
às delícias da contemplação aqueles que fizeram as pazes com a vida e não se esqueceram dos seus próprios desejos”.
Silvio
dos santos é um ser contemplativo e deixa-nos ver, ao longo de seus
escritos, que dedica muito do seu tempo a pensar e a repensar o presente e o
futuro, transmitindo aos seus leitores as conclusões obtidas no seu meditar. Além do mais, como é sabido, todo pintor tem um olhar diferenciado sobre as coisas que
vê, e nelas sempre encontra algo a mais, fruto de sua aguçada percepção.
Hoje temos a felicidade de ter em mãos
este seu 5° livro - Asas ao Vento – que também traz uma Introdução. Segundo o Autor, Asas ao
Vento é a expressão da liberdade que gosta de sentir no exercício
literário, por ser meio avesso a modelos. Desculpa-se por, segundo ele, “projetar estas
maluquices que me vêm à mente de vez em quando. Os verdadeiros escritores que
me desculpem pela ousadia”. Não se preocupe o nosso Escritor, pois Rubem Braga,
reconhecidamente um dos maiores cronistas brasileiros, já no seu tempo,
dizia: “Cuida o leitor que estou escrevendo bobagens, e é certo. Mas eu sei das
bobagens minhas, elas têm enredo íntimo”. Continuando a falar sobre Asas ao Vento , Silvio dos Santos diz:
“ Chegou-me qual um pássaro vadio circulando-me a cabeça”; diz ainda: “Este
livro é só uma gostosa brincadeira”. Certo! Mas, o que podemos pensar de uma
brincadeira que, conforme nos declara o próprio Autor, foi “concebida ao longo
de dois anos”?
Editado
pela Gráfica Encaixe – este livro é
dividido em três partes: Crônicas,
(onde constam também pequenos contos), Poemas
e Trovas. Nele encontramos o Autor
filosofando, como sempre; refletindo sobre vida; a vida que é, aliás, um dos
temas recorrentes no conteúdo
deste livro. Nele vamos do rio ao mar, do Norte ao Nordeste, em prosa e em
versos; em temas sérios ou humorísticos. A infância é outro tema que surge
muitas vezes, como nesta trova:
Eu Jamais vou esquecer
o meu tempo de criança
Quanto mais envelhecer,
mais me
apego a essa lembrança.
A
Amazônia, a bela região onde nasceu, é presente nos temas: rios , nau, canoas ,
canoeiros, e até barquinhos de ilusão
quando
diz: “ E lá se vão e lá se vêm os nossos barquinhos de ilusão” - E mais adiante: “Fica-nos a lição de que
nada é para sempre: - nem a subida nem a descida se eternizam; e precisamos
estar preparados para as duas”.
Não posso deixar de comentar a crônica –
Saudades Antecipadas– em que Silvio dos
Santos revela toda a sua sensibilidade ao falar do Amor que dedica ao
pequeno cajueiro da Praça da Sé. Nessa
crônica fica evidente sua ternura pelas
coisas da Natureza. - Nem todas as pessoas
conseguem ver a alma dos inanimados. Felizes aqueles que a vêem! - E, como se não
bastasse a beleza que aí vai expressa, o
Autor nos dá uma visão geral dos fatos referentes às situações político-sociais,
da parcela do nosso povo que se condensa naquele logradouro, e que são presenciadas pelo Cajueiro, tais como: As artimanhas do comércio
alternativo na concorrência com o Mercado Central; protestos político-partidários;
manifestações estudantís; contravenções noturnas e, até mesmo, pregações em
altos brados de líderes religiosos ao microfone, etc.” Em tudo, como acontece
em outras passagens do livro, as opiniões abalizadas do Autor.
O Poeta Paul Valéry afirma: “é preciso ser
leve como o pássaro e não como a pluma”. Silvio
dos Santos , ao dar título ao seu livro, não pensa na pluma que é apenas
levada, sem rumo , sem meta; pensa em
pássaros, em asas. Pensa em Asas ao
Vento, que têm uma direção, um
destino definido que, neste caso, é espargir a Beleza!
Por tudo o que foi aqui exposto, os
leitores de – Asas ao Vento - podem calcular quão proveitosos e agradáveis serão os momentos que dedicarem à
sua leitura. Parabéns ao Autor e aos
seus leitores! Obrigada!
Zenaide Braga Marçal – AJEB – CE.
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