Palestra proferida em reunião da AJEB-CE
quinta-feira, 31 de outubro de 2013
REUNIÃO DA AJEB - 15 DE OUTUBRO DE 2013
Professor – Um profissional
com perspectiva?
Prossigo, portanto, à minha fala, afirmando
que foi com prazer e receio que aceitei o convite da nossa presidenta para
dialogar com minhas colegas da AJEB sobre o dia do professor, pois, temos nossa
AJEB muitas educadoras, Nirvanda Medeiros, Giselda Medeiros, Evan Bessa, Maria
do Carmo, Neide Freire, Maria Helena, e Francinette Azevedo, me desculpem se
existem outras e deixei de citá-las.
Estou aqui apenas para dedicar uma mensagem,
e não para falar sobre o dia do professor inserido no atual sistema educacional
brasileiro, nem tão pouco para defendê-lo, apesar de ter dedicado grande parte
da minha vida a essa tão nobre e ao mesmo tempo árdua profissão. Citarei apenas
algumas informações ao aludido dia de um profissional tão especial como afirma
Cora Coralina:
“Professor,
“sois o sal da terra e a luz do mundo”.
Sem
vós tudo seria baço e a terra escura.
Professor,
faze de tua cadeira,
a
cátedra de um mestre.
É evidente que todas as categorias merecem
respeito, pela contribuição dada, cada qual a seu modo, ao desenvolvimento da
sociedade. Porém, o dia do professor é uma das datas mais significativas do
calendário de homenagens dirigidas às categorias profissionais.
Nesse contexto, entretanto, o professor
desempenha papel de particular relevância, por transmitir o conhecimento que
servirá de base à formação dos demais profissionais. E ainda por estimular, em
sua tarefa cotidiana, o crescimento pessoal e o exercício da cidadania entre
seus alunos, sejam eles crianças, jovens ou adultos.
Ninguém nega o valor da educação e que um bom
professor é imprescindível. Mas, ainda que desejem bons professores para seus
filhos, poucos pais desejam que seus filhos sejam professores. Isso nos mostra
o reconhecimento que o trabalho de educar é duro, difícil e necessário,
mas, permitimos que esses profissionais
continuem sendo desvalorizados. E ainda
mal remunerados, com baixo prestígio social são responsabilizados pelo
fracasso da educação, grande parte resiste e continua apaixonada pelo seu
trabalho.
A profissão de educador continua sendo
muito necessária, sendo mais atraente na rede privada e escolas de nível
superior. E menos concorrida na rede pública; no entanto, não para de crescer
em nosso país, nem mesmo com os avanços tecnológicos.
Informações sobre esse assunto vêm do estudo:
Professores do Brasil: Impasses e
Desafios. Lançado pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a
Ciência e a Cultura-Unesco, o doutor em educação e consultor Celio da Cunha, ao
comentar este assunto, “lembrou que os professores representam o terceiro maior
grupo ocupacional do país (8,4%), ficando atrás apenas dos escriturários
(15,2%) e dos trabalhadores do setor de serviços (14,9%). A profissão supera,
inclusive, o setor de construção civil (4%).” RAIS 2006.
O
poder público é responsável por 83% dos empregos do magistério. Destes, 77,6%
estão na educação básica.
As mulheres ocupam 77% dos postos de
trabalho, o que tem também óbvias implicações de gênero, nem sempre devidamente
aprofundadas nos estudos da área de educação. Sua presença varia segundo os
níveis de escolaridade e a proporção delas aumenta gradativamente nos níveis
mais baixos de escolarização.
Na
educação infantil (EI) 98%; ensino fundamental (EF) 88,3% ensino médio (EM) 67%
PNAD, 2006.
A Confederação Nacional de Trabalhadores da
Educação - CNTE estima uma base de 2,8 milhões de trabalhadores em exercício
nas redes públicas de ensino básico, dos quais 1,8 milhão está lotado no
magistério.
Para o professor avançar na sua carreira é
de suma importância a educação continuada. “A educação continuada vê as pessoas
como capazes de aproveitar oportunidades de aprendizado em todas as idades e em
numerosos contextos: no trabalho, em casa e através de atividades de lazer, não
apenas através de canais formais tais como escolas e universidades.”
Tudo o que se espera de um professor é que
ele seja um educador suficientemente preparado para, por um lado, ensinar e
proporcionar aos seus alunos as aprendizagens fundamentais previstas em cada
etapa da vida escolar e, por outro, ser um exemplo em relação aos valores
universais da modernidade.
Acredito, pois, se houver educação continuada
com pessoas abertas a novas ideias, decisões, habilidades, espírito coletivo e
fazendo os ajustes necessários que sempre surgem seguramente com o cumprimento
da Lei 11.769, sancionada em 2008, que torna obrigatório o ensino de música na
educação básica em todas as escolas do país, daqui a alguns anos, podemos ter
um cenário bem mais promissor do que o atual. Assim também como o ensino da
música em minha opinião seria oportuno, a inclusão da poesia nas escolas, e já
existem algumas que trabalham este tema, apesar de ser um número
insignificante. Existem também escolas que possuem até academias literárias.
Uma sociedade com professores bem formados,
com projetos atraentes e uma remuneração digna será possível atingir a
qualidade que o Brasil precisa para a educação básica. "Caso isso não se
concretize poderá colocar em risco o futuro do país, por conta da importância
que a educação tem em um mundo altamente competitivo e em uma sociedade
globalizada."
Hoje a carreira do magistério se torna mais
atraente, com mais perspectivas e avança com capacitações contínuas, novas
tecnologias, as medidas educativas e suportes adequados para incorporar valores
como solidariedade, afetividade, entre outros, no entanto, estão ainda
insuficientes.
A data é um convite para que todos nós,
pais, alunos, escritores, poetas, enfim, a sociedade; repensemos nossos papéis
e nossas atitudes, pois com elas demonstramos o compromisso com a educação.
Concluo e dedico estas minhas palavras aos
heroicos professores anônimos da rede pública educacional de Fortaleza, as
minhas colegas ajebianas, especialmente as educadoras, e ainda, ao grande
educador e poeta lavrense, Filgueiras Lima (inmemorian), a minha mensagem de
esperança, pois, admito que, educação e poesia sempre formaram um par ordenado.
Encerro
com os trechos destes dois poemas:
Educação dos meus sonhos (autoral)
Quero
ver o mundo
Como
nos meus sonhos,
Sonhos
exagerados, colossais,
Nutridos
de esperanças
Professores
repletos de alegria
Realizando
seus ideais.
Que
o sonho do educador,
Concretize-se
com brevidade,
Sejam
além disso valorizados
E
respeitados pelo seu labor.
Escola
Filgueiras
Lima
D.
Mariana, minha primeira professora,
tinha
uns olhos de santa de legenda
e
os braços que a Vênus de Millus perdeu...
Ela
repreendia todos os alunos,
porém,
nunca me repreendeu!
Também
no dia da visita do Inspetor
ninguém
dizia versos como eu.
D.
Mariana saltava de contente,
e
a meninada
ficava
comigo “por aqui”
com
cara de judeu.
Um
dia,
(e
este dia nunca me esqueceu)...
Muito
obrigada.
Rosa
Firmo Beserra Gomes
Referências:
GATTI,
Bernadete. A construção metodológica da pesquisa em educação: desafios”
publicado na Revista da ANPAE, v.28, n.1, 2012
. Acesso em 05 de
outubro de 23013.
GATTI,
Bernadete Angelina e Elba Siqueira de Sá Barreto (Coords). cenpec.org.br/biblioteca/educacão/estudos-
e-pesquisas/professores-do-brasil-impasses-e-desafios> Acesso em 04 de
outubro de 2013.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Educa%C3%A7%C3%A3o_continuada>
Acesso em: 04 de outubro de 2013
http://pt.wikipedia.org/wiki/Dia_do_professor>
Acesso em: 04 de outubro de 2013.
LEITÃO,
Juarez, Ensino como quem reza – Vida e tempo de Filgueiras Lima, Tecnograf,
2006.
Palestra proferida em reunião da AJEB-CE
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