ATUAL DIRETORIA AJEB-CE - 2018/2020

PRESIDENTE DE HONRA: Giselda de Medeiros Albuquerque

PRESIDENTE: Elinalva Alves de Oliveira

1ª VICE-PRESIDENTE: Gizela Nunes da Costa

2ª VICE-PRESIDENTE: Maria Argentina Austregésilo de Andrade

1ª SECRETÁRIA: Rejane Costa Barros

2ª SECRETÁRIA: Nirvanda Medeiros

1ª DIRETORA DE FINANÇAS: Gilda Maria Oliveira Freitas

2ª DIRETORA DE FINANÇAS: Rita Guedes

DIRETORA DE EVENTOS: Maria Stella Frota Salles

DIRETORA DE PUBLICAÇÃO: Giselda de Medeiros Albuquerque

CERIMONIALISTA: Francinete de Azevedo Ferreira

CONSELHO

Evan Gomes Bessa

Maria Helena do Amaral Macedo

Zenaide Marçal

DIRETORIA AJEB-CE - 2018-2020

DIRETORIA AJEB-CE - 2018-2020
DIRETORIA ELEITA POR UNANIMIDADE

terça-feira, 30 de abril de 2013

APRESENTAÇÃO DE POLICROMIAS VOLUME 7 - HERMÍNIA LIMA

POLICROMIAS


Inicio as minhas palavras, como não poderia deixar de ser, agradecendo à escritora e amiga Giselda Medeiros pelo convite para estar aqui com vocês e, especialmente agradeço, pela confiança de me delegar tarefa tão importante como esta. Espero fazer jus ao crédito de Giselda.
Dou continuidade à minha fala, tomando por empréstimo as palavras do dramaturgo e poeta russo Bertold Brecht, que, em versos, cantou assim:

Nos demais,
todo mundo sabe,
o coração tem moradia certa,
fica bem aqui no meio do peito,
mas comigo a anatomia ficou louca,
sou todo coração.

É exatamente assim que vos falo agora, sentindo-me toda coração. Esta afirmação vale também para definir o modo como eu li este número de Policromias. Diante da riqueza e diversidade dos textos contidos no volume, optei por me dar o prazer de fazer uma leitura movida pela emoção, li, portanto, com o coração, desnudei-me das armas da crítica técnica, deixei de lado a racionalidade própria do julgamento acadêmico e lancei-me prazerosamente no embalo dos textos, como leitora comum que se delicia com as  surpresas ofertadas em cada página.
Ao pensar no que escreveria sobre este volume de Policromias, deparei-me com algumas dificuldades, entre elas, destaco as seguintes: como escrever sobre coletânea tão diversificada? Como ordenar o meu discurso de modo a não comprometer a clareza diante de tantos gêneros e temas? Como não ser injusta nos destaques e citações? Confesso que, a princípio, a vontade primeira foi comentar cada um, um por um, os textos da coletânea. Mas, jamais poderia fazê-lo para um discurso de apresentação, com certeza, se assim o fizesse, neste momento, eu os estaria submetendo a um texto muito longo e de leitura enfadonha. Assim sendo, optei por agrupar os textos em dois blocos, pelos gêneros: poesia e prosa. Facilitando assim a minha abordagem e citando rapidamente os nomes em destaque em cada um dos gêneros.
 Antes de comentá-los, porém, é indispensável que aqui se faça uma referência às figuras de Mundinha Negreiros e Aluísio Matias de Paula, homenageados na folha de rosto deste volume. Ela professora e sócia efetiva da AJEB-CE. Autora de várias obras, entre elas, os romances: Eudora, Trilhas da Saudade, Manoela e Amanhã Será Outro Dia, este último, em parceria com a escritora Nilze Costa e Silva. Ele, Aluísio Matias de Paula, Membro da Associação Cearense de Imprensa e da União Brasileira de Trovadores – Fortaleza. Sócio Colaborador da AJEB. Sócio Benemérito da ALMECE. Autor dos livros: Mensagens para a vida e Memórias em Poesias, dentre outras publicações em coletâneas locais e nacionais. Aos dois homenageados, deixo aqui o registro da minha referência.

Também não poderia deixar de destacar, antes de mergulhar no corpus desta coletânea, as palavras de Cecília Meireles que epigrafam a obra:

Adormece o teu corpo com a música da vida.
Encanta-te.
Esquece-te.
Tem por volúpia a dispersão.
Não queiras ser tu.
Queira ser a alma infinita de tudo.
Troca o teu curto sonho humano
Pelo sonho imortal.

Parece-me que este fragmento, muito bem escolhido, além de adequar-se a várias circunstâncias de vida, adequa-se também à tarefa do escritor. Tarefa à qual se dedicam todos os que publicam nesta Policromias. Escrever, como diz Cecília, tem a ver com entregar-se à música da vida, escrever é encantar-se, é esquecer-se de si mesmo e deixar-se levar pela volúpia da dispersão, escrever é deixar a pequenez de ser apenas humano e buscar a imortalidade pelas palavras. Os versos de Cecília aqui destacados, caem bem a todos os participantes deste volume. E com estes versos, por meio da voz dessa grande poetisa brasileira, eu homenageio e saúdo nesta noite a todas as jornalistas escritoras, parabenizando-as por fazerem parte desta associação, AJEB, nos seus 43 anos de existência. Sem esquecer a participação masculina neste volume, mas lembrando que estou a referir-me a uma instituição composta predominantemente por mulheres, cabe aqui também, para homenagear esta maioria, invocar as palavras de Cora Coralina, quando ela nos diz: Eu sou aquela mulher que fez a escalada da montanha da vida, removendo pedras e plantando flores. Penso que é isso também que vocês fazem quando escrevem, vão escalando a montanha da vida, removendo as pedras que aparecem em seus caminhos, como aquela pedra no caminho de Drummond, pedras que aparecem em suas rotinas de profissionais, de mães, de donas de casa, de escritoras; mas, ao mesmo tempo, vocês vão plantando flores, enquanto escrevem e semeiam, com os vossos textos, a beleza, a vida, o viço, o perfume que ameniza a dureza das pedras do dia-a-dia. Neste sentido, posso afirmar que os seus textos, metaforicamente, são flores, porque eles enfeitam, perfumam e anunciam as sementes para a boa vida. Digo isto simplesmente por não acreditar em vida de qualidade, no sentido maior da palavra, sem a presença da arte, da literatura em geral e da poesia, em especial, porque elas nos conduzem à reflexão e ao engrandecimento humano.

Voltemos, pois, ao essencial: os textos que compõem a Policromias. Neste volume temos um total de cem textos, em autorias femininas e masculinas. Como já anunciei antes, para abordá-los, agrupei-os por gênero, em dois grandes blocos: poesia e prosa. Inicio, pois, pelos textos em versos. Começo mencionando o lirismo romântico de Giselda Medeiros, com seus poemas de amor e de amor à poesia. Em seguida, deparamo-nos com as palavras de Maria Nirvanda Medeiros que usa o verso para fazer homenagens fraternas a entes queridos. Rejane Costa Barros oferta-nos um poema no qual revela um canto amoroso em forma de chamado na voz de um eu lírico feminino que se metaforiza em estrada a ser percorrida. Tereza Porto, em um lirismo ora calmo, ora ofegante,  oferece-nos poemas de entrega e de vigília nos lençóis. Enquanto Maria Helena do Amaral Macedo fala de silêncios e saudades na casa vazia e no piano mudo. Maria Ilnah Soares e Silva, em suas poesia e prosa poéticas, reflete sobre um amor, uma prece, um rio, uma noite e sobre a paz. Em prosa e verso também, temos os textos de Ana Paula Medeiros, a cantar o amor erótico no qual a carne espera e entra em erupção. E, embora não sendo poesia, mas, já que citei a autora, merece aqui destacar também e recomendar a leitura do conto “O casamento”. Margarida Alencar nos fala de volta, de retorno, de reencontro com um lugar que é aconchego e afago, num outro poema eleva um canto de saudação ao vento. Regine Limaverde, no texto aqui publicado, optou pela reflexão filosófica, em versos que falam de grandes silêncios e do maior de todos eles: a morte. Rosinha Medeiros, em três poemas, derrama declarações intensas ao amado. A poesia de Mary Ann Leitão Karam revela um eu lírico que assume sofrer por amor e por saudades. Nos versos de Nadya Gurgel, há uma reflexão metalinguística que faz reverência à própria poesia. Em seguida aos versos de Nadya, acompanhamos a visita noturna de uma coruja que se fez mote para o poema de Nilze Costa e Silva. São de Rosa Firmo Bezerra Gomes os poemas que fazem exaltação alusiva ao Natal e ao sertão. Em um gesto poético fraterno, Sabrina Melo homenageia à mãe e filha. Seguindo a vertente da reflexão existencial, Viviane Fernandes nos fala de vida, do amor e da morte. Enquanto Regina Barros Leal, em suas introspecções, apresenta-nos uma mulher a desnudar-se diante de si mesma. O lirismo amoroso de Rejane Costa Barros, em O Jogo, aclama a excentricidade de um time composto por apenas dois participantes, que, na verdade, são amantes. Temos ainda Sabrina Melo que, no poema A pipa, evoca uma reminiscência de infância. Por fim, para encerrar esta seção de mulheres poetas, lembro os versos de Clara Lêda de Andrade Ferreira que se fazem protesto ecológico a favor do sofrido e aviltado Rio Cocó.
Ainda nesta seara poética, surgem as autorias masculinas: Eduardo Fontes que filosofa sobre a vida e a morte por meio da personificação de uma árvore. A relembrar os nossos cordelistas, embora não seja um cordel, temos as quadras de Humberto Ferreira Oriá, a nos falarem de lua, de vida, de fé e de virtudes. Nos versos de Manuel César revela-se um canto ao amor fraterno e a denúncia contra o desmatamento. Vicente Alencar faz uso do verbo para louvar a natureza e a antiga Fortaleza. Sérgio Macedo invoca Epicuro e desenvolve a vertente da reflexão filosófica nos quatro poemas que publicou.
Nesta produção poética masculina ainda destacam-se como sonetistas, em temas variados: João de Deus Pereira da Silva, Vital Arruda de Figueiredo, J. Udine e Moacir Gadelha.         Aplausos aos sonetistas, pois sabemos o que é exigido do poeta que se dedica a escrever um bom soneto. E assim bem o diz Udine em sua Carpintaria poética.
Deixemos agora os poetas e poetisas e falemos dos prosadores. O texto inaugural da obra é uma crônica de Beatriz Alcântara, um texto de memórias, a recordar o Grupo Seara, Amizade e Literatura. Nele, a autora nos conta a história da criação da Revista do Grupo Seara. No gênero ensaio, Ebe Braga contribuiu para a publicação com o texto sobre Francis Bacon que vem seguido de duas crônicas sobre a criação da mulher e o Natal, ambas da autoria de Maria Luísa Bomfim. Zenaide Braga Marçal faz denúncia ecológica e reflexão sobre a guerra a partir de visão poética da Esquadrilha da Fumaça em Fortaleza. Ma. do Carmo Carvalho Fontenelle nos oferta a crônica-conto do chinês, o notívago cancioneiro que sensibilizou as minhas memórias de infância com cheiros de candeeiros e canções antigas. Maria Evan Gomes Bessa exalta a prática da fé e a alvissareira chegada das chuvas de abril, presença que desejamos tanto nesta Fortaleza quente dos dias presentes. Passeamos pela beleza da serra de Baturité em busca do casarão da família Magalhães Bezerra no texto de Ma. Argentina Austragésilo de Andrade. Ednilo Soárez, por meio da intertextualidade, leva-nos também à reflexão filosófica sobre a felicidade. Marcelo Gurgel Carlos da Silva brinca jocosamente, numa crônica bem humorada, com o episódio de instalação do estaleiro na praia do Titanzinho. Abordando um tema bem atual Celina Côrte Pinheiro versa sobre redes sociais numa analogia com as redes de pesca e trata também dos temas: prostituição e violência urbana. Zinah Alexandrino toma uma ocorrência cotidiana como mote da sua crônica: a renovação da carteira de motorista. Por sua vez, Heloisa Barros Leal elege a noite por confidente, personificando-a e fazendo com ela uma reflexão existencial. A liberdade metaforizada em forma de borboleta revela reflexão sobre o cotidiano das mulheres na crônica de Rafaela de Medeiros Ribeiro. Em sua crônica Cláudio Queiroz declarando-se neófilo do sertão e saboreando o balanço de uma rede, reflete sobre a vida em geral e sobre a vida sertaneja. José Pereira de Albuquerque, pesaroso, em um texto comovente, narra o trágico acidente que vitimou um vizinho quase amigo, o Cavalheiro do Ar, major Lindemberg. Rosa Virgínia Carneiro de Castro, em seu ensaio biográfico, por meio da citação de grandes filósofos, homenageia o escritor, geólogo e sanitarista Bernivaldo Carneiro. Sílvio dos Santos Filho versa, em tom filosófico, distinguindo os valores das coisas e das pessoas. Ma. Ida Francisco de Carvalho transporta-nos a uma noite de réveillon e põe em cena um jogo de xadrez que é metáfora da própria vida. Por fim, lembremo-nos do discurso de José Augusto Bezerra cujo texto foi escrito para comemorar o 118º. aniversário desta Academia. Neste texto, José Augusto não só retoma a história da Academia, mas a complementa com o registro dos acontecimentos do ano de 2012. E lamenta, pesarosamente, duas perdas irreparáveis para esta Casa: Barros Pinho e José Alves Fernandes. Aos dois deixo aqui também a minha homenagem.
Concluo dizendo que esta breve síntese que fiz agora não expressa a totalidade nem a riqueza de todos os textos publicados; entretanto, como já disse antes, seria inadequado estender o meu comentário para além deste limite. Assim, mais uma vez, parabenizo a todos e a todas que participaram deste sétimo volume de Policromias e, novamente, agradeço à oportunidade de poder partilhar com vocês este momento.

Hermínia Lima
23/4/2013

quinta-feira, 25 de abril de 2013

AJEB- MISSÃO CUMPRIDA



LANÇAMENTO DE POLICROMIAS Nº 7



Num trabalho desenvolvido por Giselda Medeiros, que coordenou a obra, e pela presidente Nirvanda Medeiros, a AJEB (Associação de Jornalistas e Escritoras do Brasil) lançou, dia 23 de abril, à noite, no Auditório da Academia Cearense de Letras,  a sua coletânea intitulada POLICROMIAS -7° Volume, em comemoração aos 43 anos de fundação da AJEB.



A apresentação da obra foi feita pela escritora Hermínia Lima, docente da Universidade de Fortaleza-UNIFOR, com um trabalho belíssimo que encantou a todos os presentes. O Cerimonial foi muito bem conduzido pelo jornalista Vicente Alencar.
O Editor de POLICROMIAS, administrador e escritor Dorian Sampaio Filho, também falou sobre a obra, a qual edita desde o primeiro volume, destacando-lhe a importância.

Também ocorreu  a premiação do V CONCURSO LITERÁRIO PROFESSORA EDITH BRAGA, com a presença de Conceição Seabra, representando a ilustre Professora Ebe Braga, a Patronesse do Concurso.



Os cheques e diplomas foram entregues às vencedoras pela Organizadora do Concurso, Giselda Medeiros.

As premiadas foram:

Vencedoras em Poesia


1 - Rejane Costa Barros, com o poema "O JOGO".
2 - Sabrina Melo, com o poema "A PIPA".
3 - Clara Lêda, com o poema "CHORA, COCÓ, CHORA".

Vencedoras em Prosa


1 - Celina Côrte Pinheiro, com o conto SOLIDÃO.
2 - Evan Bessa, com o conto O ARC- ÍRIS.
3 - Ida Carvalho, com o conto FELIZ ANO NOVO.


NOMES DA OBRA
Estão inseridos em  POLICROMIAS (7º volume) nada menos que 45 escritores e poetas, abaixo citados: 


SÓCIAS HONORÁRIAS
Beatriz Alcântara
Ebe Braga Frota

DIRETORIA
Giselda Medeiros.
Nirvanda Medeiros.
Maria Luísa Bomfim
Zenaide Marçal.
Rejane Costa Barros.
Maria do Carmo Fontenelle.
Evan Bessa.
Argentina Andrade.
Tereza Porto.

CONSELHO
Maria Helena do Amaral Macedo.
Maria Ilnah Soares.

CONVIDADOS
Ana Paula de Medeiros Ribeiro.
Ednilo Soàrez.
Eduardo Fontes.
Humberto Oriá.
José Augusto Bezerra.
Manoel César.
Marcelo Gurgel.
Margarida Alencar.
Rafaela de Medeiros Ribeiro.
Rosinha Medeiros.
Regine Limaverde.

SÓCIAS EFETIVAS
Celina Côrte Pinheiro.
Heloísa Barros Leal.
Mary Ann Karam.
Nádya Gurgel.
Nilze Costa e Silva.
Regina Barros Leal.
Rosa Firmo.
Sabrina Melo.
Viviane Monteiro.
Zinah Alexandrino.

SÓCIOS BENEMÉRITOS
Cláudio Queiroz.
João de Deus Pereira da Silva.
Lêda Maria.
Pereira de Albuquerque.
Vicente Alencar.
Vital Arruda.
SÓCIOS COLABORADORES
J. Udine.
Moacir Gadelha.
Rosa Virgínia Carneiro.
Sérgio Macedo.
Silvio dos Santos Filho.

Ainda foram admitidos pela AJEB-CE:


Sócias Efetivas (4):
1. Cleonídia Maria e Silva Anselmo.
2. Elinalva Alves de Oliveira.
3. Maria Eveline Weimar Chaves Medeiros.
4. Maria Selma de Sá Cabral.



Sócios Colaboradores (3):
1. Deusdedit Rocha.
2. Cícero Modesto Gomes.
3. Pedro Jorge Medeiros.


Foram agraciados com o Diploma Honra ao Mérito:

1. Giselda Medeiros.
2. Raymundo Netto.



De parabéns todo o quadro social da Associação de Jornalistas e escritoras do Brasil – AJEB-CE, pela festa muito bem preparada e desenvolvida, sob os aplausos de uma plateia numerosa e  atenta.

AGRADECIMENTOS

Os agradecimentos da noite ficaram a cargo de Giselda Medeiros, que os proferiu em versos: 


Boa-noite, Senhoras e Senhores,
Convidados que aqui, hoje, vieram
Cingir, da AJEB, a fronte, com suas cores,
Nesta noite referta de alegria.

Comemorando o seu aniversário,
Fazendo história com POLICROMIAS,
Em seu sétimo volume matizado,
A AJEB rememora Edith Braga,
Em concurso literário de poesias,
De contos, crônicas, bem inspirados,
Cujos poetas, cronistas vencedores
Recebem hoje os prêmios conquistados.

Mas, esta noite é de agradecimentos:
Primeiro, a Deus, que pôs em nosso peito
O Amor que move nossos pensamentos;
À Hermínia, por sua inteligência e arte
Genial com que falou da produção
Dos que lidam no altar ajebiano,
Bem como de onze gentis convidados
Que muito ilustram nossa antologia.
À Professora Hermínia, pois, a gratidão
Por sua análise percuciente,
Em que misturam-se a ontologia,
O criticismo e a visão de mundo
Com que define o ideal estético,
Em suas avaliações sempre presentes.
Por isso deixa, intacta, em nossa alma,
A silhueta esbelta da beleza.

Agradecemos a todos da ACL,
Casa guiada por José Augusto,
Amante fiel dos livros e das Artes,
Que nos acolhe como um filho amado;

Aos que carregam a bandeira da AJEB;
Aos amigos que, infalivelmente,
Dão-nos apoio. Também à Dona Ebe,
Deste nosso concurso, a Patronesse. 

Os agradecimentos penhorados
À Gráfica e Editora RDS;
E ao diagramador Carlos Alberto Dantas,
Autor da capa e do projeto gráfico.

Agradecemos aos poetas, prosadores
Participantes do nosso Concurso,
Cujos trabalhos, pelo seu valor,
O júri enalteceu com mil louvores.

Nesta festa maior pela cultura,
Aplaudamos nós a literatura,
A palavra semeada no papel
Aberta em flor de tons, perfume e mel
Na diversidade do pensamento.

Deixai-nos, pois, cantar alegremente,
Em nome de Nirvanda, a Presidente,
E agradecer com nosso humilde verso
A alegria dessa hora, a beleza
Do sorriso, o esplêndido encantamento
Da palavra que nos fortalece, e borda
De estrelas as noites mais escuras
Para acalmar, com seus lampejos rútilos,
A imensa dor do mundo, a humana dor,
Na mais colossal linguagem: o AMOR.

Muito obrigada a todos os presentes,
Pois noss’alma modula, assim contente,
A mais intensa e esplêndida emoção,
Emoldurada pela gratidão.
                                                            
                                                           Muito Obrigada
                                                              Giselda Medeiros
                                                                 23/4/2013  

sábado, 20 de abril de 2013

É FESTA NA AJEB-CE

ESTAMOS CONVIDANDO VOCÊ PARA A NOSSA FESTA COMEMORATIVA DOS 43 ANOS DE FUNDAÇÃO DA AJEB-CE.
VEJA O CONVITE E SEJA NOSSO CONVIDADO.


sexta-feira, 12 de abril de 2013

CARTA À MINHA CIDADE, COMPLETANDO NESTE SÁBADO, DIA 13/4, 287 ANOS - NILZE COSTA E SILVA




 Fortaleza, minha cidade amada.
Não sei como nem porque este rio da minha vida veio desaguar por estas terras. Sei que tinha pouquíssimo tempo de vida e não sabia um tantinho assim do que fosse ser alguém no mundo. Meu espaço era tão pequenininho! Compunha-se de uma rua, que parecia enorme, uma casa grande de altas paredes e um quintal repleto de bananeiras e castanholeiras. Depois esse mundo foi crescendo, se expandindo, saía pelo quintal que ia dar na Rua José Avelino, subia até o Quartel General, passava pelo Passeio Público e Praça da Estação. Se subisse à esquerda, no 1º quarteirão, seguia pela ladeira que se encontrava com a Rua Monsenhor Tabosa e desembocava na Igreja da Prainha e Seminário Velho, onde se ordenaram ilustres párocos, como Padre Cícero e Monsenhor Tabosa.
 Se resolvesse ir pela ladeira seguinte, entrava na Biblioteca Pública, uma casa antiga situada em frente à Praça do Cristo Redentor, onde a minha adolescência ia percorrer os livros envelhecidos que eu olhava, folheava e lia com zelo e admiração.
 Fui crescendo e conhecendo essa Cidade Mulher, que um dia ouvi chamarem de “loura desposada do sol”.
Meu primeiro contato com Fortaleza foi com o seu lado mais antigo: Praia de Iracema, Alfândega e Arraial Moura Brasil - zona de meretrício, cujo nome nem se podia citar, na época. Foi por ali que se iniciou o comércio da cidade, indo ao Passeio Público, Praça da Estação e afastando-se cada vez mais do mar.
Sendo um ser de beira de praia, senti-me arrastada para outros lados da cidade, Bezerra de Meneses, Parque Araxá, Parquelândia, Barra do Ceará, Bairro Ellery, Dionísio Torres e Bairro Edson Queiroz, onde fico até hoje.
 Em criança, tinha que me deixar levar pela vontade dos adultos. A brusca mudança e o mundo daquela gente grande me assustaram. A cidade exaltava-se, alvoroçava-se, enchia-se de pessoas estranhas que já não faziam parte da minha infância rodeada de mar.
 Na adolescência, angustiei-me ao perceber que a cidade inchava daquela gente expulsa do sertão pela seca e desigualdades fundiárias. Viadutos, bairros periféricos e terrenos baldios eram invadidos.
A minha Fortaleza mudou-se comigo da Praia de Iracema para um outro cenário. Via-me estranha, como se numa outra cidade, maquiando-se, afastando-se, não mais se penteando na orla como uma “loura desposada do sol”.
Você crescia, Fortaleza, com sua dupla personalidade. De um lado ardente, ousada e bela. De outro, deslavada, desvalida, triste e pobre em sua periferia.
 - Do livro Fortaleza Encantada (Livraria Cultura)

segunda-feira, 8 de abril de 2013

AJEB COMEMORA, HOJE, 8 /4/13, 43 ANOS DE SUCESSO - FELIZ ANIVERSÁRIO, AJEB!



FELIZ ANIVERSÁRIO, AJEB - 43 ANOS DE SUCESSO

Geraldina Amaral

                Graças a Deus, o Ceará possui expressivos talentos femininos que, a cada geração, vêm despertando, colorindo o mundo com seus escritos, quer seja em prosa, quer seja em verso. É óbvio que a mulher não quer ser melhor que o homem. O que quer é respeito, reconhecimento, sobretudo, de sua capacidade intelectiva, do valor de seu fazer literário. Tal como ele, ela interpreta o ato criador como uma forma de libertação, de superação de suas angústias existenciais, num buscar arraigado de paz e harmonia, para si e para o outro.
                Tudo isso me veio à mente, ao voltar-me, neste meu exílio temporário, para a leitura de obras de colegas filiadas à Associação de Jornalistas e Escritoras do Brasil (AJEB/CE), contidas na coletânea “Policromias”, que, tendo à frente a escritora, poetisa e acadêmica Giselda Medeiros, tem-se revelado como uma das coleções mais produtivas e atuantes do nosso querido Ceará.
                O mérito dessa fundação deve-se à escritora paranaense Hellê Vellozo, que, em 8 de abril de 1970, desvinculava-se de sua filiação junto à AMMPE (Asociación de Mujeres Periodistas y Escritoras), passando a ter autonomia, no Brasil, como AJEB (Associação de Jornalistas e Escritoras do Brasil), espalhando-se através de coordenadorias por muitos estados brasileiros.
                A coordenadoria do Ceará, que já teve duas Presidentes Nacionais – Nenzinha Galeno e Giselda Medeiros – tem hoje, à frente, a ajebiana Nirvanda Medeiros, cuja Diretoria vai festejar os 43 anos de fundação da AJEB, com uma festiva comemoração, dia 23 próximo, com o lançamento do sétimo volume de “Policromias” e com a entrega dos prêmios do V Concurso Literário Professora Edith Braga e diplomação de novos sócios.
                De parabéns a AJEB, sua Diretora e todos os que pertencemos à sua valorosa coordenadoria do Ceará.

domingo, 7 de abril de 2013

7 de ABRIL - DIA DO JORNALISTA



O abraço carinhoso a cada um dos jornalistas que honram o quadro social da Associação de Jornalistas e Escritoras do Brasil - AJEB-CE, pelo transcurso, hoje, 7 de abril, do DIA DO JORNALISTA. 

"A função do Jornalista é levar à Sociedade as notícias de interesse, em todos os seus pormenores. Nessa atividade, é necessária a plena liberdade (Jornalista Vicente Alencar - Sócio Benemérito da AJEB-CE).

sexta-feira, 29 de março de 2013

FELIZ E SANTA PÁSCOA AOS AJEBIANOS



A MORTE DE JESUS.
(Na Sexta-Feira da Paixão)

A morte de Jesus - grande mistério -
Traz o fulgor eterno de uma estrela.
Quando a medito, em seu teor etéreo,
Finito é meu pensar em entendê-la.

Oro, medito e rezo, com critério,
Na ininterrupta busca em compreendê-la;
Mas quanto mais me empenho, nesse mistério,
Sou como tênue chama de uma vela...

Senhor - infunde em mim a Tua Luz!
Basta-me a Fé, apenas, ó Jesus,
Para eu crer na Tua morte redentora...

Pois bem sei que morreste por Amor,
Grande mistério em Luz e esplendor,
Para salvar a Humanidade pecadora...

J. Udine – 29-03-2013.


sábado, 16 de março de 2013

AJEB REALIZA SESSÃO EM HOMENAGEM À MULHER


MESA DIRETORA DOS TRABALHOS




A PRESIDENTE NIRVANDA MEDEIROS COM O ORADOR DA SESSÃO, SERIDIÃO MONTENEGRO


A EXALTAÇÃO À MULHER POR SERIDIÃO MONTENEGRO


A PRESIDENTE DE HONRA, GISELDA MEDEIROS FAZ OS AGRADECIMENTOS


O AUDITÓRIO


VICENTE ALENCAR DIVULGA AS NOTÍCIAS CULTURAIS


SERIDIÃO MONTENEGRO RECEBE A ANTOLOGIA NACIONAL DA AJEB "PALAVRAS"


PALAVRA DA TESOUREIRA, EVAN BESSA


AJEBIANAS E, AO CENTRO, O PALESTRANTE DO DIA, SERIDIÃO MONTENEGRO


A PLATEIA


PRESIDENTE NIRVANDA MEDEIROS ENCERRA A SESSÃO






domingo, 10 de março de 2013

AJEBIANA LEDA COSTA LIMA - Poetisa e Trovadora



CRISTAL DE ESTRELAS

Abri a porta do meu coração
e ante o teu fascínio, ajoelhei-me!
Mas por que prometes
o que não me podes dar?

Na luta pela vida, sou mulher forte!
Porém, quando se trata de sentimentos,
sou como uma bolha de sabão
rompendo-se ao sopro da brisa,
sem que ninguém a toque...

Sou pequenino búzio entre rochedos...
Sou cristal, assim tão frágil,
que diante de um grito de angústia
ou gesto de traição
desfar-se-á em mil fragmentos
estilhaçando a ilusão
que em mim habita...

Mas, buscarei espelhar-me
em tua grandeza, e, pequenina como sou,
qual grão de areia,
hei de transformar-me
em cristal de estrelas
para poder brilhar contigo
bem junto do teu Céu!

(do livro RASTROS DO SILÊNCIO)

segunda-feira, 4 de março de 2013

UMA POESIA DE EVAN BESSA



A LÍRICA E O MONGE

Poesia! Sentimento, emoção derramada,
Como água em gotas deslizando do céu,
De onde emana da alma embotada
A dor do desespero correndo ao léu.

Parece contradição laçada com um nó
Quando o coração se expande e aperta
Num embate entre o bem e o mal sem dó
E se atira em uma encruzilhada incerta.

A lira aquece o coração abatido
E, ao longe, a música inebria o luar,
Enquanto as estrelas encandeiam o monge
Que toca no sereno da noite sem se anunciar.

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

MINHA ESTRELA GUIA - NIRVANDA MEDEIROS



MINHA ESTRELA GUIA

Lá do alto, vi minha Estrela Guia,
Entre outras, luminosa, radiante, 
Quão imensa foi minha alegria!
Encontrei,  fiquei  feliz,  doravante...

Gostaria de estar ao teu lado...
Embevecida,  entre mil primores.
Minha Estrela Guia! Estás calada,
Sinto muita falta dos teus amores.

Ah! Como é triste tua ausência...
Teu afago sempre me acompanhou,
Com amor, com bastante paciência.

Ah, Estrela Guia, me iluminaste,
Com muita ternura e muito amor...
Deixa-me contigo, assim, tão radiante!

           Maria  Nirvanda Medeiros
              13/11/2012

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

ATENÇÃO



A PRESIDENTE DA AJEB/CE NIRVANDA MEDEIROS CONVOCA SUA DIRETORIA PARA A REUNIÃO DE AMANHÃ, DIA 19 DE FEVEREIRO, ÀS 16H30MIN, EM SEU APARTAMENTO, EM QUE SE DISCUTIRÁ SOBRE O CALENDÁRIO ANUAL DE ATIVIDADES DA AJEB/CE, INCLUSIVE DO LANÇAMENTO DA COLETÂNEA "POLICROMIAS" - VOLUME 7, E SOBRE A DIVULGAÇÃO E PREMIAÇÃO DO V CONCURSO LITERÁRIO PROFESSORA EDITH BRAGA. 

sábado, 16 de fevereiro de 2013

Parte da entrevista da revista PODER ao neurocirurgião Paulo Niemeyer Filho



PODER: O que fazer para melhorar o cérebro ?
Resposta: Vc. tem de tratar do espírito. Precisa estar feliz, de bem com a vida, fazer exercício. Se está deprimido, reclamando de tudo, com a auto estima baixa, a primeira coisa que acontece é a memória ir embora; 90% das queixas de falta de memória são por depressão, desencanto, desestímulo. Para o cérebro funcionar melhor, você tem de ter alegria. Acordar de manhã e ter desejo de fazer alguma coisa, ter prazer no que está fazendo e ter a auto estima no ponto.

PODER: Cabeça tem a ver com alma?

PN: Eu acredito que a alma está na cabeça. Quando um doente está com morte cerebral, você tem a impressão de que ele já está sem alma... Isso não dá para explicar, o coração está batendo, mas ele não está mais vivo. Isto comprova que os sentimentos se originam no cérebro e não no coração.


PODER: Você acha que a vida moderna atrapalha?

PN: Não, eu acho a vida moderna uma maravilha. A vida na Idade Média era um horror. As pessoas morriam de doenças que hoje são banais de ser tratadas. O sofrimento era muito maior. As pessoas morriam em casa com dor. Hoje existem remédios fortíssimos, ninguém mais tem dor.

PODER: Existe algum inimigo do bom funcionamento do cérebro? 

PN: Todo exagero.
Na bebida, nas drogas, na comida, no mau humor, nas reclamações da vida, nos sonhos, na arrogância,etc.
O cérebro tem de ser bem tratado como o corpo. Uma coisa depende da outra.
É muito difícil um cérebro muito bom num corpo muito maltratado, e vice-versa.

PODER: Qual a evolução que você imagina para a neurocirurgia?

PN: Até agora a gente trata das deformidades que a doença causa, mas acho que vamos entrar numa fase de reparação do funcionamento cerebral, cirurgia genética, que serão cirurgias com introdução de cateter, colocação de partículas de nanotecnologia, em que você vai entrar na célula, com partículas que carregam dentro delas um remédio que vai matar aquela célula doente que te faz infeliz. Daqui a 50 anos ninguém mais vai precisar abrir a cabeça.

PODER: Você acha que nós somos a última geração que vai envelhecer?

PN: Acho que vamos morrer igual, mas vamos envelhecer menos. As pessoas irão bem até morrer. É isso que a gente espera. Ninguém quer a decadência da velhice. Se você puder ir bem mentalmente ,com saúde e bom aspecto, até o dia da morte, será uma maravilha.

PODER: Hoje a gente lida com o tempo de uma forma completamente diferente. Você acha que isso muda o funcionamento cerebral das pessoas?

PN: O cérebro vai se adaptando aos estímulos que recebe, e às necessidades. Você vê pais reclamando que os filhos não saem da internet, mas eles têm de fazer isso porque o cérebro hoje vai funcionar nessa rapidez. Ele tem de entrar nesse clique, porque senão vai ficar para trás. Isso faz parte do mundo em que a gente vive e o cérebro vai correndo atrás, se adaptando.

Você acredita em Deus?

PN: Geralmente depois de dez horas de cirurgia, aquele estresse, aquela adrenalina toda, quando acabamos de operar, vamos até a família e dizemos:

"Ele está salvo".

Aí, a família olha pra você e diz: 

"Graças a Deus!".

Então, a gente acredita que não fomos apenas nós, que existe algo mais, independente de religião.

Dr. Paulo Niemeyer Filho - Neurocirurgião .
Recentemente, devolveu ao Maestro João Carlos Martins os
movimentos no braço e mão esquerda através de cirurgia no
cérebro, uma experiência inédita e magnifica!.

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

CELINA CÔRTE PINHEIRO E O 27 DE JANEIRO DE 2013





            Deveria ser um domingo, como tantos outros, em que jovens curtem a ressaca de uma noite festiva na balada, quando trocaram beijos, abraços e passos de dança ao som da banda da moda. Contudo, não foi assim! O dia 27 de janeiro de 2013 amanheceu enlutado no país inteiro por conta do ocorrido lá em Santa Maria-RS. O lá ficou próximo de todos nós face à fatalidade incluindo tantos jovens recém despertados para a vida. Simplesmente curtiam as alegrias próprias da juventude. E não tiveram o dia seguinte para relatar tudo o que de bom acontecera na boate. Restaram apenas seus familiares sentindo na mente e no coração a dor de uma partida, sem despedidas e sem retorno previsto. Não apenas o Brasil caiu em estado de estupefação. Todo o mundo comentou e se perguntou como é que ainda acontecem coisas assim, em pleno século XXI. Acontecem e continuarão a acontecer, enquanto não adquirirmos a cultura da prevenção de acidentes e continuarmos a acreditar que fatalidades advêm apenas aos outros. Embora a tristeza tome conta de todos nós, é obrigatória a reflexão sobre o ocorrido. As responsabilidades devem ser investigadas e, com certeza, não se restringem a um pequeno grupo de pessoas ligadas diretamente ao recinto onde acontecia a festa. Outros, caso tenham consciência, estarão agora arrependidos por não terem sido mais rigorosos na fiscalização de acordo com as exigências da lei. Deram um jeitinho, levaram na brincadeira suas responsabilidades, na certeza de que nada ocorreria. Quiçá hajam se vendido, não por trinta dinheiros, mas até mesmo por uma garrafa de uísque falsificado para considerarem tudo de acordo com as normas técnicas.
            Não temos a cultura da prevenção e subestimamos as possibilidades de agravos. Acreditamos que nada irá acontecer e dormimos tranquilos. Quantos de nós, ao entrarmos em locais públicos nos preocupamos em examinar o entorno à procura das saídas de emergência ou possibilidades de evasão? Quantos de nós sabemos operar um extintor de incêndio? Quantos de nós sabemos que há diferentes tipos de extintores para situações específicas? A utilização de um extintor inadequado pode agravar o problema. Hoje, tão comuns os condomínios. No nosso, há pessoas treinadas para agir corretamente no caso de um sinistro? As questões são inúmeras e convém refletirmos sobre elas.
            O infortúnio recente revela os riscos a que nos encontramos sujeitos. Não devemos apenas lamentar o ocorrido, mas sermos mais cautelosos, mesmo nas situações mais comezinhas, capazes de produzir sérios agravos à integridade física individual e coletiva.

 (publicado no JORNAL O POVO)

domingo, 3 de fevereiro de 2013

COLABORAÇÃO DE HERMÍNIA LIMA


Que beleza de texto! REFLEXÃO ESTÉTICA SÉRIA E BEM HUMORADA. A leitura só reafirma o meu status de FÃ DO AUTOR:

AH, AS BERMUDAS!

Affonso Romano de Sant’Anna

Há muito venho observando as burmudas. Vivemos não apenas num triângulo mas num círculo vicioso de bermudas. Tenho várias bermudas. Isto me compromete. Estou envolvido no crime. No Natal (ou aniversário) as filhas insistem em me presentear com burmudas. Na última vez que isto aconteceu, troquei-as ( as burmudas, não as filhas) por camisas, aproventando o pretexto de que eram pequenas (as bermudas, claro).
Contra as bermudas, em geral, não tenho nada. Mas me pergunto: será que todo mundo deve usar bermudas? Pesquisei a respeito. Sei que se difundiram nos anos 90, que os surfistas é que as popularizaram. Dizem que essa roupa vem das ilhas Bermudas, onde era uma forma mais informal, arejada de se vestir e enfrentar o calor.
Até aí nada demais.
Mas como dizia meu pai-“tudo que é demais, é sobra”. E as bermudas invadiram nossa praia, nossas ruas, shoppings, cinemas e aeroportos. Estou nesta fila de banco: e horrorizado com o festival de bermudas à minha frente. Brancos, pretos, pardos, aposentados, porteiros, donas de casa num festival espantoso de mau gosto. E começo a ver aí uma questão sociológica, econômica e, irremissivelmente estética. Possivelmente a questão estética é que me levou às outras.
Por onde começar?
Sendo eu também (parcialmente) réu ou refém desta moda, tenho um certo conhecimento de causa ( ou calça?). Me parece que conseguiram nos iludir: vendem-nos bermudas que teem um ou dois terços de panos de uma calça, pelo preço da própria calça. Nisto a moda nos impingiu um paradoxo: compramos roupas remendadas e furadas por preços altíssimos, porque o lixo virou luxo.
Mas o ilusionismo que o modismo provoca é ainda mais sedutor: a gente vê aquele garotão de praia usando aquelas espantosas bermudas. Eles são sarados, teem o dorso olímpico, tatuagens rocambolescas nos músculos. São corpos padronizados, Neles pele, roupa e corpo se completam. Os anúncios, você sabe, botam os manequins em situação paradisíaca, ideal. Como na arte conceitual a gente compra o conceito.
Como diria a Bíblia, a bermuda foi feita para o homem, mas nem todo homem foi feito para a bermuda. Reparem na rua, na praia, nos aeroportos, cinemas, mercados, etc. Sobretudo no “etc”. Tem gente que não nasceu para usar bermuda. Por exemplo: os que teem aquela barriginha de bebedor de cerveja. E se o dono daquela barriga é pequeno, a situação se agrava, porque a lei áurea das proporções praticada por Leonardo da Vinci não funciona. Aquela barriguinha (ou barrigona avantajada) briga com o resto da estrutura. E surge essa questão física e metafísica: o que fazer das canelas finas? As burmudas colocaram à vista o ridículo das canelas finas que durante séculos escondemos. E a questão das canelas piora com o tipo de tenis que usamos. Os tenis merecem também uma tese universitária. Aí se estudaria a importação desse hábito dos EUA e teríamos que retomar aquela frase de ex-ministro Juracy Magalhães: “ o que é bom para os Estados Unidos é bom para o Brasil”. Será? E depois essa coisa assombrosa: cobram pelos tenis o mesmo preço dos sapatos. Quer dizer: a sociedade consumista faz da gente gato e sapato, quer dizer, gato e tênis e estamos levando gato por lebre.
Mas há ainda dois elementos que me chamam a atenção: a semelhança entre certas bermudas e a roupa dos palhaços. ( Espero não estar ofendendo ninguém, isto é apenas uma constatação semiótica, também uso bermudas). Na “teoria da carnavalização” estuda-se a introdução da idéia de transgressão na vestimenta ordinária. A roupa do palhaço é assim. As roupas carnavalescas são assim: uma inversão do cotidiano. E a moda, nos liberando de amarras, fez isto com a gente: saimos fantasiados, a fantasia virou rotina. As bernudas levaram isto ao máximo: listradas, cada perna de uma cor, enfim, um carnaval do baixo ventre para as canelas finas.
Houve um tempo (deprezível) em que cada classe social usava um tipo de roupa. Aí veio a democracia. Ótimo. Tudo ao alcance de todos. E aí instaurou-se a confusão. Eles continuam escolhendo por nós e nós achamos que estamos escolhendo

Estado de Minas/Correio Braziliense 3.02.2013

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

DIRCURSO DE POSSE NA PRESIDÊNCIA DA Academia Cearense de Letras - 2013/2014


Digníssimos membros da mesa diretora dos trabalhos desta solenidade, os quais saúdo na figura do atual Presidente desta casa, imortal e amigo Pedro Henrique Saraiva Leão, que meritoriamente encerra a sua missão.
Na antiguidade, os membros das comunidades se reuniam nos portos para desejar boa sorte à tripulação e aos passageiros das naus que iniciavam importantes viagens. Era um instante sagrado em que se pedia aos Deuses que orientassem, principalmente, os que iam comandar por entre mares e perigos desconhecidos.
Contrariamente, quando os navios voltavam, era o momento da alegria. Agradecia-se às divindades que permitiram, e aos homens que souberam, vencer desafios e voltar ao porto seguro da sua gente.
Cremos que hoje devemos, primeiramente, agradecer à administração anterior, capitaneada pelo ilustre Acadêmico Pedro Henrique, por haver trazido, após longa viagem de quatro anos, por entre dificuldades de toda ordem, a nau Academia Cearense de Letras, ao nosso porto de origem, sem nenhuma avaria e pronta para nova viagem e nova aventura. Em seu nome, portanto, Pedro, reverenciamos todas as Diretorias passadas, que comandaram tão bem cada viagem desta gloriosa embarcação, a mais antiga do gênero no Brasil, pelos últimos cento e dezoito anos. Dentre estes comandantes anteriores ressalte-se que está aqui presente o nosso querido e admirado confrade Murilo Martins, o qual cuidará do memorial da entidade, por ele concebido e implantado, ao lado desse genial estudioso da literatura cearense, Sânzio de Azevedo. Pedimos ainda ao Pedro que estenda nosso reconhecimento a sua esposa Mana, pelo empenho e entusiasmo com que o apoiou durante esta sua jornada.
Prezados acadêmicos deste Silogeu, os quais deram à chapa Barros Pinho, aquele meu irmão espiritual, por nós encabeçada, trinta e quatro dos trinta e cinco votos possíveis. Recebemos esta demonstração de confiança, praticamente unânime, com humildade e como se fora um recado de que poderemos contar com todos na tarefa de, na medida do possível, decidirmos em conjunto, com transparência, unidos e tendo como objetivo irrecusável a evolução da Academia e da inteligência da nossa terra.
Estimados parceiros, públicos e privados, que de certa forma, ao nos dar suporte e apoio, também adentram neste barco e para esta viagem. Nomeamos, primeiramente, os empreendedores privados, esses poetas que escrevem no grande livro da vida, representados pela Fundação Edson Queiroz, pela Fundação Beto Studart, pelo Grupo Ivens Dias Branco e pela FIEC. Simbolizando também o espírito e a visão dos homens públicos, nos honram como companheiros nesta jornada, a nossa Câmara Municipal, a Prefeitura de Fortaleza e a Secretaria de Cultura do Estado Ceará.
Saudamos os demais presentes, que aqui representam a sociedade. A sociedade é a razão de ser de uma Academia e vocês emolduram glamorosamente esta solenidade, com as expressões dos seus rostos e a dignidade das suas figuras.
Reverencio os familiares e amigos na imagem de uma menina que conheci aos quinze anos de idade, numa festa de São João. Na realidade éramos dois meninos. Casamo-nos aos dezoito, e hoje, cinquenta anos após, ainda continuamos unidos, pela vida e pelos sonhos: a minha esposa Bernadete.
Senhoras e senhores, observe-se que, fisicamente, o ser humano quase não mudou desde a idade da pedra. É o único animal que evoluiu por dentro, na mente, invisivelmente, e, não por acaso, os países que mais cresceram foram e ainda são, os que mais têm investido em educação e cultura.
As Academias, por mais de dois mil anos, tem sido centros propagadores desta evolução interior, coerentes com o pensamento de Sócrates que pregava existir apenas um bem, o saber, e apenas um mal, a ignorância.
Na origem da primeira academia houve também o surgimento do alfabeto e com ele o grande debate. Insignes filósofos acreditavam que só a palavra oral, viva e contundente, continuaria a desenvolver plenamente a memória. Temiam que as facilidades da escrita e da leitura enfraquecessem o raciocínio, o diálogo e a capacidade de questionamento.
Os temores não se justificaram. As linguagens oral e escrita delimitaram suas áreas de atuação e se somaram numa verdadeira revolução intelectual. As Academias acompanharam o namoro do homem com a sabedoria, preconizado por Platão, e esse relacionamento com o conhecimento, ampliado pela invenção da imprensa, impulsionou a humanidade ao estágio atual.
O homem contemporâneo, acreditando, como imaginava Nietzsche, que não há fatos eternos, nem verdades absolutas, penetra em um novo e misterioso universo, por ele criado, o mundo virtual.
A geração pós-papel já nasceu, conforme podemos observar em nossos filhos e netos, os quais ainda crianças têm mais afinidades com o computador e suas sutilezas do que nós adultos. Os textos de papiros, de pergaminho ou de papel, transformaram-se em telas reluzentes que interagem diretamente com a nossa consciência, sem contato tátil. Grandes jornais do mundo transformaram-se em virtuais. Muitas cadeias de livrarias fecharam. A Amazon, líder nas vendas do varejo on-line, já vende mais livros eletrônicos que livros físicos nos mercados americano e europeu, e as importantes bibliotecas estão reestudando seus investimentos, seu formato e o seu futuro.
Essa transição para a era digital talvez seja a maior das revoluções humanas e precisamos descobrir também o novo papel das Academias dentro desse contexto.
Emerge novamente, após 2.500 anos da criação do alfabeto, o debate sobre qual será o impacto dessas novas e profundas mudanças na leitura, na escrita e, por decorrência, nos cérebros humanos. Alguns argumentam que os jovens estão limitando rapidamente o seu vocabulário e que há uma assustadora tendência a se ler apenas e-mails e blogs, desprezando-se as leituras em profundidade. Outros acreditam que a comunicação virtual, tal qual foi a escrita, é uma maravilhosa conquista e poderá ser a ponte para o Olimpo do conhecimento humano.
Mas não importa o que acontecerá. Deveremos estar atentos e adaptarmo-nos, pois, parodiando Fernando Pessoa, poder-se-ia dizer: É o tempo da travessia e, se não ousarmos fazê-la, ficaremos, para sempre, à margem de nós mesmos.
Para esta nossa travessia contamos com quarenta experientes membros na tripulação, denominados acadêmicos. O lema desta Academia é Forti Nihil Difficile, ou seja, para o forte nada é difícil.
É uma grande honra poder trabalhar com o grupo de confrades deste Sodalício, o qual representa a inteligência literária da nossa terra. A jornada não será fácil, mas pela votação que nos foi dada, estamos unidos. Unidos somos fortes e para o forte nada é difícil.
Registre-se nosso reconhecimento e gratidão ao dedicado trabalho do grupo de apoio logístico e administrativo, formado por nossos funcionários: Madalena Figueiredo, Bibliotecária; Cláudia Queiroz, Secretária; Nunes Veríssimo, Valter Soares e José Arteiro, nos serviços gerais, internos e externos, sob a liderança da Diretora-Administrativa desta Academia, há vinte anos, Regina Pamplona Fiuza.
Preliminarmente, declaramos que trataremos com carinho os seguintes temas: Organização das finanças da instituição; esforço para recuperação da Praça dos Leões, incluindo o coreto; Melhoramento da segurança no entorno da entidade. Restauração do Prédio e da biblioteca da ACL; Interiorização da nossa atividade, com visita da ACL a cidades do interior; Reforma do Estatuto; Exposições temáticas; Continuidade dos Ciclos de Conferências; Cursos específicos para estudiosos, em convênio com o estado e a Prefeitura; Empenho para edição de livros de autoria dos sócios e reedição de livros raros.
Trabalharemos com paciência, ouviremos a todos e tomaremos decisões baseadas nos interesses maiores da entidade. Nestes noventa dias iniciais, ainda estarei também como Presidente do Instituto do Ceará, concluindo a missão que me foi confiada por aquela veneranda e querida instituição.
Feitas tais considerações, concluo dizendo que temos consciência da nobre missão de ser Presidente da mais antiga Academia de letras do Brasil, bem como das dificuldades e desafios que isto representa.
Entendemos que cada administração é apenas o elo de uma grande corrente que se estende, infinitamente, no tempo e no espaço.
Machado de Assis no lançamento da primeira pedra da estátua de José de Alencar, inaugurada em 1º de maio de 1897, no RJ, lembrou que Alencar terminara o livro Iracema, dizendo que a jandaia ainda cantava no olho do coqueiro, mas já não repetia o mavioso nome de Iracema, pois, tudo passava sobre a terra. Machado de Assis, entrementes, concluiu dizendo que a posteridade é aquela jandaia que não deixa o coqueiro e que, ao contrário da que emudeceu, repete e repetirá sempre o nome da linda tabajara e do seu imortal autor, pois, nem tudo passa sobre a terra.
Os séculos tem-nos mostrado que assim são as Academias. Os confrades e as administrações passam, mas não as entidades. São elas aquelas jandaias que jamais deixam de cantar, porque estão comprometidas com a posteridade.
Assim, senhoras e senhoras, levantemos as âncoras e deixemos o barco fluir lentamente, iniciando esta viagem. Peçamos aos céus, como os antigos Gregos já o faziam à época da primeira Academia, que os ventos nos sejam favoráveis e que saibamos honrar os que nos antecederam durante os cento e dezoito anos anteriores.
Muito Grato,
José Augusto Bezerra – Jan. 2013

O RELÓGIO - VICENTE ALENCAR


 
O RELÓGIO


O relógio da minha vida
marcou grandes momentos,
horas e horas entre nós.

O relógio da minha vida
marcou felicidade,
muitos sorrisos e alegrias.

O relógio da minha vida
marcou inesquecíveis instantes
onde desfrutamos o amor.

O relógio da minha vida
marcou o brilho da noite
vindo da lua cheia.

O relógio da minha vida
marcou o perfume das flores
em românticos momentos

O relógio da minha vida
marcou o canto dos pássaros
em nossos corações.

Vicente Alencar
(da UBE-CE)