ATUAL DIRETORIA AJEB-CE - 2018/2020

PRESIDENTE DE HONRA: Giselda de Medeiros Albuquerque

PRESIDENTE: Elinalva Alves de Oliveira

1ª VICE-PRESIDENTE: Gizela Nunes da Costa

2ª VICE-PRESIDENTE: Maria Argentina Austregésilo de Andrade

1ª SECRETÁRIA: Rejane Costa Barros

2ª SECRETÁRIA: Nirvanda Medeiros

1ª DIRETORA DE FINANÇAS: Gilda Maria Oliveira Freitas

2ª DIRETORA DE FINANÇAS: Rita Guedes

DIRETORA DE EVENTOS: Maria Stella Frota Salles

DIRETORA DE PUBLICAÇÃO: Giselda de Medeiros Albuquerque

CERIMONIALISTA: Francinete de Azevedo Ferreira

CONSELHO

Evan Gomes Bessa

Maria Helena do Amaral Macedo

Zenaide Marçal

DIRETORIA AJEB-CE - 2018-2020

DIRETORIA AJEB-CE - 2018-2020
DIRETORIA ELEITA POR UNANIMIDADE

sexta-feira, 29 de março de 2013

FELIZ E SANTA PÁSCOA AOS AJEBIANOS



A MORTE DE JESUS.
(Na Sexta-Feira da Paixão)

A morte de Jesus - grande mistério -
Traz o fulgor eterno de uma estrela.
Quando a medito, em seu teor etéreo,
Finito é meu pensar em entendê-la.

Oro, medito e rezo, com critério,
Na ininterrupta busca em compreendê-la;
Mas quanto mais me empenho, nesse mistério,
Sou como tênue chama de uma vela...

Senhor - infunde em mim a Tua Luz!
Basta-me a Fé, apenas, ó Jesus,
Para eu crer na Tua morte redentora...

Pois bem sei que morreste por Amor,
Grande mistério em Luz e esplendor,
Para salvar a Humanidade pecadora...

J. Udine – 29-03-2013.


sábado, 16 de março de 2013

AJEB REALIZA SESSÃO EM HOMENAGEM À MULHER


MESA DIRETORA DOS TRABALHOS




A PRESIDENTE NIRVANDA MEDEIROS COM O ORADOR DA SESSÃO, SERIDIÃO MONTENEGRO


A EXALTAÇÃO À MULHER POR SERIDIÃO MONTENEGRO


A PRESIDENTE DE HONRA, GISELDA MEDEIROS FAZ OS AGRADECIMENTOS


O AUDITÓRIO


VICENTE ALENCAR DIVULGA AS NOTÍCIAS CULTURAIS


SERIDIÃO MONTENEGRO RECEBE A ANTOLOGIA NACIONAL DA AJEB "PALAVRAS"


PALAVRA DA TESOUREIRA, EVAN BESSA


AJEBIANAS E, AO CENTRO, O PALESTRANTE DO DIA, SERIDIÃO MONTENEGRO


A PLATEIA


PRESIDENTE NIRVANDA MEDEIROS ENCERRA A SESSÃO






domingo, 10 de março de 2013

AJEBIANA LEDA COSTA LIMA - Poetisa e Trovadora



CRISTAL DE ESTRELAS

Abri a porta do meu coração
e ante o teu fascínio, ajoelhei-me!
Mas por que prometes
o que não me podes dar?

Na luta pela vida, sou mulher forte!
Porém, quando se trata de sentimentos,
sou como uma bolha de sabão
rompendo-se ao sopro da brisa,
sem que ninguém a toque...

Sou pequenino búzio entre rochedos...
Sou cristal, assim tão frágil,
que diante de um grito de angústia
ou gesto de traição
desfar-se-á em mil fragmentos
estilhaçando a ilusão
que em mim habita...

Mas, buscarei espelhar-me
em tua grandeza, e, pequenina como sou,
qual grão de areia,
hei de transformar-me
em cristal de estrelas
para poder brilhar contigo
bem junto do teu Céu!

(do livro RASTROS DO SILÊNCIO)

segunda-feira, 4 de março de 2013

UMA POESIA DE EVAN BESSA



A LÍRICA E O MONGE

Poesia! Sentimento, emoção derramada,
Como água em gotas deslizando do céu,
De onde emana da alma embotada
A dor do desespero correndo ao léu.

Parece contradição laçada com um nó
Quando o coração se expande e aperta
Num embate entre o bem e o mal sem dó
E se atira em uma encruzilhada incerta.

A lira aquece o coração abatido
E, ao longe, a música inebria o luar,
Enquanto as estrelas encandeiam o monge
Que toca no sereno da noite sem se anunciar.

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

MINHA ESTRELA GUIA - NIRVANDA MEDEIROS



MINHA ESTRELA GUIA

Lá do alto, vi minha Estrela Guia,
Entre outras, luminosa, radiante, 
Quão imensa foi minha alegria!
Encontrei,  fiquei  feliz,  doravante...

Gostaria de estar ao teu lado...
Embevecida,  entre mil primores.
Minha Estrela Guia! Estás calada,
Sinto muita falta dos teus amores.

Ah! Como é triste tua ausência...
Teu afago sempre me acompanhou,
Com amor, com bastante paciência.

Ah, Estrela Guia, me iluminaste,
Com muita ternura e muito amor...
Deixa-me contigo, assim, tão radiante!

           Maria  Nirvanda Medeiros
              13/11/2012

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

ATENÇÃO



A PRESIDENTE DA AJEB/CE NIRVANDA MEDEIROS CONVOCA SUA DIRETORIA PARA A REUNIÃO DE AMANHÃ, DIA 19 DE FEVEREIRO, ÀS 16H30MIN, EM SEU APARTAMENTO, EM QUE SE DISCUTIRÁ SOBRE O CALENDÁRIO ANUAL DE ATIVIDADES DA AJEB/CE, INCLUSIVE DO LANÇAMENTO DA COLETÂNEA "POLICROMIAS" - VOLUME 7, E SOBRE A DIVULGAÇÃO E PREMIAÇÃO DO V CONCURSO LITERÁRIO PROFESSORA EDITH BRAGA. 

sábado, 16 de fevereiro de 2013

Parte da entrevista da revista PODER ao neurocirurgião Paulo Niemeyer Filho



PODER: O que fazer para melhorar o cérebro ?
Resposta: Vc. tem de tratar do espírito. Precisa estar feliz, de bem com a vida, fazer exercício. Se está deprimido, reclamando de tudo, com a auto estima baixa, a primeira coisa que acontece é a memória ir embora; 90% das queixas de falta de memória são por depressão, desencanto, desestímulo. Para o cérebro funcionar melhor, você tem de ter alegria. Acordar de manhã e ter desejo de fazer alguma coisa, ter prazer no que está fazendo e ter a auto estima no ponto.

PODER: Cabeça tem a ver com alma?

PN: Eu acredito que a alma está na cabeça. Quando um doente está com morte cerebral, você tem a impressão de que ele já está sem alma... Isso não dá para explicar, o coração está batendo, mas ele não está mais vivo. Isto comprova que os sentimentos se originam no cérebro e não no coração.


PODER: Você acha que a vida moderna atrapalha?

PN: Não, eu acho a vida moderna uma maravilha. A vida na Idade Média era um horror. As pessoas morriam de doenças que hoje são banais de ser tratadas. O sofrimento era muito maior. As pessoas morriam em casa com dor. Hoje existem remédios fortíssimos, ninguém mais tem dor.

PODER: Existe algum inimigo do bom funcionamento do cérebro? 

PN: Todo exagero.
Na bebida, nas drogas, na comida, no mau humor, nas reclamações da vida, nos sonhos, na arrogância,etc.
O cérebro tem de ser bem tratado como o corpo. Uma coisa depende da outra.
É muito difícil um cérebro muito bom num corpo muito maltratado, e vice-versa.

PODER: Qual a evolução que você imagina para a neurocirurgia?

PN: Até agora a gente trata das deformidades que a doença causa, mas acho que vamos entrar numa fase de reparação do funcionamento cerebral, cirurgia genética, que serão cirurgias com introdução de cateter, colocação de partículas de nanotecnologia, em que você vai entrar na célula, com partículas que carregam dentro delas um remédio que vai matar aquela célula doente que te faz infeliz. Daqui a 50 anos ninguém mais vai precisar abrir a cabeça.

PODER: Você acha que nós somos a última geração que vai envelhecer?

PN: Acho que vamos morrer igual, mas vamos envelhecer menos. As pessoas irão bem até morrer. É isso que a gente espera. Ninguém quer a decadência da velhice. Se você puder ir bem mentalmente ,com saúde e bom aspecto, até o dia da morte, será uma maravilha.

PODER: Hoje a gente lida com o tempo de uma forma completamente diferente. Você acha que isso muda o funcionamento cerebral das pessoas?

PN: O cérebro vai se adaptando aos estímulos que recebe, e às necessidades. Você vê pais reclamando que os filhos não saem da internet, mas eles têm de fazer isso porque o cérebro hoje vai funcionar nessa rapidez. Ele tem de entrar nesse clique, porque senão vai ficar para trás. Isso faz parte do mundo em que a gente vive e o cérebro vai correndo atrás, se adaptando.

Você acredita em Deus?

PN: Geralmente depois de dez horas de cirurgia, aquele estresse, aquela adrenalina toda, quando acabamos de operar, vamos até a família e dizemos:

"Ele está salvo".

Aí, a família olha pra você e diz: 

"Graças a Deus!".

Então, a gente acredita que não fomos apenas nós, que existe algo mais, independente de religião.

Dr. Paulo Niemeyer Filho - Neurocirurgião .
Recentemente, devolveu ao Maestro João Carlos Martins os
movimentos no braço e mão esquerda através de cirurgia no
cérebro, uma experiência inédita e magnifica!.

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

CELINA CÔRTE PINHEIRO E O 27 DE JANEIRO DE 2013





            Deveria ser um domingo, como tantos outros, em que jovens curtem a ressaca de uma noite festiva na balada, quando trocaram beijos, abraços e passos de dança ao som da banda da moda. Contudo, não foi assim! O dia 27 de janeiro de 2013 amanheceu enlutado no país inteiro por conta do ocorrido lá em Santa Maria-RS. O lá ficou próximo de todos nós face à fatalidade incluindo tantos jovens recém despertados para a vida. Simplesmente curtiam as alegrias próprias da juventude. E não tiveram o dia seguinte para relatar tudo o que de bom acontecera na boate. Restaram apenas seus familiares sentindo na mente e no coração a dor de uma partida, sem despedidas e sem retorno previsto. Não apenas o Brasil caiu em estado de estupefação. Todo o mundo comentou e se perguntou como é que ainda acontecem coisas assim, em pleno século XXI. Acontecem e continuarão a acontecer, enquanto não adquirirmos a cultura da prevenção de acidentes e continuarmos a acreditar que fatalidades advêm apenas aos outros. Embora a tristeza tome conta de todos nós, é obrigatória a reflexão sobre o ocorrido. As responsabilidades devem ser investigadas e, com certeza, não se restringem a um pequeno grupo de pessoas ligadas diretamente ao recinto onde acontecia a festa. Outros, caso tenham consciência, estarão agora arrependidos por não terem sido mais rigorosos na fiscalização de acordo com as exigências da lei. Deram um jeitinho, levaram na brincadeira suas responsabilidades, na certeza de que nada ocorreria. Quiçá hajam se vendido, não por trinta dinheiros, mas até mesmo por uma garrafa de uísque falsificado para considerarem tudo de acordo com as normas técnicas.
            Não temos a cultura da prevenção e subestimamos as possibilidades de agravos. Acreditamos que nada irá acontecer e dormimos tranquilos. Quantos de nós, ao entrarmos em locais públicos nos preocupamos em examinar o entorno à procura das saídas de emergência ou possibilidades de evasão? Quantos de nós sabemos operar um extintor de incêndio? Quantos de nós sabemos que há diferentes tipos de extintores para situações específicas? A utilização de um extintor inadequado pode agravar o problema. Hoje, tão comuns os condomínios. No nosso, há pessoas treinadas para agir corretamente no caso de um sinistro? As questões são inúmeras e convém refletirmos sobre elas.
            O infortúnio recente revela os riscos a que nos encontramos sujeitos. Não devemos apenas lamentar o ocorrido, mas sermos mais cautelosos, mesmo nas situações mais comezinhas, capazes de produzir sérios agravos à integridade física individual e coletiva.

 (publicado no JORNAL O POVO)

domingo, 3 de fevereiro de 2013

COLABORAÇÃO DE HERMÍNIA LIMA


Que beleza de texto! REFLEXÃO ESTÉTICA SÉRIA E BEM HUMORADA. A leitura só reafirma o meu status de FÃ DO AUTOR:

AH, AS BERMUDAS!

Affonso Romano de Sant’Anna

Há muito venho observando as burmudas. Vivemos não apenas num triângulo mas num círculo vicioso de bermudas. Tenho várias bermudas. Isto me compromete. Estou envolvido no crime. No Natal (ou aniversário) as filhas insistem em me presentear com burmudas. Na última vez que isto aconteceu, troquei-as ( as burmudas, não as filhas) por camisas, aproventando o pretexto de que eram pequenas (as bermudas, claro).
Contra as bermudas, em geral, não tenho nada. Mas me pergunto: será que todo mundo deve usar bermudas? Pesquisei a respeito. Sei que se difundiram nos anos 90, que os surfistas é que as popularizaram. Dizem que essa roupa vem das ilhas Bermudas, onde era uma forma mais informal, arejada de se vestir e enfrentar o calor.
Até aí nada demais.
Mas como dizia meu pai-“tudo que é demais, é sobra”. E as bermudas invadiram nossa praia, nossas ruas, shoppings, cinemas e aeroportos. Estou nesta fila de banco: e horrorizado com o festival de bermudas à minha frente. Brancos, pretos, pardos, aposentados, porteiros, donas de casa num festival espantoso de mau gosto. E começo a ver aí uma questão sociológica, econômica e, irremissivelmente estética. Possivelmente a questão estética é que me levou às outras.
Por onde começar?
Sendo eu também (parcialmente) réu ou refém desta moda, tenho um certo conhecimento de causa ( ou calça?). Me parece que conseguiram nos iludir: vendem-nos bermudas que teem um ou dois terços de panos de uma calça, pelo preço da própria calça. Nisto a moda nos impingiu um paradoxo: compramos roupas remendadas e furadas por preços altíssimos, porque o lixo virou luxo.
Mas o ilusionismo que o modismo provoca é ainda mais sedutor: a gente vê aquele garotão de praia usando aquelas espantosas bermudas. Eles são sarados, teem o dorso olímpico, tatuagens rocambolescas nos músculos. São corpos padronizados, Neles pele, roupa e corpo se completam. Os anúncios, você sabe, botam os manequins em situação paradisíaca, ideal. Como na arte conceitual a gente compra o conceito.
Como diria a Bíblia, a bermuda foi feita para o homem, mas nem todo homem foi feito para a bermuda. Reparem na rua, na praia, nos aeroportos, cinemas, mercados, etc. Sobretudo no “etc”. Tem gente que não nasceu para usar bermuda. Por exemplo: os que teem aquela barriginha de bebedor de cerveja. E se o dono daquela barriga é pequeno, a situação se agrava, porque a lei áurea das proporções praticada por Leonardo da Vinci não funciona. Aquela barriguinha (ou barrigona avantajada) briga com o resto da estrutura. E surge essa questão física e metafísica: o que fazer das canelas finas? As burmudas colocaram à vista o ridículo das canelas finas que durante séculos escondemos. E a questão das canelas piora com o tipo de tenis que usamos. Os tenis merecem também uma tese universitária. Aí se estudaria a importação desse hábito dos EUA e teríamos que retomar aquela frase de ex-ministro Juracy Magalhães: “ o que é bom para os Estados Unidos é bom para o Brasil”. Será? E depois essa coisa assombrosa: cobram pelos tenis o mesmo preço dos sapatos. Quer dizer: a sociedade consumista faz da gente gato e sapato, quer dizer, gato e tênis e estamos levando gato por lebre.
Mas há ainda dois elementos que me chamam a atenção: a semelhança entre certas bermudas e a roupa dos palhaços. ( Espero não estar ofendendo ninguém, isto é apenas uma constatação semiótica, também uso bermudas). Na “teoria da carnavalização” estuda-se a introdução da idéia de transgressão na vestimenta ordinária. A roupa do palhaço é assim. As roupas carnavalescas são assim: uma inversão do cotidiano. E a moda, nos liberando de amarras, fez isto com a gente: saimos fantasiados, a fantasia virou rotina. As bernudas levaram isto ao máximo: listradas, cada perna de uma cor, enfim, um carnaval do baixo ventre para as canelas finas.
Houve um tempo (deprezível) em que cada classe social usava um tipo de roupa. Aí veio a democracia. Ótimo. Tudo ao alcance de todos. E aí instaurou-se a confusão. Eles continuam escolhendo por nós e nós achamos que estamos escolhendo

Estado de Minas/Correio Braziliense 3.02.2013

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

DIRCURSO DE POSSE NA PRESIDÊNCIA DA Academia Cearense de Letras - 2013/2014


Digníssimos membros da mesa diretora dos trabalhos desta solenidade, os quais saúdo na figura do atual Presidente desta casa, imortal e amigo Pedro Henrique Saraiva Leão, que meritoriamente encerra a sua missão.
Na antiguidade, os membros das comunidades se reuniam nos portos para desejar boa sorte à tripulação e aos passageiros das naus que iniciavam importantes viagens. Era um instante sagrado em que se pedia aos Deuses que orientassem, principalmente, os que iam comandar por entre mares e perigos desconhecidos.
Contrariamente, quando os navios voltavam, era o momento da alegria. Agradecia-se às divindades que permitiram, e aos homens que souberam, vencer desafios e voltar ao porto seguro da sua gente.
Cremos que hoje devemos, primeiramente, agradecer à administração anterior, capitaneada pelo ilustre Acadêmico Pedro Henrique, por haver trazido, após longa viagem de quatro anos, por entre dificuldades de toda ordem, a nau Academia Cearense de Letras, ao nosso porto de origem, sem nenhuma avaria e pronta para nova viagem e nova aventura. Em seu nome, portanto, Pedro, reverenciamos todas as Diretorias passadas, que comandaram tão bem cada viagem desta gloriosa embarcação, a mais antiga do gênero no Brasil, pelos últimos cento e dezoito anos. Dentre estes comandantes anteriores ressalte-se que está aqui presente o nosso querido e admirado confrade Murilo Martins, o qual cuidará do memorial da entidade, por ele concebido e implantado, ao lado desse genial estudioso da literatura cearense, Sânzio de Azevedo. Pedimos ainda ao Pedro que estenda nosso reconhecimento a sua esposa Mana, pelo empenho e entusiasmo com que o apoiou durante esta sua jornada.
Prezados acadêmicos deste Silogeu, os quais deram à chapa Barros Pinho, aquele meu irmão espiritual, por nós encabeçada, trinta e quatro dos trinta e cinco votos possíveis. Recebemos esta demonstração de confiança, praticamente unânime, com humildade e como se fora um recado de que poderemos contar com todos na tarefa de, na medida do possível, decidirmos em conjunto, com transparência, unidos e tendo como objetivo irrecusável a evolução da Academia e da inteligência da nossa terra.
Estimados parceiros, públicos e privados, que de certa forma, ao nos dar suporte e apoio, também adentram neste barco e para esta viagem. Nomeamos, primeiramente, os empreendedores privados, esses poetas que escrevem no grande livro da vida, representados pela Fundação Edson Queiroz, pela Fundação Beto Studart, pelo Grupo Ivens Dias Branco e pela FIEC. Simbolizando também o espírito e a visão dos homens públicos, nos honram como companheiros nesta jornada, a nossa Câmara Municipal, a Prefeitura de Fortaleza e a Secretaria de Cultura do Estado Ceará.
Saudamos os demais presentes, que aqui representam a sociedade. A sociedade é a razão de ser de uma Academia e vocês emolduram glamorosamente esta solenidade, com as expressões dos seus rostos e a dignidade das suas figuras.
Reverencio os familiares e amigos na imagem de uma menina que conheci aos quinze anos de idade, numa festa de São João. Na realidade éramos dois meninos. Casamo-nos aos dezoito, e hoje, cinquenta anos após, ainda continuamos unidos, pela vida e pelos sonhos: a minha esposa Bernadete.
Senhoras e senhores, observe-se que, fisicamente, o ser humano quase não mudou desde a idade da pedra. É o único animal que evoluiu por dentro, na mente, invisivelmente, e, não por acaso, os países que mais cresceram foram e ainda são, os que mais têm investido em educação e cultura.
As Academias, por mais de dois mil anos, tem sido centros propagadores desta evolução interior, coerentes com o pensamento de Sócrates que pregava existir apenas um bem, o saber, e apenas um mal, a ignorância.
Na origem da primeira academia houve também o surgimento do alfabeto e com ele o grande debate. Insignes filósofos acreditavam que só a palavra oral, viva e contundente, continuaria a desenvolver plenamente a memória. Temiam que as facilidades da escrita e da leitura enfraquecessem o raciocínio, o diálogo e a capacidade de questionamento.
Os temores não se justificaram. As linguagens oral e escrita delimitaram suas áreas de atuação e se somaram numa verdadeira revolução intelectual. As Academias acompanharam o namoro do homem com a sabedoria, preconizado por Platão, e esse relacionamento com o conhecimento, ampliado pela invenção da imprensa, impulsionou a humanidade ao estágio atual.
O homem contemporâneo, acreditando, como imaginava Nietzsche, que não há fatos eternos, nem verdades absolutas, penetra em um novo e misterioso universo, por ele criado, o mundo virtual.
A geração pós-papel já nasceu, conforme podemos observar em nossos filhos e netos, os quais ainda crianças têm mais afinidades com o computador e suas sutilezas do que nós adultos. Os textos de papiros, de pergaminho ou de papel, transformaram-se em telas reluzentes que interagem diretamente com a nossa consciência, sem contato tátil. Grandes jornais do mundo transformaram-se em virtuais. Muitas cadeias de livrarias fecharam. A Amazon, líder nas vendas do varejo on-line, já vende mais livros eletrônicos que livros físicos nos mercados americano e europeu, e as importantes bibliotecas estão reestudando seus investimentos, seu formato e o seu futuro.
Essa transição para a era digital talvez seja a maior das revoluções humanas e precisamos descobrir também o novo papel das Academias dentro desse contexto.
Emerge novamente, após 2.500 anos da criação do alfabeto, o debate sobre qual será o impacto dessas novas e profundas mudanças na leitura, na escrita e, por decorrência, nos cérebros humanos. Alguns argumentam que os jovens estão limitando rapidamente o seu vocabulário e que há uma assustadora tendência a se ler apenas e-mails e blogs, desprezando-se as leituras em profundidade. Outros acreditam que a comunicação virtual, tal qual foi a escrita, é uma maravilhosa conquista e poderá ser a ponte para o Olimpo do conhecimento humano.
Mas não importa o que acontecerá. Deveremos estar atentos e adaptarmo-nos, pois, parodiando Fernando Pessoa, poder-se-ia dizer: É o tempo da travessia e, se não ousarmos fazê-la, ficaremos, para sempre, à margem de nós mesmos.
Para esta nossa travessia contamos com quarenta experientes membros na tripulação, denominados acadêmicos. O lema desta Academia é Forti Nihil Difficile, ou seja, para o forte nada é difícil.
É uma grande honra poder trabalhar com o grupo de confrades deste Sodalício, o qual representa a inteligência literária da nossa terra. A jornada não será fácil, mas pela votação que nos foi dada, estamos unidos. Unidos somos fortes e para o forte nada é difícil.
Registre-se nosso reconhecimento e gratidão ao dedicado trabalho do grupo de apoio logístico e administrativo, formado por nossos funcionários: Madalena Figueiredo, Bibliotecária; Cláudia Queiroz, Secretária; Nunes Veríssimo, Valter Soares e José Arteiro, nos serviços gerais, internos e externos, sob a liderança da Diretora-Administrativa desta Academia, há vinte anos, Regina Pamplona Fiuza.
Preliminarmente, declaramos que trataremos com carinho os seguintes temas: Organização das finanças da instituição; esforço para recuperação da Praça dos Leões, incluindo o coreto; Melhoramento da segurança no entorno da entidade. Restauração do Prédio e da biblioteca da ACL; Interiorização da nossa atividade, com visita da ACL a cidades do interior; Reforma do Estatuto; Exposições temáticas; Continuidade dos Ciclos de Conferências; Cursos específicos para estudiosos, em convênio com o estado e a Prefeitura; Empenho para edição de livros de autoria dos sócios e reedição de livros raros.
Trabalharemos com paciência, ouviremos a todos e tomaremos decisões baseadas nos interesses maiores da entidade. Nestes noventa dias iniciais, ainda estarei também como Presidente do Instituto do Ceará, concluindo a missão que me foi confiada por aquela veneranda e querida instituição.
Feitas tais considerações, concluo dizendo que temos consciência da nobre missão de ser Presidente da mais antiga Academia de letras do Brasil, bem como das dificuldades e desafios que isto representa.
Entendemos que cada administração é apenas o elo de uma grande corrente que se estende, infinitamente, no tempo e no espaço.
Machado de Assis no lançamento da primeira pedra da estátua de José de Alencar, inaugurada em 1º de maio de 1897, no RJ, lembrou que Alencar terminara o livro Iracema, dizendo que a jandaia ainda cantava no olho do coqueiro, mas já não repetia o mavioso nome de Iracema, pois, tudo passava sobre a terra. Machado de Assis, entrementes, concluiu dizendo que a posteridade é aquela jandaia que não deixa o coqueiro e que, ao contrário da que emudeceu, repete e repetirá sempre o nome da linda tabajara e do seu imortal autor, pois, nem tudo passa sobre a terra.
Os séculos tem-nos mostrado que assim são as Academias. Os confrades e as administrações passam, mas não as entidades. São elas aquelas jandaias que jamais deixam de cantar, porque estão comprometidas com a posteridade.
Assim, senhoras e senhoras, levantemos as âncoras e deixemos o barco fluir lentamente, iniciando esta viagem. Peçamos aos céus, como os antigos Gregos já o faziam à época da primeira Academia, que os ventos nos sejam favoráveis e que saibamos honrar os que nos antecederam durante os cento e dezoito anos anteriores.
Muito Grato,
José Augusto Bezerra – Jan. 2013

O RELÓGIO - VICENTE ALENCAR


 
O RELÓGIO


O relógio da minha vida
marcou grandes momentos,
horas e horas entre nós.

O relógio da minha vida
marcou felicidade,
muitos sorrisos e alegrias.

O relógio da minha vida
marcou inesquecíveis instantes
onde desfrutamos o amor.

O relógio da minha vida
marcou o brilho da noite
vindo da lua cheia.

O relógio da minha vida
marcou o perfume das flores
em românticos momentos

O relógio da minha vida
marcou o canto dos pássaros
em nossos corações.

Vicente Alencar
(da UBE-CE)

sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

A LUA DE LUANDA



A Lua de Luanda, nos meus sonhos, anda.
... Quase sempre, ela dorme dentro do meu peito.
Quando a vejo no céu, linda, o meu ser desanda,
Porque, ao mesmo tempo, eu a vejo, no leito...

Como é bela a lua encantada de Luanda! Ela lembra a mulher do meu sonho perfeito, A me banhar com seu aroma de lavanda,
E que, entre nuvens, diz ser eu o seu eleito...

A Lua de Luanda, em mim, dança e vagueia...Às vezes ela é mar; outras vezes, sereia,
A me amar, entre o céu, terra, e o sereno mar...

A Lua de Luanda fala o Português...
Eu sempre a ouço dizer que me ama, sem talvez,
Com seu jeito lusófono e belo, de amar...

J. Udine – 23-01-2013

quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

A AJEBIANA ELIANE ARRUDA NOS BRINDA COM UM SONETO


EXPRESSÕES CURIOSAS NA LÍNGUA PORTUGUESA


JURAR DE PÉS JUNTOS:
Mãe, eu juro de pés juntos que não fui eu. A expressão surgiu através das torturas executadas pela Santa Inquisição, nas quais o acusado de heresias tinha as mãos e os pés amarrados (juntos) e era torturado pra dizer nada além da verdade. Até hoje o termo é usado pra expressar a veracidade de algo que uma pessoa diz.

MOTORISTA BARBEIRO:
Nossa, que cara mais barbeiro! No século XIX, os barbeiros faziam não somente os serviços de corte de cabelo e barba, mas também, tiravam dentes, cortavam calos, etc., e por não serem profissionais, seus serviços mal feitos geravam marcas. A partir daí, desde o século XV, todo serviço mal feito era atribuído ao barbeiro, pela expressão "coisa de barbeiro". Esse termo veio de Portugal, contudo a associação de "motorista barbeiro", ou seja, um mau motorista, é tipicamente brasileira..

TIRAR O CAVALO DA CHUVA:
Pode ir tirando seu cavalinho da chuva porque não vou deixar você sair hoje! No século XIX, quando uma visita iria ser breve, ela deixava o cavalo ao relento em frente à casa do anfitrião e se fosse demorar, colocava o cavalo nos fundos da casa, em um lugar protegido da chuva e do sol. Contudo, o convidado só poderia pôr o animal protegido da chuva se o anfitrião percebesse que a visita estava boa e dissesse: "pode tirar o cavalo da chuva". Depois disso, a expressão passou a significar a desistência de alguma coisa.
de maneira copiosa. A origem do dito é atribuída às qualidades de argumentador do jurista alagoano Gumercindo Bessa, advogado dos acreanos que não queriam que o Território do Acre fosse incorporado ao Estado do Amazonas.

DAR COM OS BURROS N'ÁGUA:
A expressão surgiu no período do Brasil colonial, onde tropeiros que escoavam a produção de ouro, cacau e café, precisavam ir da região Sul à Sudeste sobre burros e mulas. O fato era que muitas vezes esses burros, devido à falta de estradas adequadas, passavam por caminhos muito difíceis e regiões alagadas, onde os burros morriam afogados. Daí em diante o termo passou a ser usado pra se referir a alguém que faz um grande esforço pra conseguir algum feito e não consegue ter sucesso naquilo.

GUARDAR A SETE CHAVES:
No século XIII, os reis de Portugal adotavam um sistema de arquivamento de joias e documentos importantes da corte através de um baú que possuía quatro fechaduras, sendo que cada chave era distribuída a um alto funcionário do reino. Portanto eram apenas quatro chaves. O número sete passou a ser utilizado devido ao valor místico atribuído a ele, desde a época das religiões primitivas. A partir daí começou-se a utilizar o termo "guardar a sete chaves" pra designar algo muito bem guardado..

OK:
A expressão inglesa "OK" (okay), que é mundialmente conhecida pra significar algo que está tudo bem, teve sua origem na Guerra da Secessão, no EUA. Durante a guerra, quando os soldados voltavam para as bases sem nenhuma morte entre a tropa, escreviam numa placa "0 killed" (nenhum morto), expressando sua grande satisfação, daí surgiu o termo "OK".

ONDE JUDAS PERDEU AS BOTAS:
Existe uma história não comprovada, de que após trair Jesus, Judas enforcou-se em uma árvore sem nada nos pés, já que havia posto o dinheiro que ganhou por entregar Jesus dentro de suas botas. Quando os soldados viram que Judas estava sem as botas, saíram em busca delas e do dinheiro da traição. Nunca ninguém ficou sabendo se acharam as botas de Judas. A partir daí surgiu à expressão, usada pra designar um lugar distante, desconhecido e inacessível.

PENSANDO NA MORTE DA BEZERRA:
A história mais aceitável para explicar a origem do termo é proveniente das tradições hebraicas, onde os bezerros eram sacrificados para Deus como forma de redenção de pecados. Um filho do rei Absalão tinha grande apego a uma bezerra que foi sacrificada. Assim, após o animal morrer, ele ficou se lamentando e pensando na morte da bezerra. Após alguns meses o garoto morreu.

PARA INGLÊS VER:
A expressão surgiu por volta de 1830, quando a Inglaterra exigiu que o Brasil aprovasse leis que impedissem o tráfico de escravos. No entanto, todos sabiam que essas leis não seriam cumpridas, assim, essas leis eram criadas apenas "pra inglês ver". Daí surgiu o termo.

RASGAR SEDA:
A expressão que é utilizada quando alguém elogia grandemente outra pessoa, surgiu através da peça de teatro do teatrólogo Luís Carlos Martins Pena. Na peça, um vendedor de tecidos usa o pretexto de sua profissão pra cortejar uma moça e começa a elogiar exageradamente sua beleza, até que a moça percebe a intenção do rapaz e diz: "Não rasgue a seda, que se esfiapa".

O PIOR CEGO É O QUE NÃO QUER VER:
Em 1647, em Nimes, na França, na universidade local, o doutor Vicent de Paul D`Argent fez o primeiro transplante de córnea em um aldeão de nome Angel. Foi um sucesso da medicina da época, menos pra Angel, que assim que passou a enxergar ficou horrorizado com o mundo que via. Disse que o mundo que ele imaginava era muito melhor. Pediu ao cirurgião que arrancasse seus olhos. O caso foi acabar no tribunal de Paris e no Vaticano. Angel ganhou a causa e entrou pra história como o cego que não quis ver.

ANDA À TOA:
Toa é a corda com que uma embarcação reboca a outra. Um navio que está à toa é o que não tem leme nem rumo, indo pra onde o navio que o reboca determinar.
QUEM NÃO TEM CÃO, CAÇA COM GATO:
Na verdade, a expressão, com o passar dos anos, se adulterou. Inicialmente se dizia quem não tem cão caça como gato, ou seja, se esgueirando, astutamente, traiçoeiramente, como fazem os gatos.

DA PÁ VIRADA:
A origem do ditado é em relação ao instrumento, a pá. Quando a pá está virada pra baixo, voltada pro solo, está inútil, abandonada decorrentemente pelo Homem vagabundo, irresponsável, parasita.

NHENHENHÉM:
Nheë, em tupi, quer dizer falar. Quando os portugueses chegaram ao Brasil, os indígenas não entendiam aquela falação estranha e diziam que os portugueses ficavam a dizer "nhen-nhen-nhen".

VAI TOMAR BANHO:
Em "Casa Grande & Senzala", Gilberto Freyre analisa os hábitos de higiene dos índios versus os do colonizador português. Depois das Cruzadas, como corolário dos contatos comerciais, o europeu se contagiou de sífilis e de outras doenças transmissíveis e desenvolveu medo ao banho e horror à nudez, o que muito agradou à Igreja. Ora, o índio não conhecia a sífilis e se lavava da cabeça aos pés nos banhos de rio, além de usar folhas de árvore pra limpar os bebês e lavar no rio as redes nas quais dormiam. Ora, o cheiro exalado pelo corpo dos portugueses, abafado em roupas que não eram trocadas com frequência e raramente lavadas, aliado à falta de banho, causava repugnância aos índios. Então os índios, quando estavam fartos de receber ordens dos portugueses, mandavam que fossem "tomar banho".

ELES QUE SÃO BRANCOS QUE SE ENTENDAM:
Esta foi das primeiras punições impostas aos racistas, ainda no século XVIII. Um mulato, capitão de regimento, teve uma discussão com um de seus comandados e queixou-se a seu superior, um oficial português... O capitão reivindicava a punição do soldado que o desrespeitara. Como resposta, ouviu do português a seguinte frase: "Vocês que são pardos, que se entendam". O oficial ficou indignado e recorreu à instância superior, na pessoa de dom Luís de Vasconcelos (1742-1807), 12° vice-rei do Brasil. Ao tomar conhecimento dos fatos, dom Luís mandou prender o oficial português que estranhou a atitude do vice-rei. Mas, dom Luís se explicou: Nós somos brancos, cá nos entendemos.

A DAR COM O PAU :
O substantivo "pau" figura em várias expressões brasileiras. Esta expressão teve origem nos navios negreiros. Os negros capturados preferiam morrer durante a travessia e, pra isso, deixavam de comer. Então, criou-se o "pau de comer" que era atravessado na boca dos escravos e os marinheiros jogavam sapa e angu pro estômago dos infelizes, a dar com o pau. O povo incorporou a expressão.

ÁGUA MOLE EM PEDRA DURA, TANTO BATE ATÉ QUE FURA:
Um de seus primeiros registros literários foi feito pelo escritor latino Ovídio ( 43 a .C.-18 d.C), autor de célebres livros como "A arte de amar "e Metamorfoses", que foi exilado sem que soubesse o motivo. Escreveu o poeta: "A água mole cava a pedra dura". É tradição das culturas dos países em que a escrita não é muito difundida formar rimas nesse tipo de frase pra que sua memorização seja facilitada. Foi o que fizeram com o provérbio, portugueses e brasileiros

segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

ARENA DE IRACEMA - CELINA CÔRTE PINHEIRO



Arena de Iracema

A Praia de Iracema é mítica e se perenizou no imaginário daqueles que viveram seu auge nas décadas de cinquenta a setenta, com o Estoril e as lagoinhas formadas ao longo da praia, a depender da maré, motivo de diversão para pais e filhos.

Nas últimas décadas, entrou em franca decadência por várias vezes, após intervenções destinadas a revigorá-la.

Seu renascimento sempre se dá de forma atabalhoada, sem supervisão e sem o controle do poder público, no "laissez-faire" usual, e acaba destruída pela sanha da própria população que dela se utiliza.

Da era festiva dos barzinhos coloridos, que acabaram por espantar os moradores daquela área, despencou fragorosamente para o caos, invadida pela prostituição, drogas e congêneres... Mais uma vez agora, tenta se reerguer.

Recentemente, a área ganhou roupa nova. A população se reaproximou e, na visão do poder público, bastaria isso para o local estar revigorado. Com os pedestres que fazem a rotina saudável da beira-mar, chegaram, ao cair da tarde, também os patinadores, os esqueitistas, os ciclistas, os triciclos e quadriciclos ondulantes, feito cobras cada vez mais longas, e dirigidos, muitas vezes, por inábeis condutores.

Em uma mistura desorganizada, começa o jogo e o local, pouco a pouco, mais parece uma arena sem normas.

Os pedestres, segmento mais frágil dessa relação, encontram-se expostos a sérios acidentes.

As crianças e jovens, mesmo sobre seus patins, skates ou bicicletas, também!

O direito de ir-e-vir faz parte da democracia, contudo, respeitando-se um regramento saudável para a boa convivência.

Quem considerar que o local não oferece riscos deve estar auferindo algum tipo de vantagem ou não possui o mínimo de bom senso.

Qualquer cidadão, com sensibilidade, percebe que, ao entardecer, o calçadão se transforma pouco a pouco em um local desgovernado e perigoso, onde muitos acidentes ainda ocorrerão, sem contar aqueles não percebidos ou não revelados propositadamente com o intuito de não afastar os frequentadores.

E se faço tal advertência, é porque sei e já vi acontecer... Afinal, sou traumatologista!

Celina Côrte Pinheiro - Médica

sábado, 5 de janeiro de 2013

A CASA DE CADA UM - texto de Walcyr Carrasco



Nesta época, gosto de tratar da vida. 
Dou a roupa que não uso mais.
Livros que não pretendo reler. Envio caixas para bibliotecas.
Ou abandono um volume em um shopping ou café, com uma mensagem:
"Leia e passe para frente!".

Tento avaliar meus atos através de uma perspectiva maior.
Penso na história dos Três Porquinhos.
Cada um construiu sua casa. Duas, o Lobo derrubou facilmente.
Mas a terceira resistiu porque era sólida.

Em minha opinião, contos infantis possuem grande sabedoria, além da história propriamente dita...
Gosto desse especialmente.
Imagino que a vida de cada um seja semelhante a uma casa.

Frágil ou sólida, depende de como é construída.
Muita gente se aproxima de mim e diz: Eu tenho um sonho, quero torná-lo realidade! Estremeço.
Frequentemente, o sonho é bonito, tanto como uma casa bem pintada. Mas sem alicerces.

As paredes racham, a casa cai repentinamente, e a pessoa fica só com entulho. Lamenta-se.
Na minha área profissional, isso é muito comum.

Diariamente sou procurado por alguém que sonha em ser ator ou atriz sem nunca ter estudado ou feito teatro.

Como é possível jogar todas as fichas em uma profissão que nem se conhece?

Há quem largue tudo por uma paixão. Um amigo abandonou mulher e filho recém-nascido.

A nova paixão durou até a noite na qual, no apartamento do 10º andar, a moça afirmou que podia voar.
Deixa de brincadeira, ele respondeu.
Eu sei voar, sim! rebateu ela.
Abriu os braços, pronta para saltar da janela. Ele a segurou. Gritou por socorro. Quase despencaram.

Foi viver sozinho com um gato, lembrando-se dos bons tempos da vida doméstica, do filho, da harmonia perdida!

Algumas pessoas se preocupam só com os alicerces. Dedicam-se à vida material.

Quando venta, não têm paredes para se proteger.
Outras não colocam portas. Qualquer um entra na vida delas.
Tenho um amigo que não sabe dizer não (a palavra não é tão mágica quanto uma porta blindada).

Empresta seu dinheiro e nunca recebe. Namora mulheres problemáticas.
Vive cercado de pessoas que sugam suas energias como autênticos vampiros emocionais.
Outro dia lhe perguntei: Por que deixa tanta gente ruim se aproximar de você?
Garante que no próximo ano será diferente....

Nada mudará enquanto não consertar a casa de sua vida.

São comuns as pessoas que não pensam no telhado.
Vivem como se os dias de tempestade jamais chegassem.
Quando chove, a casa delas se alaga.
Ao contrário das que só cuidam dos alicerces, não se preocupam com o dia de amanhã.


Certa vez uma amiga conseguiu vender um terreno valioso recebido em herança.

Comentei:
Agora você pode comprar um apartamento para morar.
Preferiu alugar uma mansão. Mobiliou. Durante meses morou como uma rainha.

Quase um ano depois, já não tinha dinheiro para botar um bife na mesa!

Aproveito as festas de fim de ano para examinar a casa que construí.

Alguma parede rachou porque tomei uma atitude contra meus princípios?
Deixei alguma telha quebrada?
Há um assunto pendente me incomodando como uma goteira?
Minha porta tem uma chave para ser bem fechada quando preciso, mas também para ser aberta quando vierem as pessoas que amo?


É um bom momento para decidir o que consertar.
Para mudar alguma coisa e tornar a casa mais agradável.
Sou envolvido por um sentimento muito especial.
Ao longo dos anos, cada pessoa constrói sua casa.
O bom é que sempre se pode reformar, arrumar, decorar!
Conclui que:
É na eterna oportunidade de recomeçar que reside a grande beleza de ser o arquiteto da própria vida. 

terça-feira, 1 de janeiro de 2013

UM SONETO DE J. UDINE

DO NATAL AO FIM DO ANO VELHO E DO RENASCER DO ANO NOVO...

O clima do Natal ainda nos aromatiza.
No ar, ainda respiramos a divina Luz,
Que por nós passa como misteriosa brisa,
Por se tratar da Paz que emana de Jesus!

No entanto, o Ano Velho geme e agoniza!
Moribundo, está para depor sua cruz
Com seus sucessos e insucessos, (em pesquisa),
Que exibe, em retrospectivas, trevas e luz...

Mas irmãos, logo mais vai surgir o Ano Novo!
Que ele venha em paz, sob à luz do renovo,
E nos traga melhores ares de bonanças...

Natal, Ano Velho e Ano Novo sejam pontes
Que nos conduzam a divinos horizontes:
Se o Ano fenece, o Novo nos encha de esperanças...

domingo, 30 de dezembro de 2012


Queridos ajebianos e leitores deste blog:  

Um ano se vai, e outro já vem!
Procuremos nas gavetas deste ano que se vai o que ficou de bom, e deixemos que ele leve consigo todas as amarguras, doenças, tristezas, desarmonias, insatisfações. Essas não pesarão mais sobre nosso coração que deve estar leve para se encher, com o ano que chega, de paz, amor, fraternidade, união, sucesso e, sobretudo, de muita Poesia para deitar felicidade nos corações rancorosos e cheios de mágoa, de inveja, de falsidade. Sim, porque a Poesia é uma faísca que pode gerar uma enorme fogueira de felicidade nos corações empedernidos. Só, assim, poderemos salvar o mundo!

Feliz 2013 para todos!
Giselda Medeiros

quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

CONFRATERNIZAÇÃO NATALINA NA AJEB-CE - A MESA DIRETORA


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ZENAIDE MARÇAL, VICENTE ALENCAR E EVAN BESSA - DIPLOMADOS COMO PALESTRANTES DE 2012


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A ENCENAÇÃO DO AUTO DE NATAL


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TODO O AUDITÓRIO PARTICIPANDO DO AUTO DE NATAL


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A MENSAGEM DA PRESIDENTE DE HONRA DA AJEB-CE, ESCRITORA GISELDA MEDEIROS


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ROSA FIRMO RECEBENDO O DIPLOMA DE SÓCIA DA AJEB-CE


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EVAN BESSA RECEBE DIPLOMA EM RAZÃO DO LANÇAMENTO DE MAIS UMA OBRA SUA NA BIENAL INTERNACIONAL DO LIVRO


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PEREIRA DE ALBUQUERQUE AGRACIADO COM DIPLOMA PELO LAÇAMENTO DE MAIS UMA OBRA DE SUA AUTORIA


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A POETISA RITA DE CÁSSIA É HOMENAGEADA COM DIPLOMA PELO LANÇAMENTO DE SEU LIVRO NA BIENAL INTERNACIONAL DO LIVRO


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ESCRITORA HILNÊ COSTALIMA É HOMENAGEADA EM RAZÃO DO LANÇAMENTO DE MAIS UMA OBRA DE SUA AUTORIA


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