domingo, 7 de fevereiro de 2010
MÃOS - REGINA BARROS LEAL
Mãos!
Desventuradas mãos que desprezam,
Severas, duras, frias.
Não acolhem o sofrimento de outrem.
Mãos causticantes, rígidas, rudes, sem amor.
Solitárias mãos entre tantas,
fugidias, soltas e amargamente desengonçadas.
Mãos que apontam, acusam.
Arrastam, machucam, denunciam.
Mãos feias entre tantas!
Mãos acolhedoras, quentes de afeto que acalmam, adoçam,
Que ninam, enobrecem um gesto de amor.
Mãos duras, calosas, rudes, grossas do trabalho da enxada,
Mas ternas no gesto que afaga o cabelo da criança faminta.
Mãos que batem, ferem, magoam, gélidas, enrijecidas entre tantas,
Mãos que amaciam, massageiam, acariciam o rosto enrugado da velha senhora.
Mãos plenas de vida, jovens, cinzentas, brancas, negras, novas,
Que amparam crianças, velhos e doentes.
Mãos... Como gosto de minhas mãos macias e acolhedoras!
(Policromias. Vol. 3)
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